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Estado de Minas RACISMO

Loja da Zara que barrou delegada negra usa código para clientes 'suspeitos'

Gerente da Zara de Fortaleza foi indiciada por racismo em caso de delegada negra barrada em loja


20/10/2021 13:55

De máscara preta e blusa azul, a delegada Ana Paula Barroso
A delegada Ana Paula Barroso, que denunciou a loja por racismo após ter sido barrada (foto: PCCE/Divulgação)

O gerente da loja Zara de Fortaleza , no Ceará, foi indiciado pela Polícia Civil nesta terça-feira (19/10) pelo crime de racismo . A investigação se deu depois que uma delegada de polícia negra foi barrada ao tentar entrar na unidade em 14 de setembro. A PCCE apresentou detalhes do trabalho em coletiva de imprensa nesta terça. 

A delegada estava tomando um sorvete quando foi entrar na loja. De acordo com o estabelecimento, este foi o motivo pelo qual ela foi impedida de entrar na unidade devido à protocolos da COVID-19. Porém, minutos antes uma outra pessoa entrou na loja sem utilizar a máscara de forma correta, foi atendida pelo mesmo funcionário, e não foi impedida de entrar na unidade e nem requerido que ela utilizasse o equipamento de proteção de forma correta.

Além disso, o delegado-geral da Polícia Civil do Ceará, Sérgio Pereira dos Santos, disse que a loja utilizava de um código para informar aos funcionários quando alguém suspeito entrava no estabelecimento. Pelo  alto-falante, era dito "Zara zerou" quando pessoas negras de vestimenta simples entravam na loja. A informação foi dada, em depoimento, por uma ex-funcionária da Zara.
"Isso era um comando que era dado pra que todos os funcionários da loja ou pelo menos alguns a partir de então começassem a observar aquela pessoa não mais como consumidor, mas como suspeito em potencial que precisava ser mantido sob vigilância da loja", afirma Sérgio Pereira.

As delegadas da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Fortaleza, que lideram a investigação, concluíram que houv e racismo após analisar as imagens de segurança interna da loja e com base no depoimento de oito testemunhas, além da vítima e do suspeito.

O crime de racismo pode gerar reclusão de um a três anos e multa. Agora, o processo será encaminhado para o Ministério Público.  Em nota, A Zara disse que não tolera nenhum tipo de discriminação. 

Leia a nota 

A Zara Brasil, que não teve acesso ao relatório da autoridade policial até sua divulgação nos meios de comunicação, quer manifestar que colaborará com as autoridades para esclarecer que a atuação da loja durante a pandemia Covid-19 se fundamenta na aplicação dos protocolos de proteção à saúde, já que o decreto governamental em vigor estabelece a obrigatoriedade do uso de máscaras em ambientes públicos. Qualquer outra interpretação não somente se afasta da realidade como também não reflete a política da empresa. A Zara Brasil conta com mais de 1800 pessoas de diversas raças e etnias, identidades de gênero, orientação sexual, religião e cultura. Zara é uma empresa que não tolera nenhum tipo de discriminação e para a qual a diversidade, a multiculturalidade e o respeito são valores inerentes e inseparáveis da cultura corporativa. A Zara rechaça qualquer forma de racismo, que deve ser combatido com a máxima seriedade em todos os aspectos. 


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