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Estado de Minas

MP revela suborno de R$ 1,2 milhão em Câmara Municipal da Grande BH

Vereadores do município da RMBH são presos por cobrar dinheiro para aprovar projetos de interesse de empresas


postado em 25/03/2015 06:00 / atualizado em 25/03/2015 07:30

Presidente da Câmara, Carlos Braga, detido(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Presso)
Presidente da Câmara, Carlos Braga, detido (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Presso)

Um esquema de pagamento de suborno para vereadores de São Joaquim de Bicas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), levou à prisão preventiva de três integrantes da Câmara Municipal, nessa terça-feira. Outros três foram conduzidos coercitivamente e encaminhados até a sede do Ministério Público de Igarapé, também na RMBH. De acordo com a promotora Paula Lino, o montante que os parlamentares cobraram de empresários chega a R$ 1,2 milhão. A promotora detalhou que os vereadores exigiam montantes principalmente de donos de imobiliárias para aprovar projetos de lei que atendessem aos seus interesses. As negociatas, segundo apurações preliminares do Grupo Estadual de Defesa do Patrimônio Público do Ministério Público, envolveram leis para alterações do Plano Diretor do município e para a modificação do zoneamento de área rural para urbana, favorecendo empresas de diferentes ramos. “Chegamos ao esquema por meio de uma denúncia anônima e os empresários são colaboradores da investigação”, afirma a promotora. Além dela, outros três colegas participam da apuração dos crimes.

Os trabalhos começaram em dezembro. Um dos vereadores que teve a prisão temporária decretada é o presidente da Câmara, Carlos Braga, o Carlinhos da Funerária (PSB), que é pré-candidato a prefeito nas eleições do ano que vem. Carlinhos alegou que a prisão teve motivos políticos. A promotora, por sua vez, rebateu dizendo que a equipe de investigadores é toda de Belo Horizonte para “despersonalizar” as investigações sem as querelas políticas locais. “Se há briga política entre o Executivo e

o Legislativo, isso não interfere nas investigações”, afirmou Paula Lino.

Além do presidente da Câmara, Marcos Aender dos Santos, o Marcão (PT), e Tarcísio Alves de Resende, o Neném da Horta (PMDB), também foram presos temporariamente. A prisão tem duração de até cinco dias e, dependendo da investigação, o MP pode pedir a prisão preventiva dos detidos. Os outros três, que foram levados até a sede do MP em Igarapé, são: Cristiano de Carvalho, o Balança (PMDB); Enilton César, o Niltinho (PMDB), e Fábio Corrêa, o Fabinho (PSDB). São Joaquim de Bicas tem 11 vereadores.

DOCUMENTOS A operação começou às 6h, com a participação de 11 viaturas da Rotam, com 44 policiais militares. Também participaram agentes da Polícia Civil e funcionários da Receita Estadual. O prédio da Câmara Municipal foi fechado e os servidores sendo impedidos de entrar no local, onde foram apreendidos documentos e computadores. A reabertura da Casa só ocorrerá nesta quarta-feira.

Os vereadores são investigados por crimes de formação de quadrilha e contra o patrimônio público. O presidente Carlinhos da Funerária foi preso na casa de uma amiga, em Igarapé. Ao ser levado ao prédio do Legislativo de São Joaquim de Bicas, para abrir o cofre da Casa, o vereador foi vaiado por populares que se aglomeravam em frente ao prédio. Carlinhos estava com uma arma calibre 22, sem registro, que foi apreendida pelos militares – aos policiais, ele disse que encontrou a arma na rua.


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