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Estado de Minas

Depoimentos de governadores vão trazer tensão à CPMI do Cachoeira

Depoimentos de Marconi Perillo e Agnelo Queiroz vão trazer disputa política às investigações sobre tentáculos de Cachoeira. Falas devem refletir disputa entre PT e PSDB


postado em 11/06/2012 06:57 / atualizado em 11/06/2012 09:23

Marcados para amanhã e depois, os depoimentos dos governadores de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), devem acirrar os ânimos entre governistas e oposicionistas nesta que promete ser a semana mais tensa da CPI do Cachoeira desde sua instalação. A bancada petista trabalha para emplacar a quebra dos sigilos telefônico e bancário de Perillo, com base nas dúvidas levantadas em torno da evolução patrimonial do governador e das contradições em torno da negociação da casa que ele teria vendido ao bicheiro Carlinhos Cachoeira.

A estratégia do partido é disseminar o entendimento de que o tucano abriu as portas de seu governo para a organização criminosa comandada pelo contraventor. Perillo precisará explicar as incongruências entre sua versão para a venda do imóvel — segundo ele, adquirido pelo empresário Walter Santiago por R$ 1,4 milhão, pago em dois cheques de R$ 500 mil e um de R$ 400 mil — e a versão do empresário, que afirma ter pago o montante em espécie.

Outro ponto a ser esclarecido por ele é a denúncia do radialista Luiz Carlos Bordoni de que teria sido pago pela empresa Alberto & Pantoja Construções por serviços prestados durante a campanha de Perillo ao governo de Goiás. As possíveis relações entre a ex-chefe de gabinete de Perillo Eliana Gonçalves Pinheiro e a quadrilha de Cachoeira também devem ser um flanco de ataque para os petistas. Eliana foi flagrada em conversas telefônicas gravadas pela Polícia Federal avisando o prefeito de Águas Lindas de Goiás (GO), Geraldo Messias, que agentes da PF fariam uma busca em sua residência. Após as revelações, ela pediu sua exoneração do cargo.

A estratégia do partido durante o depoimento de Perillo será definida hoje, em reunião da bancada do PT. “O que há de mais problemático para o governador explicar é a existência, em sua conta bancária, de depósitos de cheques assinados por membros da quadrilha”, acredita o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP).

Na avaliação do deputado, os depoimentos dados até agora levam a duas hipóteses que incriminariam Perillo. Na primeira, o imóvel foi vendido por R$ 2,8 milhão, e não pelo valor declarado pelo governador, de R$ 1,4 milhão. “O restante teria ido para um caixa dois de Perillo”, explica Vaccarezza. Outra possibilidade explorada pela bancada é de que parte do dinheiro pago pela casa tenha sido referente a outras negociações entre o tucano e a quadrilha, diz o deputado. “Existem muitos indícios de que há uma ligação forte entre o governador e Cachoeira, desde as negociações financeiras até a existência de uma cota de funcionários do bicheiro dentro da estrutura do governo do estado”, afirma Vaccarezza.

Tucanos se armam

No lado oposto do tabuleiro político da comissão, o deputado Fernando Francischini (PSDB-PR) afirma que se limitará a “perguntas técnicas” no questionamento ao governador Agnelo Queiroz. “Tudo terá a ver com o foco das investigações da CPI”, afirma o parlamentar. A bancada tucana, contudo, pretende também alvejar Agnelo com questões relacionadas a sua atuação no Ministério do Esporte. “Minha principal preocupação será esclarecer a questão dos contratos da Delta em Brasília na área da coleta de lixo urbano e a tentativa da empresa de obter o contrato com o DFTrans de concessão do serviço de bilhetagem eletrônica de ônibus na capital”, diz Francischini.

Colega de partido de Perillo, o deputado acredita que o governador deverá se concentrar nas contradições em torno da compra do imóvel onde Cachoeira acabou sendo preso pela Polícia Federal. “Ele terá oportunidade de esclarecer as informações já fornecidas pelo empresário Walter Santiago e pelo ex-vereador Wladimir Garcez. O mais importante será desfazer todas as contradições que apareceram nos depoimentos até agora”, observa.

O desempenho dos dois governadores será decisivo para a votação dos requerimentos de quebra de sigilo fiscal, bancário e telefônico de Agnelo e Perillo, que deve acontecer já na quinta-feira. No mesmo dia, a comissão deverá analisar nove pedidos de convocação do ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antonio Pagot. “Eu vou me sentir envergonhado perante meu eleitor se Pagot não vier ser ouvido”, afirma Francischini. “Ele tem colocado em xeque toda a CPI com suas declarações. Será uma grande desmoralização se ele não vier”.

Semana quente

» Amanhã
Depoimento do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB)

» Quarta-feira
Depoimento do governador do DF,
Agnelo Queiroz (PT)

» Quinta-feira
Votação de requerimentos. Fazem parte da lista a quebra de sigilo de Marconi Perillo e de Agnelo Queiroz; convocação do ex-diretor-geral do Dnit Luiz Antonio Pagot; e a convocação do dono da Delta Construções, Fernando Cavendish

 


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