(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Planalto endurece negociações por reajustes de aposentados e servidores do Judiciário

Congresso consegue aprovar as contas de 2012 sem aumentos para as duas categorias


postado em 23/12/2011 07:22

Protestos de servidores e negociações marcaram as discussões do Orçamento no Congresso ao longo do dia (foto: Leonardo Prado/Agência Câmara)
Protestos de servidores e negociações marcaram as discussões do Orçamento no Congresso ao longo do dia (foto: Leonardo Prado/Agência Câmara)
Brasília – O dia derradeiro para a votação do Orçamento de 2012 antes de o Congresso Nacional entrar em recesso fez o governo testar a própria força contra a base, oposição e manifestantes, ontem. O quadro de quase confronto reunia, de um lado, corredores abarrotados de protestos feitos por dezenas de servidores do Judiciário que reivindicam reajustes e negociações de bastidores conduzidas por parlamentares, de olho na liberação de emendas. Do outro, estava o governo, irredutível quanto a negociações sobre aumentos e pouco afável a conceder recursos extras para deputados e senadores. A posição do Planalto acabou prevalecendo próximo da meia-noite e o Orçamento foi aprovado em plenário.

O texto foi aprovado pelos parlamentares sem a previsão de reajuste para servidores e aposentados. Segundo líderes da base aliada ouvidos pelo Estado de Minas, um possível atraso na aprovação do Orçamento seria considerado pior para os próprios parlamentares do que para o Executivo. Por isso, o governo ganhou força nas negociações e deu de ombros para as pressões de deputados e senadores.

Em razão de 2012 ser um ano de eleições municipais, a falta de um Orçamento poderia atrasar a liberação de recursos das emendas dos deputados e senadores que disputarão o pleito, ou seja, eles deixariam de mandar dinheiro para as obras em pleno ano eleitoral. O calendário ficaria ainda mais apertado em razão de a Lei Eleitoral estabelecer que os repasses de recursos do governo federal só podem ser liberados até três meses antes das eleições. Para a presidente Dilma Rousseff, e demais Poderes, no entanto, a situação não seria “desesperadora”, pois eles poderiam utilizar até 1/12 do orçamento, além dos recursos de restos a pagar dos anos anteriores e os previstos para as estatais.

Na Comissão Mista do Orçamento, a divisão custou 10 horas de debates. O entrave na votação do projeto foi comandado pelo deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força, que, ao longo de todo o dia, insistiu em emplacar no texto da proposta um reajuste para os aposentados que ganham acima de um salário mínimo. Inicialmente, ele chegou a defender um aumento de pelo menos 11,7% para a categoria. “Passamos o dia inteiro esperando um telefonema: o de Dilma. Ela tem de receber as pessoas”, reclamou Paulinho.

Faltando apenas 30 minutos para estourar o prazo de votação do Orçamento, o deputado recuou da decisão de derrubar a votação. “Retiro o pedido de verificação, desde que a presidente Dilma responda todas as cartas das entidades que representam os aposentados. Ela não respondeu nenhuma até hoje”, ressaltou o parlamentar. Minutos antes, o líder do governo no Congresso, José Pimentel (PT-CE), anunciou da tribuna que Dilma encaminharia amanhã às entidades dos aposentados e pensionistas uma correspondência acenando com um reajuste de 5,2%. Líderes do governo prometeram encontro hoje com a presidente.

LEI KANDIR

Apesar de se recusarem a dar aumentos para servidores a aposentados integrantes do governo cederam em alguns pontos da proposta. Entre elas, ficou decidido que será destinado R$ 3,9 bilhões para a compensação dos estados pela Lei Kandir. Inicialmente, estava previsto R$ 3,4 bilhões.

Um adendo aprovado na última hora pela comissão mista, acrescido ao relatório de Chinaglia, incluiu ainda recursos para a construção do trecho norte do Rodoanel, em São Paulo. O acréscimo ao Orçamento de 2012 foi de R$ 280 milhões. Já estavam previstos R$ 770 milhões. Além do Rodoanel, o adendo estipulou recursos para uma usina de enriquecimento de urânio, para novos satélites e para o Complexo Espacial de Alcântara (MA).

OBRAS IRREGULARES

 

A comissão mista também decidiu liberar repasses de recursos do Orçamento de 2012 para 22 das obras com indícios de irregularidades graves apontados pelo Tribunal de Contas da União (TCU). O relatório aprovado prevê a suspensão de repasse para apenas cinco obras, entre elas a linha 3 do metrô do Rio de Janeiro.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)