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Estado de Minas Segurança

Tecnologia para eliminação de barragens

Diferentes técnicas são aplicadas para garantir segurança das comunidades


postado em 08/08/2021 04:44 / atualizado em 08/08/2021 04:46

Barragem Fernandinho, em Nova Lima, é a sexta estrutura descaracterizada. Acabar com as estruturas a montante de forma segura é compromisso assumido(foto: FOTOS DIVULGAÇÃO)
Barragem Fernandinho, em Nova Lima, é a sexta estrutura descaracterizada. Acabar com as estruturas a montante de forma segura é compromisso assumido (foto: FOTOS DIVULGAÇÃO)

 
A Vale concluiu no mês passado a descaracterização de mais uma de suas barragens. Fernandinho, localizada na Mina Abóboras, no Complexo Vargem Grande, em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, foi a sexta estrutura desde o rompimento da B1, em Brumadinho, a deixar de funcionar como barragem. O processo é longo e o primeiro passo é garantir a estabilidade destas barragens, além da segurança das comunidades próximas com a construção de estruturas de contenção e outras medidas de mitigação.

Diferentes técnicas são aplicadas levando em conta as características de cada barragem e terreno. “Cada estrutura é única”, explica o gerente de Implantação de Projetos da Vale, Lauro Silva. Desde o rompimento de Brumadinho, a empresa assumiu o compromisso de acabar com todas as barragens de alteamento a montante ou construídas sobre rejeitos que estejam em operação ou paralisadas. Para desenvolver e realizar as obras, cada projeto é auditado por empresas terceirizadas, algumas delas, consultoras do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e demais órgãos públicos.

No caso de Fernandinho, a estrutura deixou de ter características de barragem, perdendo a função de armazenamento de rejeitos e de água. No processo de descaracterização, 558 mil metros cúbicos de rejeitos foram removidos e um canal central de drenagem foi construído, com posterior revegetação e reintegração da área ao meio ambiente.

“Retiramos rejeito e o barramento e fizemos canal de drenagem para que toda a água que cai no antigo reservatório seja direcionada para o meio ambiente sem trazer problemas de erosão e carreamento de sólidos”, conta Lauro Silva. Do início dos testes até o processo de revegetação da barragem de Fernandinho, os trabalhos levaram aproximadamente um ano. 

As atividades contaram com cerca de 540 trabalhadores, 60% deles da região. “Nas obras de Fernandinho, foram colocados todos os sistemas de monitoramento, o que serviu como modelo para as próximas estruturas a serem descaracterizadas. Várias ações ao longo do trabalho de remoção de rejeitos servem de parâmetros de aprendizado para outras estruturas”, destaca o gerente.

A expectativa é de que, até o fim deste mês, a Vale finalize o processo de apresentação da documentação pertinente junto à Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEAM) e à Agência Nacional de Mineração (ANM) para o procedimento de baixa da estrutura nos bancos de dados desses órgãos, incluindo o Sistema Integrado de Gestão de Barragens de Mineração (SIGBM), mantido pela ANM. A barragem Fernandinho fez parte do Programa de Descaracterização de Barragens da Vale, destinado às estruturas com alteamento a montante, método similar àquele empregado na barragem B1, em Brumadinho.
 
Com 95 metros de altura e 330 metros de comprimento, estrutura aumenta a segurança para as pessoas que vivem em comunidades próximas(foto: DIVULGAÇÃO)
Com 95 metros de altura e 330 metros de comprimento, estrutura aumenta a segurança para as pessoas que vivem em comunidades próximas (foto: DIVULGAÇÃO)
 
 
A eliminação desse tipo de reservatório é um compromisso assumido pela Vale, tendo se tornado posteriormente também uma obrigação legal para aumentar a segurança das comunidades e das operações. Desde 2019, outras cinco estruturas de alteamento a montante foram completamente descaracterizadas e reintegradas ao meio ambiente: uma estrutura em Nova Lima, três no Pará e uma em Itabira, na região Central de Minas. 

Estrutura


Também foram concluídas as obras de construção da estrutura de contenção a jusante (ECJ) que serve às barragens Forquilhas I, II, III, IV e Grupo. Localizada entre os municípios de Itabirito e Ouro Preto, na Região Central de Minas, a 10km de distância da Mina Fábrica, a estrutura foi planejada para conter todos os rejeitos em caso de rompimento simultâneo das cinco barragens, considerando ainda a ocorrência de chuvas na região e cheias históricas. São 95 metros de altura (equivalente a um prédio de 32 andares) e 330 metros de comprimento.

Com capacidade para conter integralmente os rejeitos provenientes de eventual ruptura simultânea dessas barragens, a ECJ aumenta a segurança das pessoas que vivem em comunidades a jusante e protege as zonas de segurança secundária dos reservatórios, que incluem parte dos municípios de Itabirito (Região Central), Raposos, Rio Acima e Nova Lima (Grande BH), além de três bairros de Belo Horizonte.

A contenção foi erguida a partir de uma metodologia comum no mundo inteiro, típico de construção de usinas hidrelétricas: concreto compactado com rolo (CCR). A obra foi feita em duas fases. A primeira, concluída em setembro de 2020, foi feita para conter os rejeitos provenientes de eventual rompimento da barragem de Forquilha III ou das demais barragens (Forquilha I, II e Grupo). 

A segunda etapa contou com a construção de um alteamento complementar, de 18 metros, na altura final do muro, com capacidade para conter os rejeitos provenientes do rompimento simultâneo e ainda a ocorrência de intensas chuvas, conforme indica o gerente de Implantação da Diretoria de Descaracterização de Barragens, Alexandre Valinhas Manata. “A contenção é importante para garantir a segurança da população e um pré-requisito para começarmos a pôr fim às estruturas a montante da Mina Fábrica (Forquilhas I, II, III e Grupo)”, explica Valinhas.

A conclusão da estrutura de contenção permite o início do processo de descaracterização das barragens Forquilhas I, II, III e Grupo. A barragem Forquilha IV está em nível 1 de emergência, Forquilhas I, II e Grupo estão em nível 2, e Forquilhas III em nível 3. Todas as estruturas seguem com monitoramento contínuo por instrumentos completos e redundantes, 24 horas por dia, sete dias por semana, gerido por um time dedicado do Centro de Monitoramento Geotécnico da Vale. Essa obra também foi acompanhada por auditores externos, incluindo a auditoria Rizzo que presta informações ao MPMG e aos órgãos competentes.

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