Nos locais, os fiscais encontraram pedaços de tecido com manchas que, assim como o material apreendido na semana passada, no Porto de Suape, podem ser de sangue. Também foram encontrados forros de bolso prontos para a venda. Vários deles ainda continham a logomarca de hospitais norte-americanos.
Dados da Império do Forro disponíveis na internet indicam a Altair Moura como responsável e contato da empresa. De acordo com notícias publicadas por vários sites e jornais, o mesmo Moura já foi sócio de outra importadora de tecidos também instalada em Santa Cruz do Capibaribe, a Forrozão dos Retalhos. Antigos registros da Forrozão no site Brasil Web Trade - uma ferramenta de comércio eletrônico do Banco do Brasil – de fato apontam Moura como sendo o contato da companhia.
No cadastro de empresas importadoras disponível no site do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio consta que, entre os anos de 2001 e 2009, a Forrozão pôde comprar dos Estados Unidos até US$ 1 milhão anuais em mercadorias. Já a Na Intimidade começou a importar o mesmo valor em tecidos norte-americanos a partir de 2009.
A Receita Federal e a Anvisa não confirmam se a empresa é responsável por importar as mais de 46 toneladas de lençóis, fronhas, toalhas de banho, batas, pijamas e roupas de bebês sujas de sangue retidas na semana passada, no Porto de Suape, em Pernambuco.
“Ainda não sabemos se os outros contêineres continham o mesmo material. O advogado da empresa com quem o inspetor se reuniu pela manhã alega que não, mas nós queremos saber o que foi feito de todo o material, se ele foi empregado na produção ou descartado”, disse o inspetor-chefe da Alfândega da Receita Federal no Porto de Suape, Carlos Eduardo da Costa