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Estado de Minas POLÊMICA

Depois de ofensa a gays, Sikera Jr. perde mais um anunciante

Em programa de TV, apresentador se referiu à comunidade LGBTQIA+ como 'raça desgraçada'; cinco empresas já encerraram contrato de patrocínio


29/06/2021 17:27 - atualizado 29/06/2021 18:02

Outras marcas grandes, como Tim e Magazine Luiza, também cortaram relações comerciais com o programa(foto: Reprodução de TV)
Outras marcas grandes, como Tim e Magazine Luiza, também cortaram relações comerciais com o programa (foto: Reprodução de TV)
Após fala homofóbica durante o programa Alerta Nacional, da Rede TV!, o apresentador, Sikêra Jr. e a emissora estão perdendo patrocinadores. Nesta terça-feira (29/06), a empresa alimentícia Kicaldo publicou uma nota, em seu perfil oficial no Instagram, afirmando que o programa “não faz parte da nossa mídia” desde o dia 25.

“Nós da Kicaldo repudiamos qualquer tipo de violência e respeitamos qualquer forma de amor”, completou o comunicado da empresa. 
 

É o quinto patrocinador que o programa perde após a polêmica. A empresa de telefonia Tim, a construtora MRV, o Magazine Luiza e empresa de planos de saúde HapVida também suspenderam os contratos com o programa, o apresentador e a emissora.

Entenda o caso

No programa ‘Alerta Nacional' exibido na última sexta-feira (25/6), o apresentador criticou a campanha da rede de fast-food Burger King para o Mês do Orgulho LGBTQIA +.

A publicidade mostrava crianças falando, de uma forma natural, sobre casais homoafetivos. Inclusive crianças com pais do mesmo sexo aparecem no vídeo. 

A intenção era desmistificar a frase “como vou explicar para o meu filho?” ao se referir ao amor de duas pessoas do mesmo sexo. 
 
“Ai, mas como eu vou explicar isso pra uma criança? Que tal assim”, escreveu o Burger King no post das redes sociais. 
 

Veja o vídeo 

 
 
O apresentador distorceu a proposta, a relacionou até com "comunismo" e afirmou que as crianças estavam “sendo usadas”.

"Um povo lacrador que não convence mais os adultos e agora vão usar as crianças. É uma lição de comunismo: vamos atacar a base, a base familiar, é isso que eles querem. Nós não vamos deixar", disse. 

"Vocês são nojentos. A gente está calado, engolindo essa raça desgraçada, mas vai chegar um momento que vamos ter que fazer um barulho maior. Deixa a criança crescer, brincar, descobrir por ela mesma. O comercial é podre, nojento. Isso não é conversa para criança", continuou o apresentador.

Ainda no programa, Sikêra propôs boicote a rede de fast-food e voltou a atacar a comunidade LGBTQIA+. "Vocês não têm filhos, não procriam, não reproduzem. Eu cheguei à seguinte conclusão: vocês precisam de tratamento. Que tara é essa de pegar as crianças do Brasil? Se você quer dar esse rabo, dê, mas não leve as crianças. Isso é pedofilia e abuso infantil. Preconceito existe e isso nunca vai ser normal para um homem de bem, um homem de família", esbravejou.

Após a fala homofóbica, o senador Fabiano Contarato informou que solicitou ao Ministério Público a investigação do apresentador.

“Pedimos ao Ministério Público que investigue este apresentador por homofobia, conduta que deve ser punida na lei penal. Liberdade de expressão não pode ser usada para cometimento de crimes, incitação à violência e ofensa à honra, à dignidade e à imagem”, escreveu no Twitter.

Vale lembrar que desde 2019 a homofobia é crime no Brasil. Discriminação por orientação sexual e identidade de gênero passou a ser considerado crime pela Lei de Racismo (7716/89).


*Estagiária sob supervisão da subeditora Kelen Cristina 


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