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Estado de Minas Inovação na saúde

Novo método pode popularizar teste molecular para detectar coronavírus

Dispositivo portátil é fruto de parceria entre a Fiocruz e a empresa de tecnologia Visuri. Resultado sai em 30 minutos e pode ser acessado pelo celular


02/09/2020 15:42 - atualizado 02/09/2020 16:01

(foto: Divulgação)
(foto: Divulgação)

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a empresa de tecnologia Visuri desenvolveram um novo método para diagnóstico da COVID-19 que pode popularizar o teste molecular usado para detectar a infecção. O dispositivo portátil batizado OmniLAMP atua pela identificação da presença do material genético do SARS-CoV-2. Funciona com base da técnica RT-LAMP, ou seja, tranformando o RNA em DNA, que é amplificado isotermicamente. A testagem tem segurança similar à técnica do PCR, mas custa menos e demanda menor tempo para os resultados.

A detecção do RNA viral acontece com a amplificação isotérmica do material genético do vírus encontrado em amostras de swab - tipo cotonete, nasal e orofaríngeo. Ao final da reação, as amostras positivas apresentam um sinal de saída colorido, que é captado e interpretado automaticamente pelo software do equipamento. Com recursos como georreferenciamento e conexão com a internet, o sistema possibilita o armazenamento dos dados nos servidores da empresa, para o acompanhamento remoto do que está acontecendo em cada um dos dispositivos, quando em operação.

O resultado fica pronto em 30 minutos e o teste concluído pode ser acessado pelo celular, em aplicativo próprio. Outro diferencial é que o OmniLAMP demanda uma estrutura laboratorial de baixa complexidade, além do uso de reagentes diferentes dos utilizados no teste PCR.

Nas primeiras amostras do ensaio clínico a sensibilidade desse teste foi de 97% e a especifidade de 100%. "Como uma ferramenta Point of Care (PoC), é possível apresentar o resultado de forma automática e intuitiva e, portanto, pode ser utilizado por pessoal minimamente treinado, dando chance de o teste chegar a quem mais precisa", pontua Rubens do Monte, pesquisador da Fiocruz. Ele ressalta que a nova tecnologia permite a descentralização das testagens, que podem ser feitas em pequenos laboratórios, clínicas e hospitais em todo país.

O equipamento tem tecnologia Internet of Things (IoT), que possibilita o envio dos resultados para uma aplicação web desenvolvida para armazenar os dados em nuvem. "Este sistema torna possível o acompanhamento, em tempo real, de curvas de tendências e outros relatórios que podem ser utilizados por órgãos governamentais como ferramenta de auxílio na elaboração de estratégias para o combate a pandemia”, explica Henrique Martins, CEO da Visuri, empresa co-desenvolvedora do projeto.

(foto: Divulgação)
(foto: Divulgação)
No princípio da pesquisa, em 2018, os estudos da técnica RT-LAMP estavam voltados para o diagnóstico de arboviroses (dengue, zika e chikungunya) e leishmaniose. Em março deste ano, os esforços foram redirecionados para a detecção do SARS-CoV-2. "A realização de um teste seguro e com agilidade é fundamental para definir o tipo de tratamento adequado, ainda no momento de sintomas do paciente, o que permite um melhor direcionamento da terapêutica e evita gastos com tratamentos desnecessários", acrescenta o virologista Pedro Augusto Alves, pesquisador da Fiocruz.

O dispositivo computacional portátil e os kits de teste estão em fase final de certificação na Anvisa. Estão em andamento as discussões para que, com o registro obtido, os kits de testes sejam produzidos pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos), uma das unidades fabris da Fiocruz no Rio de Janeiro. Já o dispositivo portátil será produzido pela Visuri, em Minas Gerais.


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