O presidente municipal do PSDB, deputado estadual João Leite, denunciou nessa sexta-feira ao Ministério Público Federal, em nome do partido, quatro entidades mineiras por suspeita de desvio de verba do programa Segundo Tempo, do Ministério do Esporte. Duas delas que, segundo o requerimento, teriam usado recursos públicos para beneficiar deputados petistas, também fizeram parcerias com o governo do estado e com a prefeitura de Juiz de Fora, ambos comandados pelo PSDB.
A Fundação Conscienciarte, de Paracatu, acusada ter desviado recursos para custear as eleições do deputado petista Almir Paraca, também firmou convênios com o governo de Minas. No ano passado, a entidade assinou contrato de R$ 180 mil com a Secretaria de Cultura do Estado para o projeto Negro Uai. O governo de Minas, segundo o superintendente executivo da fundação, Lucivaldo Paz de Lira, também fez várias parcerias para qualificação profissional. Ele lembrou que no ano passado recebeu R$ 38 mil da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedese) para a inclusão de pessoas carentes no mercado de trabalho, no programa Usina do trabalhado. “ Há muitos anos somos parceiros do governo de Minas”, ressaltou.
Já o Instituto Cidadania, cujo presidente, José Augusto da Silva, que é do PCdoB, atuou na campanha do Secretário Nacional de Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social do Ministério do Esporte, Wadson Nathaniel Ribeiro (PCdoB), a deputado federal em 2010, foi denunciado por, entre outras coisas, ter usado o dinheiro do convênio com o governo federal para comprar caixas de pizza, pagar contas telefônicas, de bar e passagens de avião. O mesmo instituto é parceiro da prefeitura de Juiz de Fora. O último convênio aprovado pelo município foi de R$ 22 mil.
João Leite disse que o fato de as ONGs terem contratos com administrações tucanas não as isentam da fiscalização. “ Pelo contrário elas têm de ser mais fiscalizadas”, acrescentou. O prefeito de Juiz de For a, Custódio Mattos (PSDB), está viajando, conforme a assessoria de imprensa. O Governo de Minas informou que os recursos do convênio com a Conscienciarte só são liberados depois da prestação de contas das atividades desenvolvidas e da aplicação dos recursos. Além disso, será feita uma auditoria para verificar o cumprimento de todos os itens acordados. Já o contrato firmado entre a Sedese terminou em 2010 e a fundação, que, segundo o governo foi fiscalizada, teria cumprido inteiramente o acordado.