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Estado de Minas

Juiz dá mais duas semanas para PF terminar o inquérito da 7ª fase da Operação Lava-Jato

Ex-diretores da Petrobras, empreiteiras e funcionários das empresas do cartel estão entre os investigados


postado em 06/12/2014 06:00 / atualizado em 06/12/2014 07:35

(foto: Sergio Lima/Folhapress)
(foto: Sergio Lima/Folhapress)

O juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, Sérgio Fernando Moro, pediu pressa na conclusão do inquérito da sétima fase da Operação Lava-Jato, apelidada de Juízo Final e que terminou na prisão de ex-diretores da Petrobras e dos maiores empreiteiros do país. A Polícia Federal quer um maior prazo para concluir os trabalhos, no entanto, o magistrado registrou que é necessário apertar o passo dos procedimentos. “Concedo prazo de mais 15 dias para a conclusão do inquérito”, afirmou o juiz, em despacho anexado ao inquérito. Moro espera, porém, que o tempo não exceda nada além disso. “Alerto que não haverá nova prorrogação e é desejável que não seja utilizado todo o prazo”, concluiu.

  O procurador da força-tarefa do Ministério Público Federal Carlos Fernando Lima já havia adiantado à reportagem que oferecerá a denúncia antes do Natal contra o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, as construtoras Camargo Corrêa, OAS, Mendes Júnior, Engevix e Galvão Engenharia e seus executivos. Parte das empreiteiras mencionadas, como a Odebrecht e a Andrade Gutierrez, mencionadas por Paulo Roberto Costa como integrantes do mesmo cartel, nega as acusações. Outras, como a Mendes Júnior e a Galvão, confirmam o pagamento de propinas. Entretanto, alegam que só fizeram por causa de extorsão feita pelo ex-diretor e pelo doleiro Alberto Youssef. O Ministério Público não aceita a justificativa. “Não há extorsão. Há corrupção. Havia um cartel”, comentou o procurador Carlos Fernando.

A PF solicitou mais prazo para poder analisar o material apreendido em 14 de novembro nas residências e escritórios dos empreiteiros, dos operadores do esquema e de ex-funcionários da petroleira. De acordo com Sérgio Moro, já existem “provas de materialidade de crimes e indícios de autoria em relação a vários dos investigados”.

Esquema Encoberto

Ao rejeitar o pedido de revogação da prisão preventiva de Gerson de Mello Almada, vice-presidente da empresa Engevix, que está na carceragem da PF em Curitiba, Moro havia dito, no entanto, que as evidências recolhidas durante as investigações sobre a Petrobras sugerem que o esquema de fraude em licitação “vai muito além” da estatal. Segundo ele, grande parte do esquema criminoso ainda está encoberto e, por isso, “a prisão preventiva se impõe a bem da ordem pública, para interromper e prevenir a continuidade da prática de crimes graves contra a administração pública e de lavagem de dinheiro”.

Moro ainda classificou de “perturbadora” a tabela apreendida em março com o doleiro e delator Alberto Youssef, com uma lista de cerca de 750 obras públicas de infraestrutura. Ali, constavam “a entidade pública contratante, a proposta, o valor e o cliente do referido operador, sendo este sempre uma empreiteira”.

LAVAGEM DE DINHEIRO O inquérito e a posterior denúncia da fase chamada Juízo Final deve ser concluído até 14 de dezembro. Atualmente, a Operação Lava-Jato é composta de dezenas de inquéritos e 10 ações penais em andamento. O processo principal, que trata da lavagem de dinheiro utilizando como conexão as empresas Camargo Corrêa, Sanko Sider e MO Consultoria, espera apresentação das alegações finais dos réus, entre eles, Paulo Roberto Costa, o doleiro Alberto Youssef, o sócio da Sanko Sider Márcio Bonilho e os irmãos Leandro e Leonardo Meirelles.

O processo criminal que trata da destruição de provas por parte de familiares de Paulo Roberto Costa está suspenso em razão da delação premiada do ex-diretor da estatal. Após 15 de dezembro, o Ministério Público terá que dizer se quer ouvir as filhas e genros dele.

A ação penal mais adiantada, entre as não sentenciadas, se refere a várias operações de lavagem de dinheiro por meio do laboratório Labogen. Ele está registrado em nome dos irmãos Meirelles, mas a polícia suspeita de que o verdadeiro dono é Alberto Youssef. Agora, falta apenas a sentença do juiz Sérgio Moro.

Os dois processos com sentenças já proferidas se referem à evasão de divisas e tráfico internacional de drogas. A doleira Nelma Kodama, que tentou sair do Brasil com 200 mil euros na calcinha, foi condenada a 18 anos de prisão. Já Renê Luiz Pereira, acusado de tráfico de drogas, pegou 14 anos. Neste mesmo processo, Youssef foi absolvido. Os réus estão recorrendo.


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