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Veja o que os estudos mais recentes concluem sobre a cloroquina

Apontado como a principal causa da saída do ex-ministro da Saúde Nelson Teich, medicamento é usado no tratamento da malária


postado em 15/05/2020 18:48 / atualizado em 15/05/2020 19:08

(foto: Reprodução)
(foto: Reprodução)
Apontado pelo Governo Bolsonaro como o principal medicamento para o tratamento do coronavírus, a cloroquina ainda não teve sua eficiência comprovada por estudos científicos. O medicamento é usado para o tratamento da malária e doenças auto-imunes, como a artrite e o lúpus, mas, a partir de estudos preliminares que indicavam que o remédio tinha potencial para combater a covid-19 em laboratório, além de outros estudos realizados com um número reduzido de pacientes, ele foi colocado por várias autoridades como uma cura para a doença.


Na busca de um solução para tentar salvar tantas perdas humanas, órgãos de saúde de vários países autorizaram o uso da cloroquina em caráter emergencial, ainda que sem uma comprovação científica definitiva. Diante disso, a comunidade científica pediu cautela, justificando que ainda era necessário um estudo mais amplo para comprovar se a droga tinha algum efeito contra o novo coronavírus, além de avaliar a dosagem segura.

No Brasil, apesar da pressão do chefe do executivo, o agora ex-ministro da Saúde Nelson Teich publicou durante a semana em uma rede social que a cloroquina é um medicamento com efeitos colaterais, sua prescrição deve ser feita com base em avaliação médica e que “o paciente deve entender os riscos e assinar o Termo de Consentimento antes de iniciar o uso da cloroquina”.

De acordo com os resultados dos dois maiores estudos já realizados com a cloroquina para o tratamento do coronavírus, o medicamento não trouxe benefícios práticos, como a redução na letalidade ou no tempo de internação. Outro problema são os efeitos colaterais, como a arritmia cardíaca, que levaram a Associação Médica Americana a emitir um comunicado pedindo que o uso da cloroquina fosse limitado a estudos clínicos e dentro de hospitais sob rigoroso controle. 

Conforme publicado no Journal of the American Medical Association (JAMA), uma dessas pesquisas analisou dados de 1.438 pacientes infectados pelo coronavírus entre 15 de março e 24 de abril em hospitais de Nova York. O objetivo era saber se havia diferença na taxa de mortalidade entre quatro grupos: os que foram tratados apenas com a hidroxicloroquina (derivado da cloroquina com menor toxicidade); os que receberam o medicamento associada à azitromicina (um antibiótico); os que tomaram apenas a azitromicina; e os que não receberam nenhum medicamento. A conclusão deste estudo é que não houve diferença significativa entre a taxa de letalidade observada entre os quatro grupos.

O outro estudo foi publicado no New England Journal of Medicine (NEJM). Realizado com 1.376 pacientes americanos infectados pelo coronavírus, foi observado o resultado de tratamentos com e sem hidroxicloroquina. Assim, 811 pacientes foram medicados por cerca de cinco dias com a hidroxicloroquina e 565 pacientes não receberam o remédio. A pesquisa foi concluída em 25 de abril, quando os autores indicaram que pacientes com e sem o tratamento apresentavam o mesmo risco de morrer.

Apesar disso, ambos os estudos usaram uma metodologia limitada, sem um controle de classificação dos grupos, sendo necessárias pesquisas complementares para confirmar os resultados. Levantamentos deste tipo estão em andamento em diversos países. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), ainda não existe nenhum tratamento comprovado contra o coronavírus


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