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Estado de Minas CASO NAJA

Vídeo mostra jovem indiciado por tráfico saindo de casa após ser picado por naja

Na filmagem, Pedro Henrique Krambeck está na companhia do irmão; eles entram no elevador e o suspeito aparece segurando o braço esquerdo


20/08/2020 08:45 - atualizado 20/08/2020 08:59

(foto: Material cedido ao Correio)
(foto: Material cedido ao Correio)
Vídeo obtido com exclusividade pelo Correio Braziliense mostra o momento em que Pedro Henrique Krambeck Lehmukl, 22 anos, entra no elevador do condomínio onde mora com a família, no Guará 2, minutos depois de ser picado pela naja kaouthia, que criava ilegalmente.

O jovem foi indiciado 23 vezes por tráfico de animais silvestres, maus-tratos, associação criminosa e exercício ilegal de medicina veterinária.

Nas filmagens de 7 de julho, o estudante de medicina veterinária está na companhia do irmão. Os dois entram no elevador e Pedro aparece segurando o braço esquerdo — local da mordida da serpente — colocando papel higiênico no local do ferimento. Poucos segundos depois, o acusado e o irmão vão para o estacionamento do prédio, onde aguardam a mãe, Rose Meire dos Santos, buscá-los. 

Não demora muito para a advogada chegar. Os irmãos entram no carro e seguem ao Hospital Maria Auxiliadora, no Gama. O Correio também teve acesso a gravação do depoimento da mulher. À polícia, ela alega que não estava em casa na hora em que Pedro foi picado pela naja. Segundo ela, o filho contou ter sido atacado por uma serpente que encontrou no mato, informação que, de acordo com a apuração policial, não procede.

Veja o vídeo:

Rose Meire também foi indiciada por fraude processual, corrupção de menores, tráfico de animais, maus-tratos e associação criminosa. O marido dela e padrasto de Pedro Henrique, o tenente-coronel da PMDF Clóvis Eduardo Condi, também responderá pelos mesmos crimes, exceto corrupção de menores. As penas podem chegar até 30 anos de prisão, caso sejam condenados.

Tráfico

Pedro entrou para o mundo do tráfico de animais em 2017, segundo as investigações. O crime consistia na compra de serpentes, vindas de outros estados e trazidas para o DF. “Diálogos colhidos pela polícia o mostraram negociando a venda dessas espécies. Um dos negócios, inclusive, foi realizado no Gama; tratava-se de um filhote de uma cobra Nigritus, que custou R$ 500. Ele viu o quanto o negócio era rentável e embarcou. Cada ninhada, por exemplo, vinha com 20 filhotes”, detalhou o delegado à frente das investigações, Willian Andrade.

O jovem foi indiciado 23 vezes por tráfico de animais silvestres e maus-tratos, além de associação criminosa, mesmo indiciamento do padrasto e da mãe dele. O suspeito picado pela naja também responderá pelo exercício ilegal da profissão de veterinário, uma vez que vídeos colhidos pelos policiais mostraram o jovem realizando uma cirurgia em uma cobra.

Em entrevista exclusiva ao Correio neste domingo (16/8), o estudante de medicina veterinária se manifestou para a imprensa pela primeira vez por meio do advogado criminalista Bruno Rodrigues, responsável pela defesa dele. Rodrigues classificou como ‘absurda’ a acusação de maus-tratos. “A maioria das cobras foi adquirida de pessoas que pretendiam abandonar os animais por estarem doentes ou até pela perda de interesse em continuar criando. Pedro sempre cuidou muito bem dos animais, cada um recebeu até nome próprio e isso está provado no processo”, ressaltou, à época.


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