Antes de carbonizar o
corpo
de Luciana Regina de Faria, de 46 anos, o suspeito de ter cometido o
feminicídio
, um homem de 36 anos, tentou
encaixotar
a mulher usando
cimento
. Vídeos e fotos exclusivos obtidos pelo
Correio
e pela
TV Brasília
mostram os utensílios utilizados pelo autor e os rastros deixados por ele.
O
assassinato
brutal teve um desfecho após investigadores da 27ª Delegacia de Polícia (Recanto das Emas) colherem imagens do circuito interno de segurança das redondezas. As
filmagens
foram cruciais para o andamento das diligências e mostram o momento em que o suspeito arrasta o corpo de Luciana no meio da rua. O cadáver foi
carbonizado
pouco tempo depois, próximo ao Fórum da cidade.
Macabro
As filmagens revelam que, no dia 10 de setembro, às 7h30, o pedreiro arrasta um saco grande e envolto em um cobertor. Dentro dele estava o corpo de Luciana. No vídeo, não é possível ver a movimentação de pedestres.
A Justiça deferiu o mandado de prisão temporária contra o suspeito e investigadores da 27ª Delegacia de Polícia (Recanto das Emas) cumpriram a decisão na segunda-feira. "O autor morava no Conjunto 11, e a vítima, no Conjunto 10. A partir das imagens, conseguimos a identificação. Constatamos que ele estava se abrigando em um albergue e tinha dado entrada na solicitação para comprar uma passagem com destino à Bahia para fugir do DF", detalhou o delegado-chefe da 27ª DP, Pablo Aguiar.
A reportagem apurou, ainda, que Luciana foi encontrada com as mãos amarradas, segundo constatação da perícia. Preso, o suspeito contou versões contraditórias do caso e negou o feminicídio. Ao ser questionado sobre o que estaria no saco em que ele arrastava, o homem alegou que eram roupas, hipótese descartada pela polícia.
Medo de homens
Ao Correio, Juliana Faria, 30, irmã de Luciana, conta que a irmã morava com ela e com a mãe e, pelo diagnóstico de esquizofrenia, recebia muita atenção e cuidado. Os familiares e vizinhos estão estarrecidos com o que houve e procuram respostas. "Minha irmã só rezava. Todos a conheciam, ela só ia para a igreja e tinha pavor de homem. Com certeza, ele a pegou quando ela estava indo na vizinha. Não consigo ter explicações para isso, só queremos que a justiça seja feita", desabafou.
Juliana afirmou que não conhecia o suspeito que nunca o havia visto nem mesmo de vista pelas redondezas de onde morava. "Quando fomos atrás para saber quem era, soubemos que ele trabalhava nas redondezas. Mas nunca tinha visto ou conversado", disse.