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Estado de Minas

Um dia que serve à reflexão

Dá para imaginar a infra-estrutura brasileira se cada centavo já destinado a obras tivessem chegado ao seu destino. Pena que boa parte foi fazer a fortuna de uns poucos


postado em 09/12/2008 09:22 / atualizado em 08/01/2010 03:57

Hoje é o Dia Mundial de Combate à Corrupção. Será um dia marcado por discursos, protestos, manifestações e de pouca esperança de mudanças radicais, pelo menos, no Brasil. Parodiando a música do índio, o país precisa é de que todos os dias sejam de intenso combate à corrupção. Ou de operações da Polícia Federal, para, pelo menos, assustar os que ainda hoje têm certeza da impunidade. As cifras falam por si. São milhões em desvios de toda natureza. Da obra superfaturada à compra de medicamentos, do contrato com aditivos e mais aditivos às contratações irregulares, o nepotismo e outras formas de assalto aos cofres públicos. Dá para imaginar a infra-estrutura brasileira se cada centavo já destinado a obras tivessem chegado ao seu destino. Pena que boa parte foi fazer a fortuna de uns poucos.

O governo Lula era a grande esperança de que haveria uma mudança nesta área. O que se viu, no entanto, foi a repetição do loteamento dos cargos públicos em nome da governabilidade, da maioria no Congresso. A briga dos partidos por cargos estratégicos e em ministérios ou estatais com dinheiro em caixa para investir é tão grande que é possível afirmar, sem medo de errar, que interesses inconfessáveis justificam tamanho apetite. Basta pegar o exemplo do ministro da Saúde, José Gomes Temporão, e sua recente rusga com o PMDB, seu partido, por causa das declarações sobre a corrupção na Funasa, um feudo da legenda já há vários anos. Sua cabeça esteve a prêmio apenas por ter dito a verdade. Na saúde, são inúmeros os exemplos de desvios. Ou já deu para esquecer o escândalo dos vampiros, na compra de hemoderivados, que atravessou o governo Fernando Henrique Cardoso, entrou no de Lula e deixou de saldo bilhões de reais desviados pelo caminho. E olha que é uma das áreas mais carentes e alvo das maiores reclamações da população.

O Dia Mundial de Combate à Corrupção serve, pelo menos, à reflexão. Porque ela só vai acabar quando a impunidade não for mais a regra para os poderosos
que atacam o erário.

Pouco provável

Apesar de o Bloquinho ter marcado reunião para decidir se lança candidato à presidência da Câmara dos Deputados, é pouco provável que os partidos que o integram (PDT-PMN-PRB-PSB-PCdoB) fiquem de fora do acordo em torno da candidatura de Michel Temer (PMDB-SP). Em jantar na casa do deputado Fernando Coelho, 19 socialistas sinalizaram apoio a Temer. No PDT, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, e Miro Teixeira (RJ) também trabalham pelo peemedebista. Resta o PCdoB, que insiste em lançar Aldo Rebelo (SP).

Quem decide

Vice-presidente da Câmara, o deputado Nárcio Rodrigues (PSDB-MG) é um dos mais ferrenhos defensores das prévias no partido para a escolha do candidato à sucessão de Lula em 2010. Nárcio defende um processo que obrigue todos os pré-candidatos a irem a todos os estados e rechaça a possibilidade de o PSDB repetir a fórmula de 2006, quando os caciques do partido decidiram pela candidatura de Geraldo Alckmin sem consulta às bases: “Naquela época, o tucanato decidiu. Agora chegou a hora de deixar a tucanada decidir”.

Filiação em massa

Ninguém espera que o comando nacional do PT vá punir algum mineiro na discussão sobre as filiações em massa ao partido no estado. Mas é certo que a Executiva vai se posicionar diante da tática usada por alguns petistas. É que Belo Horizonte e Recife não são os únicos casos. Para se ter uma idéia, em Uberlândia, o número de filiados subiu de 1 mil para 5 mil em pouco tempo. Há casos inquestionáveis, como um único endereço com nada menos que 96 filiações.

Tudo combinado

O PSDB e o DEM já se acertaram com o deputado Michel Temer (PMDB-SP), que disputa a presidência da Câmara. O anúncio pode ser feito ainda esta semana. Os partidos de oposição estavam apenas esperando o PT tomar posição, o que ocorreu na semana passada. No PV, que já tinha anunciado o apoio a Temer, a novidade é que o peemedebista contará também com o voto de Fernando Gabeira (PV-RJ). Ele nega que teria prometido o voto a Osmar Serraglio (PMDB-PR).

Contra o texto

Os tucanos fazem questão de avisar, apesar da clara oposição do governador de São Paulo, José Serra (PSDB): não são contra a reforma tributária, combatem apenas o texto do relator, deputado Sandro Mabel (PR-GO). O que mais irrita a oposição é que o projeto violenta os estados. E quer que o governo federal também divida a conta. Dois itens são essenciais. A proposta só será votada se incluir fundos de compensação para as perdas dos estados e para a Lei Kandir.

Baptista Chagas de Almeida é editor de Política do jornal Estado de Minas


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