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Estado de Minas

Para driblar risco de desgaste com Planalto, caciques de partidos ficam fora da CPMI de Cachoeira


postado em 25/04/2012 06:54 / atualizado em 25/04/2012 06:56

Os caciques dos principais partidos da base aliada ficaram de fora da CPI do Cachoeira e fizeram uma escolha por eliminação para eleger os representantes do Senado que vão investigar as relações do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com agentes públicos e privados. Como o Estado de Minas mostrou na segunda-feira, caberá a senadores com pouca representatividade, como suplentes e parlamentares em primeiro mandato, a tarefa de blindar o Palácio do Planalto da ameaça de uma CPI apoiada por opositores e governistas e que ninguém sabe onde vai respingar.

No fim da manhã, o deputado petista Odair Cunha (MG) foi anunciado como relator da CPI. À noite, em sessão do Congresso, os partidos apresentaram todos os nomes que vão integrar a comissão (veja quadro). Do PMDB, o líder da legenda, Renan Calheiros (AL), o ex-líder do governo Romero Jucá (RR) e o atual representante do Executivo no Senado, Eduardo Braga (AM), confirmaram que estão fora da CPI. Embora as justificativas públicas sejam distintas, a razão para a recusa é a mesma: risco de desgaste político e de perda de prestígio com o Planalto caso surjam denúncias contra o governo e a base aliada não consiga administrá-las. Além de Vital do Rêgo, presidente da CPI, o PMDB escalou os senadores Ricardo Ferraço (ES), que cumpre seu primeiro mandato, e Sérgio Souza (PR), suplente da atual chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann. “As pessoas não quiseram (compor a CPI). Indicamos os que toparam”, admitiu Renan Calheiros.

Demóstenes

O PT, partido da presidente Dilma Rousseff, abriu mão de uma das três vagas de titular a que tinha direito e manterá na CPI apenas os senadores da legenda que integram o Conselho de Ética, onde corre o processo de quebra de decoro parlamentar contra o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), que esteve no plenário ontem. O parlamentar anunciou que apresentará hoje a sua defesa. Cotados para uma vaga de titular, os petistas Welington Dias (PI) e Jorge Viana (AC) ficaram como suplentes – o que também ocorreu com o líder do partido, Walter Pinheiro (BA). Sobrou para Lídice da Mata (PSB-BA) uma das cadeiras de titular do bloco, que conta ainda com PDT, PSB, PCdoB e PRB.

Entre os integrantes do bloco União e Força (PR, PTB e PSC), até a suplência assusta. Presidente do PR, o senador Alfredo Nascimento (AM) pediu para deixar o posto depois de o ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit) Luiz Antônio Pagot acusar, por meio da imprensa, assessores do Planalto de trabalharem para derrubá-lo do cargo. “O cara ia entrar numa roubada dessas, tendo que escolher entre um correligionário e o governo? Claro que não”, justificou um aliado de Nascimento.

O conteúdo explosivo da CPI está garantido com a participação de parlamentares ressentidos. Parte da bancada petista, que guarda mágoas do episódio do mensalão, e o senador Fernando Collor (PTB-AL) estão nessa lista. As estratégias incendiárias não pouparão nenhum dos poderes. A primeira convocação seria a do procurador-geral da República, Roberto Gurgel. No Executivo federal, o grande temor governista recai sobre possíveis revelações de Antônio Pagot.

Enquanto isso...

… STF desmembra Processo

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski desmembrou ontem as investigações relativas à Operação Monte Carlo, determinando a abertura de três inquéritos que tramitarão no Supremo Tribunal Federal (STF). Além da investigação já existente contra o senador Demóstenes Torres (sem partido- GO), vão tramitar no STF inquéritos contra os deputados federais Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO), Sandes Júnior (PP-GO) e Stephan Nercessian (PPS-RJ). Lewandowski liberou três cópias do processo ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, para que ele decida se vai enviar aos foros competentes o pedido de abertura de inquérito contra o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, o bicheiro Carlinhos Cachoeira e o procurador-geral de Justiça de Goiás, Benedito Torres.


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