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Estado de Minas

Ligações para lá de conhecidas comprometem políticos de Goiás com Cachoeira


postado em 12/07/2012 06:00 / atualizado em 12/07/2012 08:50

Brasília – Não é de hoje que a República sabe do envolvimento de Carlinhos Cachoeira com autoridades de Goiás. Documentos da Subsecretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República monitoraram Cachoeira, o governador de Goiás Marconi Perillo, o deputado Jovair Arantes e outros políticos goianos com o objetivo de desvendar o que chamavam, no ano de 1999, de esquema de crime organizado no jogo do bicho em Goiás. "O jogo do bicho tem expandido suas atividades em Goiás, contando, para isso, com a colaboração de políticos e a conivênvia de autoridades locais. Atualmente, por meio da empresa de fachada, a Look Loterias administra a Loteria de Goiás, respaldada em contrato com vigência até 20 de julho de 2010", diz informe da SAE, de agosto de 1999.

Os papéis se tornaram públicos após a regulamentação da Lei de Acesso à Informação e fazem parte do acervo do Arquivo Nacional. Outros personagens que hoje são citados nas investigações da CPI do Cachoeira, como o deputado Stepan Nercessian, o prefeito de Aparecida de Goiás, Maguito Vilela, e o senador cassado ontem, Demóstenes Torres, também foram monitorados pelo governo por suposto envolvimento com esquema do jogo do bicho comandado por Cachoeira, no fim da década de 1990.

De acordo com as apurações, Cachoeira, juntamente com Júlio Cesar de Almeida Ramos, seria um dos proprietários da empresa Look Loterias, uma espécie de "consórcio" do jogo do bicho com braços em outros estados como Rio de Janeiro e São Paulo. À época, Marconi Perillo exercia seu primeiro mandato como governador de Goiás e Demóstenes era o Secretário de Segurança Pública do estado.

O que os agentes da SAE relatam sobre a suposta "conivência" de autoridades com o crescimento do jogo do bicho em Goiás passaria por lobby de integrantes do Executivo estadual para legalizar a jogatina. Emissário do governo de Goiás teria procurado a Presidência da República, durante o segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso, para conversar sobre a possibilidade de o Executivo federal abrir conversas para discutir a legalização do jogo do bicho, como forma de os estados aumentarem a arrecadação. A suposta "simpatia" das autoridades de Goiás à legalização da jogatina estaria refletindo em uma generalizada falta de repressão às bancas de jogos de bicho espalhadas pela capital.

Até mesmo a proximidade dos chefes do esquema de contravenção com o Atlético Clube Goianiense, que aparece nas escutas da Polícia Federal que compõem o inquérito da Operação Monte Carlo, é mencionada no monitoramento da Subsecretaria de Assuntos Estratégicos. O clube é apontado como suposto beneficiário dos recursos movimentados pelo jogo do bicho. No relatório dos agentes do governo, a composição dos escritórios regionais dos partidos PSDB, PMDB e PL (que se dissolveu e atualmente compõem o PR) foi levantada. O trabalho da Polícia Civil e a atuação da Secretaria de Segurança Pública também integram o relatório da SAE na apuração sobre o jogo de bicho em Goiás.

 


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