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Estado de Minas

Vaccarezza está com pé fora da CPMI de Cachoeira

Mensagem na qual Vaccarezza promete blindar o governador do Rio gera constrangimentos e parlamentares defendem o desligamento do deputado da comissão. Ele nega blindagem


postado em 19/05/2012 08:43

Brasília – A situação do deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) como integrante da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira se aproximou do insustentável depois que ele foi flagrado mandando uma mensagem de texto pelo telefone celular na qual tranquiliza o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), um dos possíveis convocados para depor no colegiado. Agora, a cúpula do PT só vê uma saída para que o deputado tente se redimir: pedir o desligamento do colegiado. Caso contrário, não está descartada a substituição dele por um correligionário. O descuido de Vaccarezza reforça a versão defendida pelos parlamentares da oposição de que a base aliada está concentrada em manter as investigações distantes dos partidos governistas, principalmente PT e PMDB.

Na sessão de anteontem, uma equipe do SBT filmou Vaccarezza enviando um SMS para Cabral: “A relação com o PMDB vai azedar na CPI, mas não se preocupe, você é nosso e nós somos teu (sic)”, dizia o texto recebido pelo governador fluminense. O desconforto na relação entre os dois maiores partidos da base aliada estourou na semana passada, quando o PMDB não concordou em abraçar os dois principais pleitos de boa parte dos petistas que integram a CPI: atacar publicamente o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, e votar a favor da convocação de jornalistas para prestarem depoimentos. Essa seria a fatura cobrada pelo PT para continuar poupando Cabral do comparecimento à comissão.

O líder do PT no Senado, Walter Pinheiro (BA), já havia procurado Vaccarezza, na quarta-feira, para pedir que ele não alterasse o foco proposto pelo relator do colegiado, o deputado petista Odair Cunha (MG), cujo plano de trabalho limitava a investigação à seccional da construtora Delta no Centro-Oeste, que mantinha diversos contratos com o governo de Goiás, do tucano Marconi Perillo. Além disso, Pinheiro orientou os senadores Jorge Vianna (PT-AC) e José Pimentel (PT-CE), representantes da legenda na CPI, a segurarem o ímpeto de Vaccarezza. Agora, a veiculação do contato entre o deputado e Cabral gerou revolta dentro do PT.

Além de reduzir a credibilidade da atuação do partido na CPI, o passo em falso de Vaccarezza empurrou Cabral para o centro das atenções novamente. Isso já havia ocorrido quando foram divulgadas fotos do governador dançando e com guardanapos na cabeça ao lado de Fernando Cavendish, um dos donos da construtora Delta, que teria o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, como sócio oculto. “Vimos uma declaração de amor flagrada por uma câmera indiscreta. Esse fato só acrescenta argumentos à defesa da convocação do Cabral. Essa declaração de cumplicidade reforça a tese de que os governadores devem comparecer. Essa confissão de blindagem pegou mal para a comissão”, argumentou o líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR).

Pressão Na próximo encontro da CPI, a oposição vai voltar a carga contra Vaccarezza e o PT, tentando pressioná-lo a entregar a cadeira no colegiado. “Que papelão. Ele (Vaccarezza) revelou explicitamente o que estava nos bastidores: a blindagem. Vimos um investigador trocando mensagens com um investigado em potencial. Isso compromete muito. O ideal, agora, seria o PT afastá-lo. Se não ocorrer, vamos ver algum tipo de medida. Queremos saber do senhor Vaccarezza ‘quem é nosso e quem é seu’”, reforçou o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP).

Em meio aos ataques, a base aliada agora tenta sustentar que a atitude do deputado petista não reflete o posicionamento de seus aliados. “Aquela é uma mensagem de um amigo para outro, um contato pessoal do Vaccarezza dizendo que não vê elementos para que o Cabral seja convocado. Eu não sei de acordo nenhum entre PT e PMDB. Aquilo foi um movimento do Vaccarezza, não da CPI”, afirmou o presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB).

Ontem, Vaccarezza emitiu nota dizendo apenas que não há blindagem na CPI e que Cabral não aparece entre os investigados da Polícia Federal e do Ministério Público. Afirma ainda que o texto da mensagem refletiu sua “preocupação pessoal com tensionamentos pontuais entre o PT e o PMDB”.

Enquanto isso...

… Parlamentar recorre ao Twitter


Um dos principais articuladores do governo na CPI do Cachoeira, o deputado federal Cândido Vaccarezza (PT-SP) usou o Twitter para se defender após a divulgação da mensagem enviada na quinta-feira na qual promete blindar o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), na comissão. Ontem, ele postou no microblog uma série de textos nos quais afirma que não há blindagem para que Cabral não seja convocado na CPI mista (leia algumas ao lado). O nome do deputado petista ficou em primeiro lugar durante a manhã nos assuntos mais comentados no Twitter. O microblog também foi usado pela oposição para criticar Vaccarezza.


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