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Estado de Minas

Genoino seguirá no Ministério da Defesa


postado em 06/08/2011 06:00 / atualizado em 06/08/2011 11:28

O ex-deputado e Nelson Jobim a caminho de almoço, em Brasília, em que discutiram transição na Defesa(foto: Iano Andrade/CB/D.A Press)
O ex-deputado e Nelson Jobim a caminho de almoço, em Brasília, em que discutiram transição na Defesa (foto: Iano Andrade/CB/D.A Press)
Nomeado assessor especial do Ministério da Defesa no início do ano, o ex-deputado José Genoino (PT-SP) deve ser mantido no cargo após a posse do novo ministro, Celso Amorim. Além da amizade pessoal e da afinidade político-partidária — Amorim filiou-se ao PT no ano passado e chegou a cogitar a candidatura a algum cargo eletivo pelo Rio de Janeiro —, a presença do ex-parlamentar auxilia Amorim na relação que promete ser tensa e difícil com os militares, especialmente neste primeiro momento. Nessa sexta-feira, o ex-ministro Nelson Jobim e José Genoino conversaram por várias horas. Segundo apurou o Estado de Minas, o encontro serviu para que Genoino pudesse sistematizar tudo o que tem que ser repassado a Amorim, como o orçamento da pasta, que Jobim discutiu com Dilma na quarta-feira, antes de vir a público a reportagem da revista Piauí.

Neste sábado, Genoino também deve se encontrar com Amorim. O assessor especial não quis dar certeza se permanecerá no cargo: “Fui assessor especial de Jobim e o meu futuro será definido pelo novo ministro”. Ao Estado de Minas, Genoino afirmou que o seu encontro com o ministro exonerado foi motivado por uma relação pessoal de longa data. “Eu liguei para ele e disse que queria conversar antes de viajar a São Paulo.” O petista foi, então, ao apartamento de Jobim na Asa Sul e, quando preparava-se para ir ao ministério, o ex-ministro o convidou para um almoço no escritório de advocacia de um amigo comum, no Lago Sul. “Comemos um belo bacalhau e conversamos amenidades. Jobim está bem tranquilo”, assegurou Genoino.

À vontade

O ex-deputado sente-se cada vez mais à vontade na pasta. De ex-prisioneiro da Guerrilha do Araguaia a assessor especial do ministério, Genoino percorreu um longo caminho para aproximar-se dos militares. Ainda durante os tempos de parlamentar, começou a interessar-se pelas Forças Armadas, tornando-se um dos deputados petistas mais próximos da caserna. Tanto que, em 2003, teve seu nome cotado para assumir o ministério. Naquela oportunidade, contudo, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva optou por nomear o embaixador José Viegas. Lula achava que Genoino seria mais útil na Presidência do PT em um momento no qual o partido acostumava-se com a chegada ao governo federal.

Apesar de não se esquecer das sessões de tortura e das surras que levou na prisão, Genoino parece não carregar qualquer tipo de ressentimento e circula com desenvoltura entre os militares. Em viagem ao Pelotão de Fronteira Ipiranga, no meio da floresta amazônica, na quinta-feira, por exemplo, ele chamava oficiais pelo nome, ignorando qualquer patente. Ainda na região da fronteira entre Brasil e Colômbia, José Genoino fez questão de cumprimentar os combatentes mais novos com o grito de guerra: “"Selva!”, sem incomodar-se com as mãos sujas da tinta usada pelos soldados como camuflagem. Antes de entrar na aeronave para retornar à Base Aérea de Tabatinga (AM), ajudou uma repórter grávida a carregar uma mala rosa. “Quem se garante não tem vergonha”, gritou, arrancando gargalhadas de oficiais.

Enquanto isso, PSDB reforça convite

O presidente nacional do PSDB e deputado federal Sérgio Guerra (PE) reforçou nessa sexta-feira que as portas da legenda estão abertas ao ex-ministro da Defesa, Nelson Jobim — filiado ao PMDB. Segundo Guerra, Jobim não precisa sequer de convite, pois “o partido é dele”. O parlamentar lembrou que o peemedista tem grandes amigos no PSDB, como o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso e o ex-governador de São Paulo José Serra. Guerra esteve nessa sexta-feira em João Pessoa para participar do aniversário do senador Cícero Lucena (PSDB-PB). Na quinta-feira, o tucano disse que “a ficha (de filiação de Jobim ao PSDB) sempre foi dele. Ele assina na hora que quiser e será homenageado pelo partido”.


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