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Estado de Minas MASSACRE

Professora da creche em SC relata ter ouvido de casa gritos das vítimas

A professora Keli Adriane Aniecevski, de 30 anos, uma funcionária e outras três crianças morreram após o ataque


04/05/2021 15:16 - atualizado 04/05/2021 17:02

Creche onde o crime ocorreu é localizada no município de Saudades, Região Oeste de Santa Catarina(foto: Jocimar Borba/Imprensa do Povo)
Creche onde o crime ocorreu é localizada no município de Saudades, Região Oeste de Santa Catarina (foto: Jocimar Borba/Imprensa do Povo)
Uma testemunha relatou momentos de terror vivenciados durante o ataque em que três crianças com menos de dois anos, uma professora e uma funcionária foram brutalmente mortas na manhã desta terça-feira (4/5) em uma creche na cidade de Saudades, na Região Oeste de Santa Catarina. 

O autor do crime é um jovem de 18 anos identificado como Fabiano Kipper Mai. Segundo Jerônimo Marçal Ferreira, delegado que acompanha o caso, ele foi até a Escola Pró-Infância Aquarela de bicicleta, portando uma faca grande, por volta das 10h. Na entrada da unidade, atacou a professora Keli Anicevski, de 30 anos, que, ainda ferida, teria corrido para uma sala onde estavam quatro crianças, todas menores de dois anos e uma funcionária da creche, na tentativa de avisá-los sobre o perigo.

(foto: Arte/Soraia Paiva/EM)
(foto: Arte/Soraia Paiva/EM)
O homem, então, teria atacado todos que estavam no local. Duas meninas de menos de dois anos e a educadora morreram no local. Outra criança e a funcionária, Mirla Renner, de 20 anos, morreram em um hospital de Chapecó, município localizado cerca de 60km de Saudades. 
 
As três crianças vítimas do ataque foram identificadas como Sarah Luiza Mahle Sehn, de 1 ano e 7 meses, Murilo Massing, de 1 ano e 9 meses, e Anna Bela Fernandes de Barros, de 1 ano e 8 meses.  

A professora do turno da tarde da creche, Aline Biazebetti, de 27 anos, contou ao jornal “ND Mais” que seu primeiro intuito ao saber da tragédia foi tentar socorrer as vítimas. Ela mora em frente ao local e de dentro de casa foi capaz de ouvir gritos vindos das salas de aula.

“Consegui pegar uma criança no colo e levei de carro até o hospital. A princípio, pelo que informaram, sobreviveu. O menino tinha um corte na boca, perto do nariz e um no pescoço. Estava consciente e me olhava, mas estava pálido, por isso resolvi levar logo ao hospital”, contou a educadora.

Keli Anicevski, que perdeu a vida nesta terça-feira, era sua colega de trabalho e amiga. Segundo Aline, uma tragédia como essa nunca é cogitada de acontecer. “Foi um susto. Nunca pensamos que isso poderia acontecer aqui. Perdi colegas de profissão, é muito triste. São crianças pequenas, acho que ele tentou acertar o que via pela frente”, lamentou.

Segundo a Polícia Civil, após o ataque, Fabiano Kipper tentou suicidio desferindo golpes contra o próprio pescoço, abdômen e tórax. Ele recebe atendimento emergencial sob escolta policial em um hospital em Pinhalzinho, localizado a 11 km da cidade Saudades. 

As motivações do crime ainda estão sendo investigadas. O jovem não tem histórico de crimes e, segundo o jornal “ND Mais”, era conhecido por viver isolado no mundo dos jogos de computador. 

Governantes prestam homenagens


Junto com secretários e demais autoridades, a governadora interina de Santa Catarina, Daniela Reinehr, (sem partido) prestou homenagem às vítimas da tragédia enquanto cumpria agenda na cidade de Guaramirim, no Norte de Santa Catarina. A goverante também decretou luto oficial de três dias em todo o estado.

O governador afastado, Carlos Moisés (PSL), também lamentou o ocorrido. "Todas as energias das forças de segurança da região devem ser empregadas no esclarecimento desse trágico episódio", afirmou em publicação no Twitter.

Já o prefeito da cidade Maciel Schneider falou sobre o sentimento de incredulidade e revolta diante da tragédia. “É uma notícia muito difícil e inesperada para qualquer gestor público, principalmente em início de mandato. O sentimento é de revolta e, ao mesmo tempo, de muita tristeza. Uma coisa que nenhum pai merece passar. É desesperador, a ficha ainda não caiu”, desabafou o prefeito.
 
* Estagiária sob supervisão da subeditora Ellen Cristie.  


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