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Estado de Minas

Dilma busca estratégia para amenizar pressões

Enquanto o PMDB articula a renovação do grupo anti-Planalto na Casa, o PT estuda uma forma de equilibrar as forças. No meio do fogo cruzado, a presidente Dilma apela a Lula


postado em 05/11/2014 06:00 / atualizado em 05/11/2014 07:38

Eduardo Cunha (E) se reuniu com a bancada do PMDB ontem: articulações a pleno vapor para lançar candidatura à Presidência da Câmara(foto: Zeca Ribeiro/Camara dos Deputados)
Eduardo Cunha (E) se reuniu com a bancada do PMDB ontem: articulações a pleno vapor para lançar candidatura à Presidência da Câmara (foto: Zeca Ribeiro/Camara dos Deputados)
As indefinições da reforma ministerial, as pressões do PT e dos partidos de esquerda para dar um tom mais progressista ao segundo mandato e as movimentações do PMDB – e de outras legendas – para recriar o blocão anti-Planalto na Câmara levaram a presidente reeleita Dilma Rousseff (PT) a pedir ajuda ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os dois se reuniram na noite de ontem, na Granja do Torto, para tentar amenizar as turbulências que se avolumam diante do Palácio.

A presidente recebeu, na manhã de ontem, o governador do Ceará, Cid Gomes (Pros) - cotado para ser o próximo ministro da Educação, embora mantenha o desejo de se tornar consultor do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) - e o governador eleito do estado, Camilo Santana (PT). Ele articula a criação de uma frente alinhada com os partidos mais voltados à esquerda na expectativa de atenuar as chantagens que o governo vem sofrendo, especialmente do PMDB da Câmara. Após encontro com Dilma, Cid disse que é fundamental que a petista possa ter, além do PT, dois partidos ou frentes fortes para ajudá-la na governabilidade. “Penso que esse movimento, de ter uma frente ou um partido de centro para além do PMDB e um partido ou frente à esquerda, ajuda na governabilidade e reduz o espaço da pressão que muitas vezes beira até a chantagem”, explicou.

A sugestão do governador é seguir a ideia do presidente PSD, Gilberto Kassab, que tem conduzido a criação do Partido Liberal, composto de um grupo mais alinhado com a direita para integrar a base do governo. No caso de Cid, a proposta inclui atrair governadores de partidos como PDT, PCdoB e insatisfeitos de legendas como PSB e até Psol. “A criação de uma frente na Câmara tem que ser discutida para que a gente aprimore e veja a melhor estratégia. O melhor, para mim, seria, inicialmente, compor a frente e que ela possa evoluir, na sequência, a um partido novo, que resulte da fusão de algumas legendas”, disse o governador do Ceará. Para ter peso político, o ideal, segundo o governador, é que a frente tenha pelo menos 10% dos deputados da Câmara e conte com atuação no Senado.

Rebeldes

Na Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) deu sequência ontem às articulações em torno do apoio ao seu nome na disputa pela presidência da Casa. O parlamentar reuniu líderes dos partidos do chamado blocão para um almoço no apartamento funcional dele em Brasília. “Eu comuniquei a eles que a minha bancada havia me autorizado a dar início a essas conversas”, explicou Cunha, dizendo ainda que “foi boa a receptividade” entre os líderes.

Ao longo do dia, parlamentares petistas mandaram recados a Cunha. “Do mesmo jeito que há conversas do lado de lá, há do lado de cá também”, disse o deputado José Guimarães (PT-CE), após reunião da bancada. “Tem muita gente também que está conversando conosco... Inclusive do PMDB... Inclusive o Henrique”, disse ele, referindo-se ao atual presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). O mesmo tom foi adotado momentos antes pelo líder do governo, Henrique Fontana (PT-RS). “Tem muitas reuniões que não estão divulgadas na mídia, tem candidaturas que divulgam, outras que trabalham de forma mais reservada. Tem muita água para passar debaixo da ponte.”

PSB O PSB, partido de Marina Silva na corrida à Presidência da República, analisa a indicação do deputado mineiro Júlio Delgado para uma nova tentativa de comandar a Câmara, a exemplo de 2012. Líder do PSB na Câmara, o deputado Beto Albuquerque (RS), que concorreu à Vice-Presidência na chapa com Marina, reforçou a intenção do partido de buscar novo protagonismo na Casa. “Em 2012, o PSB teve candidato a presidente da Câmara e apoiamos uma candidatura alternativa a presidente do Senado. Nossa ideia é buscar de novo esse protagonismo”, frisou. No Senado, a legenda deve seguir independente do governo, mas como uma oposição “saudável”. Uma reunião da Executiva da sigla no fim do mês cravará a posição oficial, assim como o posicionamento da bancada na disputa pela presidência do Senado.

Se levar adiante a intenção de lançar candidato à presidência da Câmara, o PSB terá de enfrentar Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e um dos nomes a ser definido pelo PT. Na lista petista, Arlindo Chinaglia (SP) e Marco Maia (RS) são os mais cotados José Guimarães (CE) corre por fora.

Armas petistas

A página oficial do PT publicou ontem uma convocação aos militantes para que “se armem” contra o “terceiro turno das eleições presidenciais”. O site estampa a frase “militância, às armas”, seguida por uma imagem de um computador, um notebook, um tablet, um smartphone e um megafone, com o apelo: “Mantenha-se informado em nossos canais e arme-se com argumentos para rebater a ignorância nas redes e nas ruas”. A nota, ainda que de maneira indireta, remete às manifestações de rua ocorridas no sábado pedindo o impeachment da presidente reeleita. “A vitória de Dilma Rousseff revelou o desespero de setores que insistem em ignorar a vontade da população demonstrada nas urnas”, afirma o texto petista.


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