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Estado de Minas

Figuras históricas que não se reelegeram ou decidiram deixar o Senado dizem adeus ao Parlamento

Políticos como Eduardo Suplicy, Pedro Simon, José Sarney e Casildo Maldaner, todos com mais de 10 anos de casa, não estarão no Congresso no ano que vem


postado em 10/11/2014 06:00 / atualizado em 10/11/2014 16:40

Pedro Simon e Eduardo Suplicy fizeram discursos emocionados. Juntos, os dois somam mais de 60 anos de Senado(foto: Geraldo Magela/Agência Senado e Moreira Mariz/Agência Senado)
Pedro Simon e Eduardo Suplicy fizeram discursos emocionados. Juntos, os dois somam mais de 60 anos de Senado (foto: Geraldo Magela/Agência Senado e Moreira Mariz/Agência Senado)

Brasília – Eduardo Suplicy (PT-SP), Pedro Simon (PMDB-RS), José Sarney (PMDB-AP) e Casildo Maldaner (PMDB-SC) estão entre os senadores com mais de 10 anos de Casa que não renovaram os mandatos para 2015. Alguns por vontade própria, como Sarney, Maldaner e outros 10 parlamentares que preferiram não disputar as eleições deste ano. Outros cinco – entre eles, Simon e Suplicy, não foram reeleitos. Assim, passado o primeiro turno das eleições, vários desses personagens têm ocupado a tribuna do Senado nos momentos de pouca atividade e baixo quórum para se despedir da instituição e da vida pública. Alguns chegaram a se emocionar, como Suplicy, que soma mais de 20 anos na Casa. Afinal, o Senado, como definiu o antropólogo, educador e ex-senador Darcy Ribeiro (1922-1997), “(...) é melhor do que o céu, pois nem é preciso morrer para estar nele”.

Simon escolheu a segunda semana após o primeiro turno das eleições para dizer adeus. Era uma quarta-feira, 15 de outubro, na qual se comemorava o Dia do Professor, e o plenário estava praticamente vazio. No microfone se revezavam os senadores Casildo Maldaner, Cristovam Buarque (PDT-DF) e Ana Amélia (PP-RS), que perdeu a disputa pelo governo gaúcho. Derrotado por José Serra (PSDB-SP) dias antes, Suplicy presidia a sessão. “Como, para Vossa Excelência, senador, também para mim não vai ser fácil mudar os 30 anos, os 32 anos de convivência nesta Casa”, disse-lhe Simon ao tomar a palavra. Juntos, os dois somam mais de 60 anos de Senado. “Já antes da eleição, eu tinha me despedido, comunicando aos meus irmãos que, aos 84 anos – completando 85 exatamente em 31 de janeiro, quando encerro meus 32 anos de senador –, acho que a missão nesta Casa estava cumprida”, lembrou Simon.

Após fazer uma retrospectiva da vida política do país no último quarto de século, Simon mandou uma sugestão ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT): “Enxugue o seu partido. Faça do seu partido uma grande legenda”. “Eu achava que o MDB era o melhor partido do mundo, que as pessoas eram as melhores que conheci. Quando chegamos ao governo, percebi que o MDB estava cheio de gente tão ruim ou pior do que as outras. O PT também. Você, Lula, deve estar vendo isso agora”, discursou.

Gramados

Uma semana antes de Simon ocupar a tribuna, Suplicy e Maldaner fizeram pronunciamentos de despedida do Senado. A sessão de 7 de outubro, uma terça-feira pós-primeiro turno, era presidida por Jorge Viana (PT-AC) e havia poucos parlamentares presentes. Maldaner levou a esposa, Ivone, e Jandrey, um dos três filhos. “De minha parte, depois de mais de 50 anos de caminhada, digo que deixarei os gramados. Comecei meu primeiro mandato há mais de meio século, em 1962. Tinha 20 anos quando fui eleito vereador, indo à Câmara Municipal a cavalo – naquele tempo, era assim mesmo. Repito um dito conhecido aos que me perguntam se vou, agora, descansar: para descansar, a gente tem a eternidade”, disse Maldaner.

Suplicy, por sua vez, aproveitou um de seus últimos discursos na tribuna do Senado para agradecer os poucos mais de 6 milhões de votos obtidos e para parabenizar a presidente Dilma Rousseff (PT) pela votação no primeiro turno. O parlamentar também comentou a relação com as redes sociais – durante a campanha, ele escrevia as próprias postagens em vez de delegar a função à equipe de comunicação – e defendeu, mais uma vez, o projeto da Renda Básica de Cidadania, talvez sua maior obsessão ao longo da carreira. “Em qualquer circunstância em que eu esteja, vou continuar a batalhar pelos mesmos objetivos, princípios, anseios e valores de construção de um Brasil justo e civilizado”, discursou.


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