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Estado de Minas

Presidente Dilma em dia de Lula

Na chegada a Ouro Preto, Dilma Rousseff quebra o protocolo, que costuma seguir à risca. À maneira de seu antecessor no cargo, cumprimenta moradores e conversa com crianças


postado em 22/04/2011 07:16 / atualizado em 22/04/2011 15:46

Toda sorrisos, Dilma foi recebida nesta quinta por cerca de 200 moradores, apertou mãos de alguns e ouviu elogios de uma criança:
Toda sorrisos, Dilma foi recebida nesta quinta por cerca de 200 moradores, apertou mãos de alguns e ouviu elogios de uma criança: "A senhora está tão bonita" (foto: Juarez Rodrigues/EM/DA Press)

Nada de autoridades na recepção. Em sua primeira visita à cidade histórica de Ouro Preto como presidente, Dilma Rousseff (PT), assim como costumava fazer o seu antecessor e padrinho político, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), quebrou o protocolo – que em geral segue à risca – e foi cumprimentar crianças e moradores carentes que se deslocaram até o câmpus da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) para recepcioná-la nessa quinta-feira. Rodeada de seguranças, Dilma percorreu boa parte do alambrado de gramado da universidade usado como heliponto na chegada na sua chegada para cumprimentar os moradores com apertos de mão. "Bom dia, Dilma! Muito bom dia, presidente! Ei, Dilma!", gritavam as crianças, enquanto os adultos não paravam de filmar e fotografar com celulares.

Segundo cálculos da Polícia Militar (PM), cerca de 200 pessoas, a maioria delas crianças, foram aguardar a chegada da presidente, que desceu do helicóptero da Força Aérea Brasileira (FAB) acenando e sorrindo sem parar. Ela estava acompanhada do governador Antonio Anastasia e do presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-SP). "Como é que você se chama?", perguntava a presidente a todo momento. As crianças respondiam entre sorrisos: "Maria Eduarda", "Igor", "João Paulo", "Pamela", "Urlei". Depois da solenidade de 21 de abril, em que foi a estrela principal, Dilma foi embora sem falar com a imprensa. Antes, enquanto cumprimentava a população no câmpus da Ufop, ela falou com exclusividade ao Estado de Minas.

À vontade, a presidente classificou de "recepção maravilhosa" a festa preparada pelos moradores da cidade. "É muito importante para mim participar. Vir a Ouro Preto no dia 21 de abril é algo que faz muito bem à alma. E também tem o lado importantíssimo que o Brasil nasceu aqui", declarou. "Muito bom dia, presidente, seja muito bem-vinda a nossa cidade. A senhora está tão bonita", disse uma jovem em seguida. "É muito bom ouvir um elogio logo cedo", respondeu Dilma.

Com uma hora de atraso, a presidente chegou às 10h30 para participar inicialmente do sepultamento dos restos mortais dos inconfidentes José de Resende Costa, João Dias da Mota e Domingos Vidal de Barbosa. Quase três horas depois, ela seguiu com sua comitiva para o sítio do ex-ministro Walfrido dos Mares Guia (PSB), aliado de primeira hora do ex-presidente Lula, em Santo Antônio do Leite, onde foi almoçar antes de voltar para Brasília.

Influente

A presidente Dilma Rousseff foi apontada pela revista norte-americana Times como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo. O texto de apresentação da mineira foi escrito pela ex-presidente do Chile Michelle Bachelet (2006-2010), hoje diretora da Agência para Mulheres da Organizações das Nações Unidas (ONU), que citou a combinação da sabedoria e convicção política de Dilma como sua principal virtude para liderar o Brasil. Bachelet também afirmou que as mulheres ainda enfrentam muitos preconceitos e que o desafio de comandar países em crescimento exige muita coragem e ideais firmes. Na lista estão autoridades políticas, artistas e empresários.

Emoção em cenário histórico

Ouro Preto – Mais de 3 mil pessoas assistiram ontem à entrega da Medalha da Inconfidência, emocionadas com a festa e com a participação da presidente Dilma Rousseff na cerimônia que comemora o Dia de Tiradentes. A solenidade, que reuniu políticos do PT, partido da presidente, e do PSDB, do governador Antonio Anastasia, foi tranquila. Não houve grandes manifestações na cidade.

A aposentada Maria do Rosário Silva, de 57 anos, viajou cerca de sete horas para assistir à cerimônia. Ela e outras 19 mulheres saíram de Pratópolis, no Sul de Minas, para homenagear os inconfidentes. Foi a nona viagem de Maria do Rosário a Ouro Preto nessa data. "Eu gosto de vir porque é um evento cívico", disse. Entretanto, apesar da emoção, Maria do Rosário reclamou da organização do evento, já que não pôde se aproximar do palanque destinado às homenagens. Sua companheira de viagem, Joice Godinho, também se queixou de ter que ficar em um "cercado distante de onde tudo aconteceu". "É impossível estar aqui neste cenário histórico e não se emocionar, mas é muito triste ver a burocracia. É um evento para o povo, mas de que nós não podemos participar", disse.

A bancária Arlene Bellon, de 53, também saiu de longe para assistir à cerimônia. Do interior paulista, Arlene se deu de presente a viagem. "É um acontecimento histórico, a gente tem que participar", disse. "É uma data cívica", acrescentou a estudante Milena Bellon, de 22. O casal Helaine Martoni Alves, de 32, e Emerson Alves, de 38, levou a filha Munyra, de 3, para participar pela primeira vez da solenidade. "Trouxemos a nossa filha para conhecer um pouco da nossa história que está aqui em Ouro Preto", disse. Pela primeira vez na cidade, Ana de Oliveira, de 80, enfrentou as ladeiras de Ouro Preto e assistiu emocionada à cerimônia, que considerou inesquecível. "Eu vim para a festa e aproveitei para conhecer o lugar também", contou a senhora de Itabira.

Entre as poucas manifestações, integrantes do movimento pela preservação da Serra da Gandarela, ligado ao Projeto Manuelzão, da UFMG, estenderam uma faixa de protesto com os seguintes dizeres: "Dilma, olhai as montanhas que estão acabando e água também. Crie o parque nacional da Serra da Gandarela". De acordo com um representante do movimento, a proposta de criação do parque já recebeu sinal verde do Ministério do Meio Ambiente. Para sair do papel, será necessário um decreto autorizando a sua criação.

Cerca de 1.500 jornais detalhando os pontos da proposta foram distribuídos ontem pelos ambientalistas. De acordo com eles, a Serra da Gandarela é a última área de preservação do chamado Quadrílatero Ferrífero, hoje conhecido por Quadrílafero Aquífero. Com a criação do parque, o movimento do Gandarela visa a proteger as águas do Rio das Velhas e outras fontes de abastecimento público. Em outro ponto da praça, simpatizantes do Partido Pátria Livre (PPL) recolheram assinaturas visando à criação oficial da legenda. Até o momento, segundo eles, cerca de 400 mil das 500 mil assinaturas necessárias já foram colhidas.


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