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Estado de Minas

Candidatos sem dinheiro para campanha buscam votos no corpo a corpo

Candidatos "nanicos" driblam verba escassa com criatividade


postado em 15/09/2014 00:12 / atualizado em 15/09/2014 10:25

Fidélis Alcântara (D), do Psol, aproveita a panfletagem para apresentar pessoalmente suas propostas(foto: Euler Júnior/EM/D.A Press)
Fidélis Alcântara (D), do Psol, aproveita a panfletagem para apresentar pessoalmente suas propostas (foto: Euler Júnior/EM/D.A Press)

“Não, obrigado, já tenho”, diz um senhor que passava pela Rua Pernambuco, em frente a um colégio. Também virando as costas, duas senhoras seguem em frente, fugindo do panfleteiro. Vida difícil, mas ainda tem gente que dá atenção e se surpreende ao saber que quem está ali, sem um batalhão de apoiadores vestindo a camisa e câmeras e flashes em volta, é um candidato ao governo. Assim é a campanha de quem concorre sem dinheiro para contratar gente para fazer muito barulho e multiplicar sua presença pelos vários cantos do estado.

Debates em colégios e associações de classe são essenciais na estratégia de candidatos com Eduardo Ferreira (D), do PSDC(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Debates em colégios e associações de classe são essenciais na estratégia de candidatos com Eduardo Ferreira (D), do PSDC (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)

Bem diferente dos dois principais candidatos ao governo que polarizam a disputa, o petista Fernando Pimentel e o tucano Pimenta da Veiga, geralmente recebidos com fogos de artifício e um batalhão de militantes entoando gritos de guerra, o publicitário Fidélis (Psol) chegou andando ao Colégio Santo Antônio em um dos atos quase solitários de campanha. Veio de casa com um candidato a deputado da Frente de Esquerda e outro militante. “Toda hora é hora, hoje aproveitei para panfletar pertode casa”, diz. Com pouca estrutura, a seleção dos locais de campanha é estrategicamente justificada: “Os estudantes gostam muito da gente, nos procuram nas redes sociais. Teve uma que se apresentou e ficou distribuindo material com a gente”, conta o candidato.

Túlio Lopes (candidato ao governo), Pedro Rennó (Assembleia) e Pablo Lima (Senado), do PCB, usam corneta para atrair eleitores(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Túlio Lopes (candidato ao governo), Pedro Rennó (Assembleia) e Pablo Lima (Senado), do PCB, usam corneta para atrair eleitores (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

Apoio

Com ele não tem tempo ruim: vai a pé, de ônibus ou de carona, rachando a gasolina. Sem carro de campanha e verba para pagar hotel, conta com a hospedagem de amigos e simpatizantes do partido para viajar o estado. Assim, ele já foi a algumas cidades e pretende rodar mais. “Nossa campanha é diferente, porque não aceitamos dinheiro de empresas”, frisa Fidélis, mas não em tom de queixa. Ele aproveita para pregar essa ideia, inclusive, para um senhor que passava dizendo que políticos são ladrões. A este disse que sua batalha é para mudar a política, especialmente no seu financiamento. “Nossa campanha é limpa, por isso temos condições de ir às ruas conversar com as pessoas”, comentou.

Um pouco diferente é a estratégia do professor Túlio Lopes (PCB). O candidato a senador na chapa, Pablo Lima, vai na frente tocando uma espécie de corneta e ele vai na sequência entregando os panfletos. Desse modo, e com uma bandeira do PCB, os dois foram a Ouro Preto. “Fui de carona com o candidato a senador”, conta o candidato. A dupla também fez panfletagens no Centro de BH, abordando passageiros de ônibus. Em uma delas, com uma camisa do América, Túlio Lopes abordava pessoas na fila do coletivo e entregava santinhos.

Nas agendas, Túlio tem visitado ocupações urbanas e investido em reuniões com sindicalistas, especialmente os da área da educação, e encontros com estudantes. Ele concentra a campanha na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Geralmente, são três atividades no dia. “Vamos de trem para Ipatinga. Nas viagens ficamos na casa de apoiadores. O principal da nossa campanha é debater, muito mais do que uma campanha comercial, como fazem os outros.”

Doações


Lopes também critica o que chama de abuso do poder econômico entre os grandes candidatos, não aceita doações de empresas e defende a mobilização dos voluntários. “Achamos interessante a panfletagem do próprio candidato, principalmente nas escolas e fábricas. As campanhas dos “Pimentas” abusam do poder econômico, pagam jovens bonitos e bonitas para panfletar na rua”, critica o professor de história e atualidades. Ele fez uns 200 mil cartões de visita com o endereço de seu site na internet. No jantar de adesão que promoverá, pretende conseguir mais verba para continuar a campanha. “Estou disputando o terceiro lugar e logo vou colar nos que estão em segundo. A adesão à nossa campanha é grande, principalmente do servidor público massacrado”, prevê, otimista.

 


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