Denise Rothenburg

A união partidária começou a ser construída em abril, quando Aécio fez um gesto para manter o ex-governador de São Paulo, José Serra, no PSDB. Dali para a frente, foi questão de tempo acomodar o ex-governador de forma confortável na legenda e, a partir desse ponto, conquistar a segunda colocação segura nas pesquisas foi um processo que o senador mineiro deveu especialmente a seus conterrâneos e às viagens que fez pelo país, ancorado no desejo de mudança da população, faturou por pertencer ao partido hoje mais identificado como oposição ao PT.
Quanto ao espaço em São Paulo, o PSDB acredita que foi consequência da união do partido. Não por acaso, é ideia dos estrategistas de Aécio dar a José Serra papel fundamental na formatação do programa de governo. O discurso do ex-governador ontem foi tido como a maior demonstração de unidade do PSDB. Serra, que sempre discursava com referências às suas próprias realizações, ontem deixou clara a união do partido em torno da campanha: "Você sempre teve a qualidade de juntar as melhores pessoas para os cargos-chave do seu governo, o que lhe permitiu ser reeleito, fazer seu sucessor e eleger-se senador", afirmou, referindo-se ao candidato tucano.
Serra previu ainda uma dura campanha pela frente: "Nunca houve uso tão descarado do dinheiro público para alimentar falsidades, difamar adversários e fomentar uma indústria do achincalhamento e da demonização da divergência. Ao longo de nossa jornada, enfrentamos dossiês, calúnias industriadas, profissionais contratados para produzir mentiras; ladrões da honra alheia, que só entendem a política como o terreno da destruição do outro", disse o ex-governador.
Serra ainda não definiu se concorrerá ao Senado ou à Câmara dos Deputados, uma vez que ainda precisa esperar a definição da aliança de Geraldo Alckmin na campanha pela reeleição ao governo de São Paulo. A maior incógnita é o ex-prefeito Gilberto Kassab, que, convidado a deixar o governo Dilma Rousseff e se aliar ao PSDB no plano nacional, ainda não fechou uma posição.

Ele não poupou elogios ao canditado tucano. “Aécio tem todas as qualidades, gosta da vida, gosta das pessoas. Não é algo distante. Sabe delegar e cobrar resultados danto a impressão de que não custa nada. Custa e muito. Sabe fazer. Conseguiu juntar todos nós. O partido está unido. A história passa pelo coração, pela vontade, pela liderança de Aécio Neves", afirmou. (DR)
