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Trombose pós-COVID


16/11/2020 04:00

Bruna Naves
Angiologista e cirurgiã vascular do Hospital Madre Teresa

Uma das principais complicações da infecção pela COVID-19 é a obstrução de vasos sanguíneos em diferentes locais do corpo devido à formação de trombos (coágulos) no interior das veias e artérias. O mecanismo pelo qual a COVID-19 predispõe à ocorrência de trombose ainda precisa ser melhor estabelecido. No entanto, o fato é que diversos estudos já comprovaram o estado "hipercoagulável" da doença, isto é, a maior frequência de tromboses em pessoas infectadas pelo novo coronavírus.

Outro cenário que ganha evidência nos consultórios e ambulatórios é a constante elevação da incidência de casos de trombose posterior à infecção pela COVID-19 entre pessoas que já tiveram a doença, há dias ou semanas, até meses, e desenvolvem um quadro de trombose não explicada. Ainda são necessários mais estudos para comprovar essa relação, mas a suspeita é de que a trombose pode ocorrer mesmo algum tempo após a doença.

A patologia pode afetar qualquer vaso do corpo e as manifestações dependerão da região. Se ocorrer em vasos do cérebro, por exemplo, ocasionará o derrame, o acidente vascular cerebral (AVC). Nas artérias do coração, pode levar ao infarto agudo do miocárdio, e nas artérias das pernas pode provocar a falta de sangue nas extremidades, podendo, em casos extremos, gerar a necessidade de amputação. Quando a trombose acomete as veias das pernas, pode  provocar inchaço e dor, sendo que o trombo pode migrar para o pulmão, ocasionando a temida embolia pulmonar.

É importante ressaltar que fatores de risco adicionais para trombose, como tabagismo, obesidade, idade acima de 60 anos, sedentarismo, cirurgia recente, mulheres em uso de anticoncepcional ou reposição hormonal, varizes, qualquer tipo de câncer, pessoas com história de trombose na família e a imobilização prolongada (passar longos períodos na mesma posição) aumentam ainda mais a incidência da doença em pessoas com COVID-19 ou pós-infecção.

Como saber se está com trombose? No caso da trombose venosa, o principal sinal é o inchaço da perna, podendo ou não ser acompanhado de dor, em especial na panturrilha, que fica endurecida. Nesse caso, é essencial procurar um médico com urgência pelo risco de embolia pulmonar, que ocorre quando um coágulo, em geral de uma veia da perna, se desprende e vai para a circulação, causando obstrução no pulmão, provocando dor no peito e falta de ar, podendo ser fatal em até 22% dos casos. Assim, quanto antes o atendimento médico ocorrer, com início do tratamento medicamentoso da trombose, menor o risco de se desenvolver a embolia pulmonar.

A prevenção da trombose pós-COVID deve considerar as mesmas medidas adotadas em outras situações. Manter uma dieta balanceada, com alimentação saudável e rica em frutas, verduras, legumes e carne branca, manter um peso equilibrado, uma boa hidratação, praticar atividade física regularmente, não fumar e evitar imobilização, não passar longos períodos na mesma posição, sentado ou de pé, fazendo pausas e caminhando um pouco a cada 50 minutos, de preferência.

A trombose pós-COVIDd é uma situação real e, quanto mais cuidados forem adotados, tanto para evitar a infecção pelo coronavírus, quanto para prevenir o surgimento da trombose, menor a chance de complicações e danos à sua saúde. 


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