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Estado de Minas 'PIOR DO QUE GUERRA'

Médica afirma que Manaus vive novo pico da COVID-19 há mais de um mês

Endocrinologista Larissa Figueiredo descreve o colapso na saúde do estado do Amazonas e relata que na última sexta-feira cenário era 'pior do que uma guerra'


17/01/2021 06:00 - atualizado 17/01/2021 07:59

Falta de CTIs e outros materiais médicos é destacada pela endocrinologista Larissa Figueiredo (foto: Instagram/Reprodução)
Falta de CTIs e outros materiais médicos é destacada pela endocrinologista Larissa Figueiredo (foto: Instagram/Reprodução)
Brasília – A endocrinologista Larissa Figueiredo afirma que Manaus vive novo pico de casos de COVID-19 há mais de um mês. Em entrevista ao Estado de Minas, por meio de live no Instagram, a médica descreve o colapso na saúde do estado do Amazonas e aponta as causas da crise na capital. De acordo com ela, na sexta-feira, médicos e pacientes vivenciaram algo “pior do que uma guerra. É uma guerra por incompetência do sistema, da gestão, por falta de visão”.

Uma das principais reclamações da endocrinologista é a desativação dos dois hospitais de campanha da cidade, após o primeiro pico da doença em Manaus, algo que ela chama de erro de planejamento por parte do governo. Outro ponto que colaborou para a crise, na opinião da especialista, é que as cidades do interior não têm Centros de Tratamento Intensivo (CTIs), resultando na sobrecarga dos hospitais da capital.

Respondendo a perguntas de espectadores da entrevista, a médica tentou destrinchar os motivos pelos quais Manaus reuniu, novamente, uma concentração de casos graves da doença. Uma explicação é o surgimento de nova cepa do coronavírus e, de acordo com os estudos já existentes, essa mutação é mais transmissível. Outra causa são as características da cidade que, por ser um polo industrial, recebe muitos visitantes, inclusive de outros países. Apontou, também, as desigualdades sociais da capital amazonense, com percentual grande de famílias vivendo em casas pequenas, o que facilita a aglomeração. Os problemas de gestão e corrupção no local também foram lembrados.

Larissa Figueiredo destaca ainda que, embora o desabastecimento de tanques de oxigênio seja o grande vilão do colapso, outras necessidades dos médicos e hospitais também estão em falta. Pacientes tem sido transferidos para outros cidades, inclusive Brasília.A médica, que leciona na Universidade Estadual do Amazonas, acredita que a situação de Manaus possa servir de alerta para todo o Brasil. “Somos um termômetro pro resto do país”, avisa.

A nova cepa do coronavírus também pode ser mais perigosa por alcançar parcela maior da população jovem, que costuma ter menos sintomas ou até ser assintomática. A médica rechaçou a ideia de que o uso de remédios pode prevenir contra a COVID-19. “Infelizmente não tem dados científicos robustos”, afirma sobre ivermectina ou outros medicamentos citados frequentemente nas redes sociais e por políticos.

Enquanto a vacina não chegar, Larissa Figueiredo orienta sobre a melhor prevenção: "Tratamento precoce chama se cuidar, usar máscara e álcool gel, além do isolamento”, crava. Segundo Fernanda Soares, especialista em clínica médica e atenção domiciliar, a situação nunca esteve tão crítica quanto agora: se antes 75% dos pacientes que atendia testavam positivo para o novo coronavírus, neste início do ano 99% dos casos que chegam a ela são da doença respiratória. “O boom começou em 24 de dezembro. Vinha muito paciente, uma avalanche”, afirma. Agora, ela sente que os profissionais de saúde estão “enxugando o gelo”, porque a demanda por leitos, cuidados e tratamentos é muito mais alta do que a capacidade de atendimento dos hospitais.

Itália proíbe voos do Brasil

A Itália anunciou, ontem, a proibição de voos procedentes do Brasil devido a uma nova variante do coronavírus descoberta no país.  “Assinei uma ordem que bloqueia os voos do Brasil e proíbe a entrada na Itália das pessoas que estiveram lá nos últimos 14 dias”, tuitou o ministro da Saúde italiano, Roberto Speranza. “Qualquer pessoa que já esteja na Itália e que venha desse país deve fazer um teste [de detecção de COVID-19] e entrar em contato com as autoridades de saúde”, destacou o ministro. A Itália, o primeiro país europeu duramente afetado no início da pandemia, registrou mais de 2,3 milhões de casos de pessoas infectadas até o momento, das quais mais de 81 mil morreram.



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