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Estado de Minas PANDEMIA

Jovens brasileiros sofrem com estresse e cansaço na pandemia, diz pesquisa

Além disso, adolescentes e jovens são os mais infectados pela COVID-19


22/03/2021 19:10 - atualizado 22/03/2021 19:56

Os jovens brasileiros estão mais cansados, estressados e preocupados na pandemia(foto: Reprodução/Pixabay)
Os jovens brasileiros estão mais cansados, estressados e preocupados na pandemia (foto: Reprodução/Pixabay)
 
Os jovens brasileiros estão mais estressados, cansados e preocupados com a saúde da família em meio à pandemia e com a renda financeira, de acordo com uma pesquisa realizada pelo Ensino Social Profissionalizante (Espro), instituição filantrópica sem fins lucrativos. Foram entrevistadas 13.619 pessoas - de 15 a 24 anos - em 18 estados do país, além do Distrito Federal.

O objetivo do estudo foi compilar aspectos de vida dos jovens entrevistados em cinco momentos do ano passado, entre o início da pandemia e os primeiros anúncios de vacinas contra a COVID-19. Entre os temas abordados por eles, estão: preocupações com a doença, medidas de proteção, bem-estar, emprego e os estudos.

 
Segundo a pesquisa, os jovens estão mais cansados e têm tido insônia com mais frequência. Em abril de 2020, 56,8% dos adolescentes e jovens afirmaram estar dormindo menos que o normal, enquanto em novembro do mesmo ano a taxa foi para 65,8%. O percentual dos que disseram estar mais cansados cresceu de 73% para 77,5%.

Nove em cada dez adolescentes e jovens estão mais ansiosos. Isso retrata uma elevação de 87,1% para 90%, comparado ao início da pandemia. Houve crescimento, também, na preocupação geral (de 72% para 75,3%) e no estresse (de 73,2% para 74,7%).

Além disso, a maioria se sente aflita em relação à saúde de seus familiares. O quesito “morte” é o que causa mais medo em 93,1% deles. Por outro lado, 92,9% ficam preocupados de algum parente ou amigo ser infectado pelo novo coronavírus.

O superintendente executivo do Espro, Alessandro Saade, disse que “a pesquisa mostra nitidamente que a pandemia tem afetado a saúde mental de nossos adolescentes e jovens. E não é só isso: também vemos uma enorme preocupação dos entrevistados com a saúde dos familiares e os impactos da pandemia na economia de casa".

Emprego e renda

A renda mensal familiar, bem como a economia do país, são responsáveis pelos sentimentos de angústia dos jovens. Conforme a pesquisa, 89,5% temem a perda do emprego do pai ou da mãe. Em seguida, 86,8% estão preocupados em perder o seu emprego e/ou fonte de renda e 82,9% com o impacto na economia. A menor preocupação é sobre ficar em casa em isolamento social (59,4%).

No entanto, 41,1% dos entrevistados relataram que familiares perderam o emprego e, consequentemente, a renda foi afetada. Cerca de 13,6% afirmaram que eles próprios sofreram com uma das situações, índice parecido com o de abril (13,4%). Em relação aos estudos, 90,1% dos adolescentes e jovens estudavam em casa em novembro, contra 75,1% em abril do ano passado. 

O levantamento revelou, ainda, que 36,8% dos jovens afirmaram que algum parente contraiu a COVID-19 e 44,7% conhecem pessoas que foram infectadas com a doença.
 
Sobre os hábitos, 95,9% dos entrevistados usam máscara, 95,4% usam álcool em gel, 93,2% lavam as mãos com frequência e 74,5% mantêm distância mínima de 1 metro. 
 

Aumento de casos de COVID-19 entre jovens 

Em meio ao agravamento da pandemia no Brasil, sobretudo em Minas Gerais, um cenário diferente tem chamado a atenção: os jovens são os mais contaminados pela COVID-19. Segundo a Secretaria de Saúde de Belo Horizonte, o número de pacientes entre 20 e 39 anos infectados pelo vírus, cresceu 6,4%.

Para o clínico geral Luís Gustavo Trindade, especialista em nefrologia pela Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (FHEMIG), no Hospital João XXIII, em BH, o fato pode estar ligado ao relaxamento do isolamento social, festas de fim de ano, férias e a flexibilização das atividades não essenciais.

“Os jovens ficam mais expostos com o retorno da rotina do trabalho presencial, além de terem uma vida social mais ativa frequentando reuniões sociais, bares e restaurantes” disse.

Todavia, o médico ressalta que os jovens podem desenvolver quadros graves da doença, ao contrário do que muitos pensam.

“Qualquer pessoa que não siga as recomendações e protocolos de segurança para prevenção da COVID pode ser contaminada e desenvolver quadros leves, moderados ou graves da doença. É preciso derrubar o mito de que o jovem reage melhor em relação à doença e possui anticorpos para combatê-la. Estamos vendo pessoas de diversas faixas etárias indo a óbito pela doença”, alertou.

Relaxamento no isolamento social

O especialista acredita que o isolamento social foi “deixado de lado” pela população em um dos momentos mais críticos. “As pessoas estavam cansadas de ficar em casa, veio a ansiedade, a solidão e com a volta das atividades não essenciais, viram a oportunidade de voltar a vida ao normal, uma decisão precipitada, pois o vírus não foi embora e pouca parcela da população foi vacinada", afirma Trindade.

Disse ainda que a COVID-19 precisa ser encarada com seriedade e responsabilidade. 

“É muito complicado e triste o que estamos vivendo nos hospitais. As pessoas não estão dando a real importância às medidas de isolamento, uso de máscara e álcool gel, principalmente os jovens. Essas medidas são essenciais para enfrentar o vírus. Se todos seguirem as recomendações, o combate será mais eficiente”, pontuou.

Reiterou também que “não é hora de aglomerar, fazer festas ou viagens. Precisamos nos resguardar. A vacina já é uma realidade e aos poucos todos estarão vacinados, o que nos traz esperanças de dias melhores”.
 

O que é o coronavírus

Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.


transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.


A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.

Vídeo: Flexibilização do isolamento não é 'liberou geral'; saiba por quê

Principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas gástricos
  • Diarreia
  • Em casos graves, as vítimas apresentam:
  • Pneumonia
  • Síndrome respiratória aguda severa
  • Insuficiência renal
  • Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus 

Mitos e verdades sobre o vírus

Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.


Para saber mais sobre o coronavírus, leia também:

 
 
*Estagiário sob supervisão do subeditor Eduardo Oliveira  


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