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Estado de Minas RIO SÃO FRANCISCO

'Eu viro Carranca para defender o Velho Chico': campanha é lançada no DF

Ação visa a revitalização do Rio São Francisco e valorização dos povos tradicionais de sua bacia; lançamento ocorreu na Câmara dos Deputados, em Brasília


18/04/2023 19:52 - atualizado 18/04/2023 20:02

Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) lança campanha 'Eu viro Carranca para defender o Velho Chico'
Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) lançou campanha anual de defesa do rio nesta terça-feira (18/4) (foto: Maicon Costa/EM/D.A. Press)


Brasília, DF
— Foi lançada na tarde desta terça-feira (18/4), pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), a edição de 2023 da campanha “Eu viro Carranca para defender o Velho Chico”. A cerimônia de apresentação do mote “Velho Chico: gentes, tradições, vidas” aconteceu em coletiva de imprensa na Câmara dos Deputados, em Brasília.

Juntamente com a campanha, foi anunciada a criação da Frente Parlamentar em Defesa do Rio São Francisco. Os deputados federais Paulo Guedes (PT-MG), Pedro Campos (PSB-PE) e Lucas Ramos (PSB-PE), participantes do grupo, discursaram na cerimônia. Também participaram membros da Diretoria Colegiada do Comitê e representantes dos povos tradicionais da bacia.


Objetivos

A campanha de 2023 tem como principal objetivo dar visibilidade aos povos tradicionais da bacia. São eles: quilombolas, indígenas, comunidades de fundo de pasto, pescadores artesanais, ribeirinhos, sertanejos, vazanteiros, caatingueiros, geraizeiros, extrativistas, ciganos, povos de terreiros, dentre outros.


Além disso, o CBHSF busca mobilizar os diversos setores da sociedade para a necessidade urgente de revitalização do rio. Entre as exigências estão a criação de novas políticas públicas para as comunidades tradicionais que, de acordo com a campanha, viveram dentro um processo histórico de condições de desigualdade, isolamento geográfico e/ou cultural, tendo pouco acesso às políticas de cunho universal.

Maciel Oliveira, presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, ressaltou a necessidade da reestruturação da política nacional de recursos hídricos, a qual ele afirmou ter sido desmanchada nos últimos anos. “Não adianta a gente falar em defesa do Velho Chico sem falar em defesa do povo, da sobrevivência dessa população que está sendo ameaçada, dizimada”.

Ele ressaltou ainda a necessidade de apoio político e recursos para que a recuperação do Rio São Francisco e o investimento nos povos tradicionais da bacia aconteçam de forma adequada. “Antes, nós tínhamos uma Secretaria Nacional de Recursos Hídricos, a qual a Agência Nacional de Águas (ANA) era subordinada, e isso era muito importante. A água não é só uma questão de desenvolvimento. A água precisa ser uma questão de preservação e conservação”.

“Temos que salvar o rio”

Uilton Tuxá, 44 anos, morador de Rodelas, na Bahia, representante dos povos indígenas, membro titular do Comitê no Plenário e coordenador da câmara técnica de comunidades tradicionais, destacou a importância do projeto para os povos tradicionais. “Nós, comunidades tradicionais, estamos em toda a bacia, desde a nascente até a foz. Temos várias demandas, existem projetos importantes que foram realizados por meio dos recursos do Comitê, mas nós precisamos construir políticas que atendam às demandas desses povos”. 
“Esperamos que o lançamento dessa campanha, sinalizando a valorização dos povos indígenas e dos povos tradicionais, possibilite a construção dessa política permanente, que possa, de fato, trabalhar na perspectiva de avançar na pauta de empoderar esses povos”, continuou Uilton.
Uilton Tuxá, 44 anos, morador de Rodelas, na Bahia, representante dos povos indígenas e membro do CBHSF
Uilton Tuxá foi representante dos povos tradicionais no lançamento da campanha %u201CEu viro Carranca para defender o Velho Chico%u201D (foto: Maicon Costa/EM/D.A. Press)

De acordo com o deputado federal Paulo Guedes, é preciso fazer as políticas públicas acontecerem na revitalização, preservação e saneamento do rio, além de gerar oportunidades para quem vive dele. “O Rio São Francisco e toda sua bacia tem um potencial imenso para cuidar melhor do seu povo, para produzir, para gerar emprego, renda, oportunidades. Mas, para isso, nós temos que fazer o dever de casa, que é salvar o rio”.

O deputado Pedro Campos, por sua vez, afirmou que a Frente Parlamentar em Defesa do Rio São Francisco inicia seus trabalhos com o foco em “povos e democracia”. “Entendemos que a água do Velho Chico e a sua bacia precisam ser geridas com o olhar daqueles que vivem nela e dependem dela para viver. É preciso aprofundar os instrumentos da democracia nas decisões que são tomadas em torno do rio."

O Rio São Francisco

O Rio São Francisco é o maior rio inteiramente brasileiro. Ele percorre 2.863 km, passando pelos estados de Minas Gerais, Goiás, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe, além do Distrito Federal. Sua bacia hidrográfica, que é a área ou região de drenagem de um rio principal e seus afluentes, ou seja, a porção do espaço em que as águas das chuvas, das montanhas, subterrâneas ou de outros rios escoam em direção a um determinado curso d’água, abastecendo-o, engloba 505 municípios. Além disso, possui 168 afluentes.


Suas águas são utilizadas para abastecimento urbano, para os setores industrial, de geração de energia, irrigação, navegação, pesca e aquicultura, além de turismo e lazer.

O comitê

Criado em 5 de junho de 2001, por Decreto Presidencial, o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) é integrado pelo poder público (União, estados e municípios), sociedade civil e usuários de água. Contando com 62 membros titulares e 62 membros suplentes, tem por finalidade realizar a gestão descentralizada e participativa dos recursos hídricos da bacia, na perspectiva de proteger os seus mananciais e contribuir para seu desenvolvimento sustentável.


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