Brasília – A pressão sofrida pela presidente Dilma Rousseff (PT) com a crise política que tem se agravado nos últimos dias, principalmente em razão dos desdobramentos da Operação Lava-Jato, tende a aumentar ainda mais nesta semana. A CPI da Petrobras marcou para esta quarta-feira (8) acareação entre o ex-diretor de Serviços Renato Duque e o ex-gerente de Engenharia Pedro Barusco. A luz de alerta do Planalto já está acesa. Um dos principais pontos a serem esclarecidos afeta diretamente a petista. Barusco, que firmou acordo de delação premiada para minimizar os efeitos de sua pena, revelou à CPI que repassou, em 2010, US$ 300 mil à campanha de Dilma. Ele informou ainda que, desde 1997, quando passou a integrar a engrenagem do esquema de corrupção na estatal, acumulou US$ 97 milhões em propina. Duque, que ficou calado quando esteve na CPI, será confrontado com as informações trazidas por Barusco. O ex-diretor é apontado como recebedor de suborno para direcionar contratos bilionários da Petrobras. Da parte recebida por Duque, um percentual que variava entre 1% e 3% abastecia o cofre do PT, de acordo com informações prestadas por delatores. O encontro, entretanto, dependerá de decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre pedido de Barusco para não comparecer. Ele alega vir sentindo fortes dores em função de câncer ósseo.
Nas alegações finais em um dos processos referentes à Operação Lava-Jato, os advogados de Youssef criticaram os integrantes do colegiado. Classificaram de “retaliação sórdida” a iniciativa da CPI de quebrar os sigilos bancários e fiscais de sua família. Todos os réus que participarão das acareações já foram à CPI, em audiências em que foram ouvidos individualmente.
Depoimentos
Na manhã desta terça-feira, a partir das 9h30, os integrantes da CPI vão ouvir o ex-ministro-chefe da Controladoria Geral da União (CGU) Jorge Hage; o presidente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), Antônio Gustavo Rodrigues; e a viúva do ex-deputado José Janene, Stael Fernanda Janene.
De acordo com informações fornecidas pela assessoria de imprensa do presidente da CPI, Hugo Mota, Stael é a única que tem um habeas corpus. A proteção, concedida pelo Supremo Tribunal Federal, significa que ela poderá ficar calada e não responder aos questionamentos feitos pelos integrantes da CPI da Petrobras.
A convocação dela ocorreu após polêmica envolvendo o parlamentar falecido. Motta havia dito que Stael desconfiava que Janene estaria vivo, e que o caixão de Janene chegou lacrado ao Paraná após a confirmação da morte no Incor, em São Paulo. Ele chegou a anunciar a exumação do corpo de Janene. Por meio de nota, Stael afirmou que não houve nem caixão, uma vez que o seu marido teria sido enterrado segundo os rituais muçulmanos.
Dirceu Em mais uma derrota da estratégia de defesa prévia do ex-ministro, o juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal Criminal do Paraná, indeferiu o acesso de José Dirceu ao conteúdo do acordo de delação premiada feito entre o Ministério Público Federal (MPF) e o lobista Milton Pascowitch. Em depoimento ao MPF, Pascowitch disse que o dinheiro que pagou ao petista era propina e não de consultorias, como o ex-ministro havia afirmado. Segundo dados em poder da Justiça do Paraná, José Dirceu declarou que recebeu R$ 1,4 milhão da empresa Jamp, de Pascowitch, a título de consultoria para a empreiteira Engevix.
Moro considerou que Dirceu não deve ter acesso ao que Pascowitch falou, que permanece em sigilo, “indispensável para a eficácia das diligências investigativas em curso”. Para o juiz, “apesar da divulgação pela imprensa da existência do acordo, seu conteúdo permanece resguardado” até que o MPF formule denúncia e o petista tenha direito ao “contraditório”. Na sexta-feira, o desembargador substituto do Tribunal Regional da 4ª Região Nivaldo Brunoni negou habeas corpus preventivo impetrado por Dirceu no dia anterior.
