(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas RACISMO

Moradora proíbe entrada de entregador em condomínio por ele ser negro

Cliente pediu, por mensagem, que o estabelecimento enviasse um motoboy que fosse branco: "Não vou permitir esse macaco"


27/10/2020 15:11

Dono de hamburgueria diz que cliente proibiu entrada de entregador em condomínio de luxo por ele ser negro(foto: Reprodução)
Dono de hamburgueria diz que cliente proibiu entrada de entregador em condomínio de luxo por ele ser negro (foto: Reprodução)
Uma mulher rejeitou a entrada do motoboy de um aplicativo de comida no condomínio onde ela mora por ele ser negro. A denúncia foi feita por uma hamburgueria de Goiânia, no final da noite dessa segunda-feira (26/10). Foi registrado em boletim de ocorrência nesta terça-feira (27/10).

A responsável pelo estabelecimento contou o ocorrido nas redes sociais. Ela relata que entrou em contato com a cliente para liberação do entregador na portaria. “Esse preto não vai entrar no meu condomínio”, respondeu a mulher. “Manda outro motoboy que seja branco”, prosseguiu. A proprietária disse que não faria isso. “Eu não vou permitir esse macaco”, rebateu a cliente.

A dona da hamburgueria conta que ficou sem acreditar. “Como o entregador não teve nenhum tipo de contato com ela, eu acredito que ela ligou na portaria para perguntar se ele havia chegado e aí ficou sabendo sobre a cor da pele”, pensa. “Me indigna o fato que isso realmente aconteceu”, desabafa.

Na hora, ela falava com o motoboy e explicava o endereço da cliente. “Ele, percebendo que eu tinha me calado, perguntou o que havia acontecido. Eu, ali, parada e atônita, tive que contar pelo telefone que um crime de ódio tinha sido cometido contra ele, devido à cor de sua pele”, lembra. “Ele chegou aqui sem reação, tendo que fazer mais duas entregas aqui no Goiânia 2 mesmo”, conta.

“Fui embora pra casa chorando, conversando com o entregador para que ele relatasse ao meu irmão o que havia acontecido, uma vez que ele representa a loja, então eu vou na polícia como testemunha. meu medo é a pessoa ficar impune devido ao dinheiro”, teme.

(foto: Reprodução)
(foto: Reprodução)
Procurado pelo Correio, o iFood identificou a usuária agressora da plataforma e a baniu imediatamente. “A empresa presta solidariedade ao entregador e está em contato para oferecer apoio psicológico”, diz, em nota. “O iFood reitera que repudia qualquer ato de discriminação racial e preza pelo respeito à diversidade em todas ações que realiza”

A empresa ressaltou a importância de se fazer o boletim de ocorrência (BO) e de entrar em contato com a ela pelos canais oficiais de atendimento via aplicativo. “Ao receber qualquer tipo de relato como este, o iFood apura as ocorrências e, quando comprovado o descumprimento dos termos e condições de uso, desativa o cadastro dos envolvidos. A empresa está à disposição para colaborar com a investigação do caso”, conclui.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)