(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Lixo hospitalar é descoberto em galpão no interior de Pernambuco

Vigilância Sanitária inspeciona o segundo depósito de empresa que importava material descartado por hospitais dos EUA. Outros 14 contêineres estão a caminho de Pernambuco


postado em 16/10/2011 08:49

Mais lençóis e fronhas descartados por hospitais dos Estados Unidos foram encontrados no interior de Pernambuco. Ontem, técnicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa) inspecionaram um segundo depósito da mesma empresa que importou os dois contêineres com o lixo hospitalar apreendidos pela Receita Federal na semana passada, no Porto de Suape. O galpão tem quase o dobro do tamanho da sede da empresa, em Santa Cruz do Capibaribe (PE), e fica em Toritama (PE). As duas cidades estão inseridas no polo de confecções do estado e o tecido contaminado era utilizado principalmente para fazer forro para bolsos e vestidos.

Assim como na sede da empresa em Santa Cruz do Capibaribe, interditada na última sexta, no galpão de Toritama, além de pilhas do tecido de uso hospitalar, havia uma mesa de corte. “Eles descartavam a parte que tinha o nome dos hospitais e faziam os moldes para os bolsos com o restante do tecido. Encontramos vários tecidos com a inscrição de serviços médicos, alguns deles manchados, provavelmente de sangue”, explica Jaime Brito, gerente geral da Apevisa. De acordo com depoimento de funcionários, o tecido era cortado e vendido para fábricas de confecção, sem passar por nenhum processo de lavagem.

Estima-se que no depósito de Toritama havia 23 toneladas do lixo hospitalar — aproximadamente a mesma capacidade de cada um dos contêineres apreendidos. “O local tinha uns 400 metros quadrados, bem maior que a sede da empresa, que deveria ter 250 metros quadrados”, comenta Brito. Nos documentos da importação realizada pela empresa Na Intimidade, o destino declarado era apenas o endereço da unidade de Santa Cruz do Capibaribe. “No entanto, em outros arquivos da Receita Federal, foi identificado que a mesma empresa tinha uma filial em Toritama e decidimos checar”, detalha o gerente geral.

Os dois pontos foram interditados e amostras dos tecidos foram coletadas para serem encaminhadas ao Instituto de Criminalística (IC). “Queremos saber qual é o nível de contaminação dessas peças”, diz Jaime Brito. O dono da Na Intimidade ainda não foi localizado. “O advogado da empresa diz que ele está em viagem por Maceió”, conta.

Mais 14 contêineres, possivelmente carregados de lixo hospitalar, deverão chegar ao Porto de Suape. O alerta foi dado pela transportadora marítima Hamburg Süd, porque foram exportados pela mesma empresa que enviou o material interceptado esta semana. Os contêineres já saíram do Porto de Charleston, na Carolina do Sul, mas, como o trânsito ainda não foi confirmado pelo sistema da Receita Federal, não se sabe quando chegará ao Porto de Suape. Mesmo assim, o órgão já está monitorando as cargas.

COM DEFEITO O primeiro contêiner com o lixo hospitalar proveniente dos Estados Unidos foi descoberto pela Receita Federal na terça-feira. Nos documentos da importação, a carga era descrita como “tecido de algodão com defeito”. Um dia depois, um novo contêiner, com carga semelhante, envolvendo as mesmas empresas na exportação e na importação, foi identificado. O dois somam um volume de 46,6 toneladas que, além dos lençóis, tinham toalhas de banho, cateteres, luvas e seringas. A carga foi inspecionada e lacrada pela Anvisa.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)