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Estado de Minas

Obra do Memorial da Anistia em BH ainda é apenas projeto

Sede projetada para abrigar 70 mil processos do Ministério da Justiça, prevista para 2010, só tem telhado pronto


postado em 09/09/2011 06:00 / atualizado em 09/09/2011 07:46

Construção na antiga Fafich está parada por falta de projeto arquitetônico (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Construção na antiga Fafich está parada por falta de projeto arquitetônico (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

Anunciada para julho do ano passado, a sede nacional do Memorial da Anistia Política só tem telhado pronto até agora. A reforma do prédio que abrigará o museu no Bairro Santo Antônio, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, está parada por falta de projeto arquitetônico. A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) alega que a empresa vencedora de licitação para desenhar os novos contornos do “coleginho” da antiga Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich), um dos símbolos de resistência à ditadura militar, ainda não entregou o serviço. Com o atraso, a UFMG, responsável pela obra e museologia, teve de devolver cerca de R$ 5 milhões para o Ministério da Justiça.

O espaço guardará quase 70 mil processos recebidos pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, documentários inéditos, documentos e fotos. Desde 2008, está sendo feita campanha para doação de material sobre a época. O “coleginho” foi escolhido justamente por ser conhecido como formador da intelectualidade mineira. O projeto foi anunciado em 2009, pelo então ministro da Justiça, Tarso Genro. A promessa era de que a recuperação do casarão fosse entregue em janeiro do ano passado e um prédio anexo, em julho do ano passado. Até agora, porém, apenas o telhado foi recuperado. Fora isso, as portas e janelas estão fechadas, uma lâmpada em sua fachada está acesa em plena luz do dia e tapumes cercam a construção.

Segundo o presidente da Comissão de Anistia, Paulo Abrão, já foram repassados e executados pela UFMG R$ 7.7723.031,34, aplicados entre 2010 e 2011, em etapas de levantamentos técnicos, memoriais descritivos, licitação e contratação de projetos executivos, contratação e desenvolvimento de produção museográfica, pesquisa histórica e reforma do telhado. Ainda de acordo com Abrão, a universidade devolveu outros R$ 5.844.482 que seriam para execução da reforma, construção do prédio anexo e praça.

A vice-reitora da UFMG, Rocksane de Carvalho Norton, diz que o atraso de uma empresa para entregar o projeto arquitetônico motivou a devolução do dinheiro. “A obra é feita em várias etapas e a primeira delas é justamente o projeto arquitetônico. Com isso, há um atraso nas fases seguintes”, diz. Segundo ela, a empresa licitada deveria ter entregado o serviço em março. O novo prazo vence na semana que vem, em 15 de setembro. “Temos o maior interesse de entregar rapidamente o museu, que será muito importante para a capital e o estado. As outras fases já estão licitadas. Então, esperamos mais rapidez nos próximos passos”, afirma Rocksane. A nova previsão de entrega do memorial é em 2013.

Segundo a vice-reitora, a concepção museológica está avançada. É o que também alega a diretora da Associação dos Amigos do Memorial da Anistia Política, Christina Rodrigues. “Por trás das etapas de levantar paredes, há um complexo estudo para criação do museu sendo feito. Estamos colhendo depoimentos e organizando documentos”, comenta. Ela diz ainda que o espaço será o maior museu dedicado à memória de repressão política da América Latina, tendo 3,8 mil metros quadrados.


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