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Estado de Minas

Dilma chega em Cuba para reforçar a posição do Brasil como sócio estratégico do país

Para cubanos, visita abre caminho para acelerar o desenvolvimento


postado em 31/01/2012 06:00 / atualizado em 31/01/2012 07:28

Dilma é recebida pelo ministro das Relações Internacionais, Bruno Rodrigues (D) no aeroporto Jose Marti (foto: Enrique de la Osa/Reuters)
Dilma é recebida pelo ministro das Relações Internacionais, Bruno Rodrigues (D) no aeroporto Jose Marti (foto: Enrique de la Osa/Reuters)


Havana — Foi uma Dilma Rousseff bem-humorada que chegou no fim da tarde dessa segunda-feira ao hotel Meliá Cohiba de Havana para a primeira noite em Cuba em visita oficial como presidente do Brasil. "Estava com saudades de vocês", brincou com os jornalistas, para depois fazer mistério sobre aquele que poderia ser o primeiro compromisso, sem confirmação até o fechamento desta edição: um encontro com o ex-presidente Fidel Castro, 85 anos, líder da Revolução Cubana de 1959. "Não posso dizer", respondeu a presidente quando questionada se ainda sairia do hotel na primeira noite.

Dilma desembarcou por volta das 17h no Aeroporto José Marti e recebeu flores do chanceler Bruno Rodríguez, que representava o presidente Raúl Castro, 80, irmão de Fidel. A presidente chegou acompanhada dos ministros Antonio Patriota (Relações Exteriores), Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) e Alexandre Padilha (Saúde), além do governador da Bahia, Jacques Wagner. Hoje, ela tem um encontro com Raúl, às 10h, seguido pela assinatura de atos oficiais. Os dois presidentes, porém, não farão declarações à imprensa. À tarde, a visitante fará uma inspeção nas obras de ampliação do Porto de Mariel, a oeste da capital, principal obra de infraestrutura em andamento na ilha. O projeto de US$ 800 milhões, executado pela construtora Odebrecht com financiamento do BNDES, é a vitrine da pretensão brasileira de tornar-se o principal sócio econômico de Cuba.

Mas basta uma volta por Havana para perceber a presença brasileira, seja nos ônibus que desafogam o transporte público, seja no sucesso das telenovelas – atualmente, eles se emocionam com Pasión (Passione, por aqui). Em Cuba, o Brasil deixou de ser sinônimo apenas de diversão e esportes. Moradores da capital veem na visita da presidente uma oportunidade de estreitar laços. "Todas as novelas brasileiras são boas, sem exceção", elogia o comerciante Érik Bril, 38 anos. "Os tênis e as sandálias brasileiras também têm qualidade muito boa", acrescenta, apoiado pela mulher, Ellen Perdomo, 28. Ela considera "ótimo" o intercâmbio, mas admite que não sabe muito sobre Dilma.

Sentado sobre o muro do Malecón, o quebra-mar que é o cartão postal de Havana, o agricultor Roberto González Ruiz tinha na ponta da língua a resposta sobre a presença brasileira em seu país. "Agora mesmo estão fazendo o Porto de Mariel. Vai ser o maior porto de Cuba e vai desenvolver a nossa economia um pouco mais", comenta. Roberto não sabe dizer se há muitos produtos brasileiros no mercado cubano, mas aposta no futuro. "Espero que a visita de Dilma traga mais desenvolvimento para Cuba e mais trabalho para a gente", acrescenta.

Enquanto segurava com atenção a linha do carretel, durante uma pescaria no Malecón, o desempregado Lázaro Rodríguez, 38, falou com simpatia sobre a passagem da presidente pela ilha. "As relações com o Brasil estão passando por um momento bastante bom. Meu país se enche de orgulho com a visita", admite. Ele espera pelos frutos da cooperação, de olho nos ganhos para a economia. "Percebe-se que o Brasil tem feito muitos investimentos, especialmente em Mariel. Isso vai ser um grande passo para o nosso desenvolvimento", sustenta. Em sua edição atual, o semanário oficial Granma não aborda o giro de Dilma, mas a tevê deu destaque à visita preparatória do chanceler Antonio Patriota e exibiu uma entrevista na qual Raúl Castro abordou o tema.

Caminhando a passos rápidos pelo Malecón, Virginia Pérez Fernández, 65, abriu o sorriso quando ouviu falar de Dilma Rousseff. "Vejo a presidente com boas perspectivas para meu povo, com muitas esperanças de vivermos melhor, de sermos seres humanos melhores", disse. Ela qualificou o Brasil como "uma nação muito empreendora", capaz de abrir "muito mais possibilidades a todos nós da América Latina", mas não esqueceu a preferência nacional dos cubanos: "As novelas brasileiras reinam aqui".


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