A ex-senadora Marina Silva anunciou, na tarde desta quinta-feira, a saída do PV, partido pelo qual disputou a Presidência da República no ano passado, obtendo 20 milhões de votos no país. Em reunião de lideranças 'verdes' em São Paulo, Marina destacou o começo de uma “nova política”, com a criação de um movimento supra-partidário, com a bandeira "verde e cidadania". Em discurso, ela disse que a decisão é uma maneira de "manter a coerência". "Não se trata de uma saída pragmática, com olhos pregados em calendários eleitorais. Ao contrário, é a negação do pragmatismo a qualquer preço", afirmou. "As eleições são parte, não são o fim, não são tudo", completou.
Segundo a ex-senadora, o debate político não pode estar circunspecto à sucessão presidencial. "Chegou a hora de acreditar, chegou a hora de ser ou fazer", afirmou. "Eu acredito no voto consciente, no voto informado. É preciso reagir e chamar as pessoas para falar sobre o nosso futuro."
Presente no encontro, o ex-candidato a governador de Minas e ex-deputado federal Zé Fernando (PV) reforçou a importância de valores políticos e ambientais, que, segundo ele, são pontos fortes da ex-senadora. “Marina recupera a questão da ética, do interesse público. A questão ambiental exige um novo paradigma. A política é um ato de afirmação de valores”, diz.
O vice-presidente da legenda, deputado federal Alfredo Sirkis (PV-RJ), anunciou que vai deixar as funções internas e a vida partidária, mas que, por enquanto, não vai se desvincular oficialmente do PV.
Entenda
Marina Silva, que ficou em terceiro lugar na eleição presidencial do ano passado, tentou renovar o PV, por meio de uma revisão do programa partidário. No entanto, o deputado José Luiz Penna (SP) foi reconduzido ao comando nacional do PV e o grupo de Marina encontrou resistência do próprio partido para acatar reivindicações como, por exemplo, abrir o partido para novos filiados, com eleições nos diretórios municipais da sigla.
Com agência Estado