
"Estamos aqui para refutar uma grave acusação que impacta na credibilidade da agência do estado brasileiro. A Anvisa foi acusada de mentir, de fazer fake news sobre o adenovírus replicante quando não autorizou o uso da vacina na nossa população”, afirmou Antônio Barra Torres, presidente da agência.
De acordo com ele, não há "interesse em negar a importação de qualquer vacina".
Ainda segundo Barra Torres, a Anvisa “atendendo ao interesse público” esclarece que as informações sobre a presença de adenovírus replicante constam nos documentos oferecidos pelo fabricante da Sputnik V.
“O desenvolvimento de uma vacina é complexo e é normal que sejam necessários ajustes", disse.
A Anvisa ainda expôs um vídeo de uma das reuniões. “Iremos apresentar na tarde de hoje prova de que a Anvisa atuou com documentos enviados pelo próprio desenvolvedor, no qual este identificou a definição da presença do adenovírus replicante. Não há nessa instituição, Agência de Nacional de Vigilância Sanitária, nenhuma pessoa que tenha qualquer interesse ou júbilo em negar a importação de qualquer vacina”, afirmou o diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, durante a fala inicial.
Logo depois, o gerente-geral de medicamentos e produtos biológicos do órgão, Gustavo Mendes, explicou que a empresa atesta no próprio dossiê que o processo de fabricação das partículas RAD5-SCOV2 pode produzir partículas replicantes, que são aquelas que vão espalhar pelo corpo, o que não é esperado para uma vacina.
“O desenvolvimento é complexo e é de absoluta normalidade as necessidade de ajustes, portanto a Anvisa, no cumprimento do seu dever, está sempre receptiva para avaliar novos estudos e informações que podem ser enviadas no processo de autorização do uso emergencial ou em pedidos de importação”, completou Antônio Barra Torres.
Entenda
No fim da manhã desta quinta-feira (29/4), o Instituto Gamaleya, que fabrica a vacina russa Sputnik V, disse que vai processar a Anvisa por difamação. Isso porque o imunizante teve a autorização de importação negada na segunda-feira (26/4).
Segundo os diretores da Anvisa, o declínio da vacina foi realizado após uma recomendação da área técnica do órgão e reforçaram que, com base nos estudos, não ficaram garantidas a segurança e a eficácia da vacina.
A fabricante alega que a Anvisa deixou de importar a vacina por uma decisão política e “espalhou informações falsas e imprecisas intencionalmente”.
