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Estado de Minas

Roberto Brant deixa PSD por discordar de ingerência de Kassab em BH


postado em 08/07/2012 07:48

O novo PSD não resiste à primeira campanha política sem baixas. Nesta segunda-feira, Roberto Brant, vice-presidente nacional, formalizará o seu desligamento, encaminhando à executiva nacional o pedido de desfiliação. O pivô da decisão: a intervenção do presidente nacional da legenda, Gilberto Kassab, junto à bancada federal mineira, orientando, sem consulta prévia à executiva estadual e municipal, ao apoio à candidatura de Patrus Ananias (PT).

O PSD havia aprovado, em convenção realizada em 23 de junho, o apoio à candidatura de Marcio Lacerda (PSB), além da chapa proporcional em coligação com o PPS. A convenção antecede a ruptura entre o PT e o PSB, quando se esperava que o PT indicasse o vice da chapa de Lacerda. Brant critica não o apoio a Patrus, mas os métodos de Gilberto Kassab. “Fiquei indignado quando soube que o prefeito de São Paulo tomou um avião e foi a Brasília orientar os deputados federais a mudar a sua posição política nesta eleição. Veja que eu acho que seria muito natural que o partido aqui apoiasse Patrus Ananias, aliás, uma das poucas pessoas do mundo político com quem tenho prazer em conviver. Mas o processo não foi esse”, considerou.

Segundo Brant, o PSD tem um ano de existência e a executiva nacional nunca se reuniu. “Todas as decisões são tomadas por Kassab. Quando foi criado, o argumento era para libertar os filiados do DEM da escravidão partidária. Na prática, o PSD se tornou o partido mais personalista do país. As decisões são tomadas por Kassab secretamente. O PSD se tornou um partido secreto”, disse Brant.

Na avaliação de Roberto Brant, Kassab quis fazer um gesto em direção de Dilma Rousseff e de Lula, passando por cima da legenda em Minas. “Se o Marcio Lacerda cumpriu ou deixou de cumprir acordo com o PT, o que desconheço, não é assunto do PSD. O PSD não é fiscal do PT”, afirmou Brant. Em sua avaliação Kassab ficou devedor do PT de São Paulo, por ter mudado de lado na eleição à prefeitura. “Ele ficou devendo favor e quis pagar com Belo Horizonte. Mas Belo Horizonte não é moeda de pagamento de favores”, disse, referindo-se ao fato de o PSD ter em São Paulo sinalizado, em princípio com apoio ao PT e, na sequência, aderido à candidatura de José Serra (PSDB).

“Estou saindo. A intervenção em Belo Horizonte foi, para mim, o limite”, afirmou. “Não vou patrocinar um partido que teve vitórias nos tribunais e agora usa isso com interesse puramente pessoal”, acrescentou.


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