Brasília – Deputados de oposição com assento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras costuraram um acordo para a criação de sub-relatorias no colegiado. O acerto prevê, ainda, a indicação de um opositor para a vice-presidência do grupo. A negociação, articulada com o apoio dos representantes do PMDB na comissão, retira poder do relator, Luiz Sérgio (PT-RJ). O PSDB tem um requerimento pronto para pedir três sub-relatorias. Instalada ontem, a CPI elegeu Hugo Motta (PMDB-PB) como presidente, por 22 votos. Ivan Valente (Psol-SP), que apresentou candidatura avulsa, obteve quatro indicações. Houve uma abstenção.
A sessão de instalação da CPI começou ontem com tumulto, por conta de uma questão de ordem apresentada pela bancada do Psol. O texto pedia o afastamento de todos os membros da CPI que receberam doações de empreiteiras suspeitas nas eleições passadas. Motta, por exemplo, recebeu R$ 451 mil das empresas Andrade Gutierrez e Odebrecht. Já Luiz Sérgio contou com R$ 962,5 mil das empresas Queiroz Galvão, OAS, Toyo Setal e UTC.
A questão de ordem se ampara em artigo do Regimento da Câmara que impede os deputados de participarem de comissões nas quais tenham interesse direto. “O MPF já disse que é impossível distinguir o dinheiro que chegou do caixa das empresas da Lava-Jato por propina ou por doação legal”, disse o representante Ivan Valente.