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Estado de Minas

PF recolhe dinheiro, documentos e computadores nas sedes das construtoras

As apreensões fazem parte da 14º fase da Operação Lava-Jato, denomina de Erga Omnes


postado em 19/06/2015 15:46 / atualizado em 19/06/2015 16:18

A 14ª fase da Operação Lava-Jato, deflagrada nesta sexta-feira, em Minas e em mais três estados cumpriu 10 mandados de prisão, 38 de busca e apreensão e oito de condução coercitiva, quando a pessoa é obrigada a prestar depoimento. Foram presos, até o momento, nove dos 12 executivos com mandados de prisões preventivas e temporárias. Os presidentes das duas empreiteiras, principais alvos dessa fase, Marcelo Odebrecht, da Norberto Odebrecht, e Otávio Azevedo, da Andrade Gutierrez, estão presos.

Em Minas, a Polícia Federal (PF) cumpriu mandados de busca e apreensão na sede da Andrade Gutierrez, no Bairro Cidade Jardim, Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Do local – ocupado desde às 6h da manhã -, os políciais levaram documentos, computadores, um notebook, além de dois malotes e uma caixa que não foi identificada. De acordo com o delegado Ricardo Átila, que coordenou a operação, o trabalho se restringiu ao cumprimento de mandado de busca e apreensão. Onze policiais participaram da operação.

Testemunhas

Duas testemunhas foram convocadas para acompanhar o trabalho dos policiais na sede da empresa, na capital. Uma delas, o jardineiro Ceir Augusto Torres, de 42 anos. Ele estava a caminho do trabalho quando foi abordado. "Vi os policiais pegando R$ 15 mil, um revólver, computador e documentos", afirmou. "Mas não entendi nada que eles estavam falando", contou o jardineiro, que nunca havia ouvido falar em Operação Lava-Jato. O servente Romildo também foi convocado para ser testemunha do caso. Os dois foram liberados às 13h40.

Esquema

Na Odebrecht, além do presidente, estão presos os executivos Márcio Faria, Rogério Araújo e Alexandrino Alencar. Alguns colaboradores da empresa ainda foram intimados a depor por mandados de condução coercitiva. 

Eles estão sob suspeita desde setembro de 2014 quando foram citados pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras como responsáveis pelo pagamento de US$ 23 milhões de propina da Odebrecht para uma conta aberta na Suíça.

Em depoimento, o doleiro Alberto Youssef, personagem central da Lava-Jato, afirmou que, além de operar propinas da empreiteira Andrade Gutierrez no esquema de desvios na Petrobras, também operou US$ 600 mil do caixa 2 da empresa às vésperas de ser pego na operação.

Segundo o delator, a movimentação teria sido realizada no final de 2013 e início de 2014 e atendido inclusive a um pedido da diretoria da empreiteira na Venezuela. "Foi uma operação de US$ 300 mil que mandei para a DGX (conta utilizada pelo doleiro no exterior) e duas operações de US$ 150 mil, que não têm nada a ver com a Petrobras", relatou.

Os presos serão levados para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, no Paraná, onde permanecerão à disposição da Justiça Federal.

Megaoperação

Nesta nova fase da Lava-Jato, cerca de 220 policiais federais cumprem 59 mandados judiciais em quatro estados da Federação (Minas, Rio, São Paulo e Rio Grande do Sul) – 38 mandados de busca e apreensão, nove mandados de condução coercitiva, oito mandados de prisão preventiva e quatro mandados de prisão temporária. Em Belo Horizonte, a Polícia Federal cumpriu pela manhã um mandado de prisão preventiva e dois de busca e apreensão.

Posicionamento

A construtora Odebrecht considerou a ação “desnecessária”. Já a Andrade Gutierrez negou qualquer relação com o esquema de superfaturamento de contratos da Petrobras, investigado pela operação.

Em nota, a Odebrecht informou que “sempre esteve à disposição das autoridades” e confirmou que foram cumpridos mandados de prisão e busca e apreensão em escritórios da empresa em São Paulo e no Rio de Janeiro na manhã desta sexta-feira.

“Como é de conhecimento público, a CNO [Construtora Norberto Odebrecht] entende que estes mandados são desnecessários, uma vez que a empresa e seus executivos, desde o início da Operação Lava-Jato, sempre estiveram à disposição das autoridades para colaborar com as investigações”, diz trecho da nota divulgada pela assessoria da empreiteira.

Também em nota, a Andrade Gutierrez disse estar prestando “todo o apoio necessário” aos seus executivos presos. “A empresa informa ainda que está colaborando com as investigações no intuito de que todos os assuntos em pauta sejam esclarecidos o mais rapidamente possível. A Andrade Gutierrez reitera, como vem fazendo desde o início das investigações, que não tem ou teve qualquer relação com os fatos investigados pela Operação Lava-Jato e espera poder esclarecer todos os questionamentos da Justiça o quanto antes”, diz nota da empreiteira.

 Com informações da Agência Estado


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