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Estado de Minas Abastecimento

Água de qualidade para as comunidades

Sistema de rastreamento de entrega em tempo real permite eficácia no abastecimento em propriedades que estão localizadas no trecho entre Brumadinho e Pompéu


postado em 08/08/2021 04:35 / atualizado em 08/08/2021 04:41

Entregas regulares são feitas a partir da necessidade de cada morador, seguindo todos os protocolos de segurança para prevenir a COVID-19(foto: RODOLFO DUARTE/DIVULGAÇÃO)
Entregas regulares são feitas a partir da necessidade de cada morador, seguindo todos os protocolos de segurança para prevenir a COVID-19 (foto: RODOLFO DUARTE/DIVULGAÇÃO)

 
Moradores de 16 municípios ainda vivem os efeitos da suspensão da captação direta do Rio Paraopeba. Eles recebem água potável por meio de caminhões- pipa e fardos de água mineral desde janeiro de 2019. São quatro os eixos de atendimentos emergenciais: dessedentação animal e irrigação; consumo doméstico e humano; instalações hidráulicas e fornecimento de reservatórios; e fornecimento de insumos agrícolas.
 
Nesse contexto, a tecnologia se tornou peça-chave. O rastreamento das entregas em tempo real levou mais previsibilidade e transparência para quem recebe a água, além de mais precisão para quem trabalha para fazê-la chegar às propriedades localizadas no trecho entre Brumadinho e Pompéu, na Região Central de Minas.
 
Em parceria com a empresa Aiko Digital, especializada no desenvolvimento de soluções para a indústria, a Vale implementou este ano o sistema de gerenciamento de frota e entrega de água potável. Ele é capaz de registrar e rastrear cada evento no processo de distribuição – desde o abastecimento do caminhão, rota de entrega, descarregamento da água, higienização dos veículos à análise de qualidade da água. Os registros geram relatórios que permitem analisar o histórico de entregas por família, contribuindo para a revisão rotineira de volumes adequados a cada situação, respeitando a individualidade dos impactados e garantindo que a água chegue em cada casa com a quantidade e qualidade adequada.
 
Os caminhões-pipa são abastecidos por água captada das estações de tratamento da Copasa. São elegíveis ao benefício todos que captavam diretamente do Rio Paraopeba, independentemente da distância da propriedade em relação à margem. Também todos que faziam captação subterrânea e estão a até 100 metros da margem do rio, nos dois lados. Não são atendidas pessoas que faziam captação em fonte alternativa, em área segura, que têm acesso à água encanada pela concessionária de água e saneamento e propriedades que usam poço artesiano localizadas a mais de 100 metros da margem do rio. As definições acompanham nota técnica do Instituto Mineiro de Gestão de Águas (Igam), segundo a qual não há restrição de uso em regiões localizadas depois da Usina de Retiro Baixo, em Pompéu.

A distribuição obedece a um planejamento que contempla também casos de emergências e necessidades de última hora. Todas as informações são estratificadas por cidades e por comunidades. Se antes o cumprimento das agendas do dia só era conhecido no dia seguinte, agora, o processo é instantâneo graças à capacidade de rastreabilidade. Cada caminhão tem um computador de bordo que aponta seu status: onde está e quem está abastecendo. É possível saber, inclusive, o motivo pelo qual determinada entrega não ocorreu.
 
Outra ação que permitiu ganhar tempo e agilidade é a programação da véspera: toda pessoa que receberá a água é contatada um dia antes para informar se precisa ou não do abastecimento. Isso evita que motoristas cheguem a propriedades com reservatório ainda cheio e permite uma alteração de rotas para o atendimento de emergências. “Poder acompanhar tudo em tempo real representa ganho enorme em termos de credibilidade com o recebedor”, afirma o analista da Coordenação Agropecuária da Diretoria de Reparação da Vale, Josué Ferreira.
 

Dimensionamento

 
A quantidade de água recebida por cada morador, bem como a frequência na qual ela ocorre, leva em conta tamanho e necessidades da propriedade e são dimensionadas a partir de visitas técnicas feitas por agrônomos em acordo com os produtores rurais. Todo o processo é acompanhado por auditoria independente do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). “A robustez do sistema nos dá tranquilidade de afirmar que todos os moradores elegíveis estão recebendo água com qualidade e quantidade adequada”, destaca Ferreira.
 