Contra as doações
Setenta e quatro por cento dos brasileiros são contra o financiamento privado de campanhas políticas, e outros 79% acham que a doação de empresas “estimula a corrupção”. Os dados são de uma pesquisa do Instituto Datafolha, divulgada nessa segunda-feira (6) pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Outros 12% disseram acreditar que o financiamento de empresas não tem relação com a corrupção, e 16% dos brasileiros são favoráveis a essas doações. A Câmara dos Deputados deve votar esta semana, em segundo turno, a Proposta de Emenda à Constitucional (PEC) da Reforma Política. A pesquisa do Datafolha ouviu 2.125 pessoas em 135 municípios brasileiros, espalhados por todas as regiões do país. Nessa segunda-feira, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), criticou a entidade. “Tem que ver exatamente o que foi perguntado”, disse, acrescentando que a OAB “não tem muita credibilidade já há muito tempo”.
Nas alegações finais em um dos processos referentes à Operação Lava-Jato, os advogados de Youssef criticaram os integrantes do colegiado. Classificaram de “retaliação sórdida” a iniciativa da CPI de quebrar os sigilos bancários e fiscais de sua família. Todos os réus que participarão das acareações já foram à CPI, em audiências em que foram ouvidos individualmente.
Depoimentos
Na manhã desta terça-feira, a partir das 9h30, os integrantes da CPI vão ouvir o ex-ministro-chefe da Controladoria Geral da União (CGU) Jorge Hage; o presidente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), Antônio Gustavo Rodrigues; e a viúva do ex-deputado José Janene, Stael Fernanda Janene.
De acordo com informações fornecidas pela assessoria de imprensa do presidente da CPI, Hugo Mota, Stael é a única que tem um habeas corpus. A proteção, concedida pelo Supremo Tribunal Federal, significa que ela poderá ficar calada e não responder aos questionamentos feitos pelos integrantes da CPI da Petrobras.
A convocação dela ocorreu após polêmica envolvendo o parlamentar falecido. Motta havia dito que Stael desconfiava que Janene estaria vivo, e que o caixão de Janene chegou lacrado ao Paraná após a confirmação da morte no Incor, em São Paulo. Ele chegou a anunciar a exumação do corpo de Janene. Por meio de nota, Stael afirmou que não houve nem caixão, uma vez que o seu marido teria sido enterrado segundo os rituais muçulmanos.
Dirceu Em mais uma derrota da estratégia de defesa prévia do ex-ministro, o juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal Criminal do Paraná, indeferiu o acesso de José Dirceu ao conteúdo do acordo de delação premiada feito entre o Ministério Público Federal (MPF) e o lobista Milton Pascowitch. Em depoimento ao MPF, Pascowitch disse que o dinheiro que pagou ao petista era propina e não de consultorias, como o ex-ministro havia afirmado. Segundo dados em poder da Justiça do Paraná, José Dirceu declarou que recebeu R$ 1,4 milhão da empresa Jamp, de Pascowitch, a título de consultoria para a empreiteira Engevix.
Moro considerou que Dirceu não deve ter acesso ao que Pascowitch falou, que permanece em sigilo, “indispensável para a eficácia das diligências investigativas em curso”. Para o juiz, “apesar da divulgação pela imprensa da existência do acordo, seu conteúdo permanece resguardado” até que o MPF formule denúncia e o petista tenha direito ao “contraditório”. Na sexta-feira, o desembargador substituto do Tribunal Regional da 4ª Região Nivaldo Brunoni negou habeas corpus preventivo impetrado por Dirceu no dia anterior.
Contra as doações
Setenta e quatro por cento dos brasileiros são contra o financiamento privado de campanhas políticas, e outros 79% acham que a doação de empresas “estimula a corrupção”. Os dados são de uma pesquisa do Instituto Datafolha, divulgada nessa segunda-feira (6) pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Outros 12% disseram acreditar que o financiamento de empresas não tem relação com a corrupção, e 16% dos brasileiros são favoráveis a essas doações. A Câmara dos Deputados deve votar esta semana, em segundo turno, a Proposta de Emenda à Constitucional (PEC) da Reforma Política. A pesquisa do Datafolha ouviu 2.125 pessoas em 135 municípios brasileiros, espalhados por todas as regiões do país. Nessa segunda-feira, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), criticou a entidade. “Tem que ver exatamente o que foi perguntado”, disse, acrescentando que a OAB “não tem muita credibilidade já há muito tempo”.