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Estado de Minas

Governistas vão acompanhar manifestações para medir grau de insatisfação da população


postado em 15/03/2015 06:00 / atualizado em 15/03/2015 07:16

Paulo de Tarso Lyra

Brasília – O Palácio do Planalto e os aliados da presidente Dilma Rousseff aguardam com ansiedade e um certo temor as manifestações programadas para hoje. Internamente, nas reuniões do conselho político – formado pelos ministros mais próximos à presidente Dilma Rousseff e que foi ampliado ao longo da semana – uma terapia para acalmar os ânimos é repetir, como um mantra, que todos os governantes viveram momentos difíceis. “O que precisamos é de calma e evitar que o caldo entorne após este domingo”, disse um interlocutor ministerial.

Ex-líder do PT na Câmara, Paulo Teixeira (SP) disse que um dos objetivos, a partir de agora, é mostrar que “a oposição não tem propostas para o país”. Para Teixeira, ao apresentar uma lista tão longa de queixas no dia de hoje – contra a presidente, o ajuste fiscal, a corrupção, em defesa do impeachment e até mesmo de um novo golpe militar –, os oposicionistas comprovam que não têm uma agenda para implementar caso voltem a ser governo.

A avaliação de Teixeira, contudo, inclui também um mea-culpa em relação ao PT e ao Planalto. “Precisamos ouvir mais o que as ruas têm a nos dizer, com humildade. E saber interpretar as mensagens que virão da população. E, a partir daí, agir mais como bombeiros do que como incendiários para desanuviar o ambiente político brasileiro”, defendeu ele.

Embora o discurso político de enfrentamento esteja presente em diversas intervenções – como as palavras infelizes do presidente do PT fluminense, Washington Quaquá, defendendo a “porrada” contra os adversários do governo –, internamente a análise é de que o momento não é fácil. “O governo perdeu a confiabilidade da  população. Tem gente que vai hoje às ruas para se manifestar e não teve qualquer mudança na própria vida. Mas conhece alguém que perdeu o emprego ou alguém que protesta contra a corrupção. E vai na onda”, disse um petista.

Humildade Outro integrante da Executiva Nacional do PT afirma ser fundamental que a presidente Dilma e seus ministros mais próximos calcem as sandálias de São Francisco e passem a adotar uma postura mais humilde. Os petistas têm reclamado muito da falta de diálogo com a presidente e com o centralismo decisório nas mãos do chefe da Casa Civil, ministro Aloizio Mercadante. “Mas não dá para cobrar humildade da Dilma. A primeira eleição que ela disputou foi para presidente, e ela venceu. Quem tem de ser humilde é o Mercadante, que tem experiência parlamentar”, cobrou o correligionário.

O deputado Danilo Forte (PMDB-CE) admitiu que o resultado das manifestações de hoje será um divisor de águas para o governo. “Eles (a oposição) e nós (governistas) esperamos para saber o real grau de insatisfação da população”, disse ele. O senador Romero Jucá (PMDB-RR) acha que, inevitavelmente, a presidente Dilma terá de conversar mais. “Em política, todo mundo erra. Se você conversa, erra menos. Se ouvir quem sabe mais do que você, erra menos ainda”, provocou Jucá.


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