O coordenador Agropecuário da Diretoria de Reparação da Vale, Marco Furini, explica ainda que é usada água tratada da Copasa, devidamente monitorada. “O trabalhador responsável por descarregar a água tem um medidor de cloro, que verifica se a água está dentro dos parâmetros”, informa. Furini destaca que são feitas contraprovas também pela auditoria do MPMG. Até o momento, 100% das amostras estavam em conformidade com a legislação. “Temos a responsabilidade de levar água de qualidade às pessoas. Por isso, criamos um processo para fazermos da forma mais transparente possível”A data para liberação de captação de água no Rio Paraopeba ainda depende de decisão das autoridades competentes.

Raio-X da distribuição

 
  • Mais de 1,2 bilhão de litros de água entregues
  • 1,8 mil famílias recebendo água engarrafada
  • 16 municípios atendidos
  • 620 pontos de entrega do caminhão-pipa
  • 62 veículos, 100 motoristas trabalhando, média de 12,4 mil km percorridos por dia
  • 763 interligações hidráulicas concluídas
  • 1.723 caixas d’água disponibilizadas
  • 911 bebedouros

Animais

 
Outra ação em apoio aos produtores rurais é a entrega de produtos para alimentação animal, destinada a propriedades que perderam o acesso à pastagem ou que foram impedidas de captar água para consumo animal ou irrigação. Ao todo, 253 propriedades dos 16 municípios recebem regularmente silagem de milho, feno, milho em grão e ração animal. Já foram entregues mais de 100 milhões de quilos de produtos para alimentação. Todo o trabalho é acompanhado de perto por equipe especializada.
 
O produtor de queijos, Edmar Amorim, de Betim, não pode mais usar o poço em que captava água diretamente do Rio Paraopeba desde o rompimento do barramento em Brumadinho. Seu gado também perdeu a área de pastagem próxima às margens. Por isso, todas as quintas-feiras feiras, a equipe da Vale visita sua propriedade para entregar silo e feno para alimentação de suas 18 vacas e outros animais de criação, água mineral para consumo próprio e a caixa d’agua de 5 mil litros, instalada pela empresa, é preenchida.
 

“O silo e a água são de ótima qualidade e isso melhorou até o leite que ordenho e o queijo que fabrico”, conta Edmar Amorim.


Medidas definitivas

 
A conclusão de ações definitivas também avançou no primeiro semestre deste ano. Projetos de implantação de sistemas de abastecimento de água por meio de captações superficiais e subterrâneas contribuíram para disponibilizar mais de 6 bilhões de litros de água às comunidades atingidas. Além disso, a Vale está implantando sistemas de tratamento em toda a bacia para garantia de água de qualidade para os diversos usos, como irrigação, consumo animal e humano.

Rio Paraopeba:informações ao alcance de todos


As principais informações sobre o monitoramento da qualidade de água do Rio Paraopeba estão a um clique de todos. Lançado no início do mês passado e de acesso público, qualquer pessoa pode acessar o portal que contém dados técnicos, gráficos, mapas, relatórios e notas técnicas que retratam a qualidade das águas, além de links para sites de outras instituições que também monitoram o rio, como o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam). Os conteúdos estão disponíveis em vale.com/reparação. O monitoramento é feito desde 25 de janeiro de 2019 (quando a barragem B1 rompeu em Brumadinho), em cumprimento às exigências legais dos órgãos ambientais e aos compromissos firmados pela empresa com o intuito de entender o impacto do rompimento nas águas superficiais.
 
O objetivo é subsidiar os órgãos responsáveis a deliberarem quanto às ações necessárias para recuperação da bacia. No portal é possível verificar parâmetros como avaliação de metais, turbidez, presença de sólidos, oxigênio dissolvido, entre outros, além do Boletim Informativo do Cidadão, material produzido regularmente pelo Igam sobre a qualidade da água do Rio Paraopeba.
 
Atualmente, há 70 pontos de monitoramento, mais de 38 mil amostras coletadas, cerca de 4 milhões de resultados de análises de água, solo e sedimentos, além de cerca de 250 profissionais envolvidos no processo. As ações ganharam ainda um toque de modernidade com o monitoramento automático, feito por meio de 11 estações telemétricas. Elas permitem a medição remota de hora em hora, com transmissão de dados via satélite, aumentando a eficiência das informações. As amostras coletadas são encaminhadas para laboratórios especializados onde são analisados mais de 150 parâmetros.
 
A qualidade da água do Paraopeba é acompanhada pelo Igam e pela Vale há dois anos e meio. Alguns dos afluentes também são verificados de forma preventiva, assim como o reservatório da Usina Hidrelétrica de Três Marias e o Rio São Francisco, não afetados pelos rejeitos. Todo o trabalho é acompanhado por auditoria técnica e ambiental independente, indicada pelo Ministério Público de Minas Gerais. Os dados são periodicamente entregues aos órgãos fiscalizadores.

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