O adiamento nessa terça-feira da votação da emenda que mantém o regime fechado para devedores de pensão alimentícia deu um dia extra para a bancada feminina buscar apoio na Câmara dos Deputados. A proposta, que prevê mudança no texto-base do projeto de lei do novo Código de Processo Civil, deve entrar na pauta desta quarta-feira da Casa. As parlamentares que defendem a detenção dos inadimplentes sem direito a saída para trabalhar aproveitaram o dia de ontem para trabalhar pela matéria. A maioria dos líderes de partidos se posicionou a favor da ala das mulheres, que é contra o regime semiaberto, aprovado em novembro pela comissão especial responsável pelo novo código. Enquanto isso, outros grupos querem o fim da prisão fechada para quem atrasa o pagamento. O deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB/SP) faz campanha contra a emenda e pode pedir a verificação dos votos, para saber a escolha de cada parlamentar.
São necessários 257 votos para que a emenda seja aprovada. Ontem, o relator da comissão especial, o deputado Paulo Teixeira (PT/SP), voltou a declarar apoio à emenda. Segundo ele, a prisão é uma estratégia para a cobrança que “está dando certo”. “É um meio coercitivo de pagamento. E quase ninguém é preso, porque quando vem o decreto de prisão, a pessoa paga”, diz. Teixeira explica que a comissão decidiu pelo semiaberto devido à tendência atual do direito penal de que o devedor não deve ser preso. É com esse pensamento que o deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB/SP) advoga contra a bancada feminina e sua emenda.