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Estado de Minas editorial

Varíola dos macacos exige ação rápida

Há imunizantes disponíveis, não havendo necessidade de uma força-tarefa mundial para a busca de um fármaco em tempo recorde


16/08/2022 04:00

O Brasil parece não ter aprendido a lição com a pandemia de COVID, que matou quase 700 mil cidadãos. Enquanto as economias mais avançadas definiram por atuar de forma centralizada no enfrentamento do surto de varíola dos macacos, o país insiste em não traçar um plano nacional para o combate à doença. A percepção é de que as pessoas devem se virar por conta própria e que não se está falando de um caso de saúde pública. Pior: a principal liderança do país faz piadas de mau gosto sobre o tema, como se a enfermidade atacasse um grupo específico e merecesse desprezo total. 
 
Especialistas em doenças contagiosas alertam que o Brasil está atrasadíssimo na estratégia para conter a disseminação da varíola dos macacos. Mais de mil casos foram registrados no país, o que indica o risco de uma contaminação em massa e de interiorização do vírus transmissor. Assim que os primeiros casos da doença foram registrados no exterior, o governo deveria ter se antecipado e definido em que direção seguiria. O ideal seria que um plano de comunicação, com amplas campanhas de esclarecimento, já estivesse nas ruas. Uma cartilha com todos os detalhes da enfermidade teria que estar à disposição da população.
 
Mas, não. A opção é pela negação, pelo descaso, pelo deboche. Lideranças têm a obrigação de passar as mensagens corretas para os cidadãos. Devem tomar a linha de frente de proteger todos e explicar que o tratamento correto necessita de um diagnóstico preciso. O Brasil, particularmente, é um país complexo, enorme e muito diverso. Por isso, a unidade do discurso faz a diferença. Ao Ministério da Saúde cabe, então, tomar a frente urgentemente desse processo, enquanto ainda é possível, defendendo, sobretudo, vacinação e medidas preventivas. Não pode repetir os erros cometidos durante a pandemia do novo coronavírus.
 
Foram a falta de unidade nas ações governamentais e o achincalhe a políticas que se mostraram vitoriosas ao longo do tempo que permitiram o retorno de doenças que, se acreditava, estariam erradicadas, como a poliomielite. Os baixos índices de vacinação contra essa e outras enfermidades decorrem, inclusive, de propagandas enganosas que questionam a efetividade de imunizantes. Viu-se isso claramente na crise sanitária, que ainda não acabou. Muitas pessoas morreram de COVID porque se defenderam, por meio de fake news, remédios milagrosos em detrimento do que realmente salva, a vacinação.
 
Neste momento, respira-se aliviado em relação ao novo coronavírus – ainda que a pandemia continue fazendo estragos – graças à vacinação. Foram os imunizantes que permitiram a retomada da economia e a livre circulação das pessoas. No caso, especificamente, da varíola dos macacos, há imunizantes disponíveis, não havendo necessidade de uma força-tarefa mundial para a busca de um fármaco em tempo recorde. Ou seja, a receita prevê apenas bom senso e boa vontade por parte das autoridades para que a ciência prevaleça, e ela diz que se antecipar aos fatos é o melhor a ser feito.
Dados da rede de hospitais Albert Einstein apontam que, em São Paulo, 35% dos exames feitos recentemente deram positivo para a varíola dos macacos. Em Goiás, esse índice sobe para 63%. Os números solidificam a percepção de médicos de que a doença está se espalhando Brasil adentro. Fechar os olhos para a realidade é condenar a população às trevas. As eleições estão se aproximando e muitas autoridades temem mostrar preocupação com enfermidades que poderiam ser evitadas. Para essas ditas lideranças, que não têm nenhum apreço à vida, o total repúdio nas urnas. Esse é o poder da democracia.


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