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Estado de Minas

STF critica corregedora por declarações sobre o julgamento do Mensalão

Eliana Calmon diz que sociedade julgará Supremo e provoca reação de Marco Aurélio Mello


postado em 25/07/2012 06:00 / atualizado em 25/07/2012 07:01

As declarações da corregedora nacional de Justiça, Eliana Calmon, de que o Supremo Tribunal Federal será “julgado” pela opinião pública durante o processo do mensalão não foram bem digeridas por ministros da suprema corte. Marco Aurélio Mello classificou de “inoportuna” a afirmação feita segunda-feira pela ministra Eliana, em São Paulo, antes de proferir uma palestra no Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP).

“O Supremo Tribunal Federal não é julgado. O Supremo julga e tem a última palavra. É uma visão equivocada da ministra Eliana. Não estamos preocupados em formar a minoria ou a maioria no julgamento”, afirmou Marco Aurélio em entrevista ao
Estado de Minas. “Penso que a fala não contribui para o engrandecimento do Judiciário, porque acaba colocando o Supremo como se fosse uma instituição passível de sofrer pressões. Isso não existe”, completou o ministro.

Na avaliação de Marco Aurélio, o julgamento não se dará em meio a emoções, sendo que os ministros são técnicos que julgam de acordo com a Constituição, e não em meio a influências externas. Para o magistrado, tem havido “uma excitação indevida” em torno do julgamento da ação penal do mensalão, que está previsto para ser iniciado na quinta-feira da semana que vem.

Em São Paulo, Eliana Calmon havia dito que o julgamento “será um grande momento para se ter a ideia do que representa o STF dentro de uma expectativa da sociedade” e, ainda, que a Corte terá “o seu grande julgamento ao julgar o mensalão”.

Marco Aurélio disse ter conversado ontem, por telefone, com um colega do Supremo, que também reprovou as declarações de Eliana. “No dia em que o integrante do Supremo perder a equidistância no julgamento, o país estará muito mal. Vi (a declaração de Eliana) como absolutamente inoportuna”, destacou Marco Aurélio, que exerce interinamente a função de presidente do Supremo desde ontem, devido à ausência do presidente, Carlos Ayres Britto – que decidiu descansar antes da reabertura dos trabalhos no Judiciário –, e do vice, Joaquim Barbosa.

Segurança

Preocupado com a segurança da sede do Supremo durante o julgamento do mensalão, que deverá se estender por mais de um mês, Ayres Britto afirmou ontem, por meio de nota divulgada pela assessoria de imprensa do STF, que estuda a possibilidade de usar homens da Polícia Federal (PF) para reforçar a segurança nas imediações da Suprema Corte.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, ofereceu a Britto, durante encontro na semana passada, o auxílio logístico da PF para garantir a proteção das pessoas que acompanharem o julgamento no tribunal e em suas proximidades, e a preservação das instalações do STF.

O uso de homens da Força Nacional de Segurança, porém, está descartado. Além de cogitar o pedido de agentes da PF, o Supremo irá avaliar a necessidade de solicitar ao governo do Distrito Federal um reforço no número de policiais militares que atuarão na Praça dos Três Poderes e em toda a área externa do Supremo. Dentro do prédio do STF não haverá policiamento, apenas seguranças da Casa.

 


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