(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

CPI da Petrobras fará acareação com Duque e Barusco


postado em 07/07/2015 06:00 / atualizado em 07/07/2015 11:54

Duque: entre 1% e 3% da propina recebida abasteciam o PT. Barusco disse que repassou dinheiro à campanha de Dilma
Duque: entre 1% e 3% da propina recebida abasteciam o PT. Barusco disse que repassou dinheiro à campanha de Dilma
Brasília – A pressão sofrida pela presidente Dilma Rousseff (PT) com a crise política que tem se agravado nos últimos dias, principalmente em razão dos desdobramentos da Operação Lava-Jato, tende a aumentar ainda mais nesta semana. A CPI da Petrobras marcou para esta quarta-feira (8) acareação entre o ex-diretor de Serviços Renato Duque e o ex-gerente de Engenharia Pedro Barusco. A luz de alerta do Planalto já está acesa. Um dos principais pontos a serem esclarecidos afeta diretamente a petista. Barusco, que firmou acordo de delação premiada para minimizar os efeitos de sua pena, revelou à CPI que repassou, em 2010, US$ 300 mil à campanha de Dilma. Ele informou ainda que, desde 1997, quando passou a integrar a engrenagem do esquema de corrupção na estatal, acumulou US$ 97 milhões em propina. Duque, que ficou calado quando esteve na CPI, será confrontado com as informações trazidas por Barusco. O ex-diretor é apontado como recebedor de suborno para direcionar contratos bilionários da Petrobras. Da parte recebida por Duque, um percentual que variava entre 1% e 3% abastecia o cofre do PT, de acordo com informações prestadas por delatores. O encontro, entretanto, dependerá de decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre pedido de Barusco para não comparecer. Ele alega vir sentindo fortes dores em função de câncer ósseo.


Para quinta-feira, está marcada a acareação entre Barusco e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto. A CPI quer esclarecer dúvidas sobre os repasses das empreiteiras para a sigla. Vaccari atesta que tudo foi feito dentro da lei. A acareação entre o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, dois dos principais integrantes do esquema, só acontece após o recesso parlamentar, em 6 de agosto.

Nas alegações finais em um dos processos referentes à Operação Lava-Jato, os advogados de Youssef criticaram os integrantes do colegiado. Classificaram de “retaliação sórdida” a iniciativa da CPI de quebrar os sigilos bancários e fiscais de sua família. Todos os réus que participarão das acareações já foram à CPI, em audiências em que foram ouvidos individualmente.

Depoimentos

Na manhã desta terça-feira, a partir das 9h30, os integrantes da CPI vão ouvir o ex-ministro-chefe da Controladoria Geral da União (CGU) Jorge Hage; o presidente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), Antônio Gustavo Rodrigues; e a viúva do ex-deputado José Janene, Stael Fernanda Janene.

De acordo com informações fornecidas pela assessoria de imprensa do presidente da CPI, Hugo Mota, Stael é a única que tem um habeas corpus. A proteção, concedida pelo Supremo Tribunal Federal, significa que ela poderá ficar calada e não responder aos questionamentos feitos pelos integrantes da CPI da Petrobras.

A convocação dela ocorreu após polêmica envolvendo o parlamentar falecido. Motta havia dito que Stael desconfiava que Janene estaria vivo, e que o caixão de Janene chegou lacrado ao Paraná após a confirmação da morte no Incor, em São Paulo. Ele chegou a anunciar a exumação do corpo de Janene. Por meio de nota, Stael afirmou que não houve nem caixão, uma vez que o seu marido teria sido enterrado segundo os rituais muçulmanos.

Dirceu Em mais uma derrota da estratégia de defesa prévia do ex-ministro, o juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal Criminal do Paraná, indeferiu o acesso de José Dirceu ao conteúdo do acordo de delação premiada feito entre o Ministério Público Federal (MPF) e o lobista Milton Pascowitch. Em depoimento ao MPF, Pascowitch disse que o dinheiro que pagou ao petista era propina e não de consultorias, como o ex-ministro havia afirmado. Segundo dados em poder da Justiça do Paraná, José Dirceu declarou que recebeu R$ 1,4 milhão da empresa Jamp, de Pascowitch, a título de consultoria para a empreiteira Engevix.

Moro considerou que Dirceu não deve ter acesso ao que Pascowitch falou, que permanece em sigilo, “indispensável para a eficácia das diligências investigativas em curso”. Para o juiz, “apesar da divulgação pela imprensa da existência do acordo, seu conteúdo permanece resguardado” até que o MPF formule denúncia e o petista tenha direito ao “contraditório”. Na sexta-feira, o desembargador substituto do Tribunal Regional da 4ª Região Nivaldo Brunoni negou habeas corpus preventivo impetrado por Dirceu no dia anterior.

Contra as doações

Setenta e quatro por cento dos brasileiros são contra o financiamento privado de campanhas políticas, e outros 79% acham que a doação de empresas “estimula a corrupção”. Os dados são de uma pesquisa do Instituto Datafolha, divulgada nessa segunda-feira (6) pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Outros 12% disseram acreditar que o financiamento de empresas não tem relação com a corrupção, e 16% dos brasileiros são favoráveis a essas doações. A Câmara dos Deputados deve votar esta semana, em segundo turno, a Proposta de Emenda à Constitucional (PEC) da Reforma Política. A pesquisa do Datafolha ouviu 2.125 pessoas em 135 municípios brasileiros, espalhados por todas as regiões do país. Nessa segunda-feira, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), criticou a entidade. “Tem que ver exatamente o que foi perguntado”, disse, acrescentando que a OAB “não tem muita credibilidade já há muito tempo”.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)