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Estado de Minas

Parentes dos oito mortos no naufrágio do lago relatam a dor da tragédia


postado em 25/05/2011 08:17 / atualizado em 25/05/2011 08:28

Mais de 300 pessoas acompanharam o sepultamento de Ester de Oliveira, a menina que morava no Paranoá(foto: CArlos Moura/ CB/ Da Press)
Mais de 300 pessoas acompanharam o sepultamento de Ester de Oliveira, a menina que morava no Paranoá (foto: CArlos Moura/ CB/ Da Press)
Inconformado, o comerciante José Carlos Rocha, 46 anos, parece não acreditar até agora na tragédia. Ele reconheceu na noite de ontem o corpo da mulher, a dona de casa Valdelice Fernandes, 36 anos, uma das vítimas do acidente do último domingo no Lago Paranoá. Os bombeiros também localizaram outros três corpos nesta terça-feira: o do militar Adail de Souza Borges, 46 anos; do garçom Paulo de Mello, 39; e do despachante Robson Araújo de Oliveira, 29. Com isso, subiu para oito o número de mortos no maior acidente ocorrido no Lago Paranoá. O corpo de Ester Araújo de Oliveira, 10 anos, foi identificado formalmente pelo Instituto de Medicina Legal (IML) na manhã de ontem.

Para os familiares e amigos das vítimas, a incerteza deu lugar à dor e à saudade. “A noite estava linda e minha mulher usava uma roupa com muito brilho. Segurava meu filho (João Antônio) no colo”, lembrou José Carlos. Além da esposa, o homem perdeu o filho, um bebê de seis meses. “Quero guardar todas as roupinhas dele. Se parecia muito comigo e tinha os olhos claros”, lamentou.

Clique aqui para ampliar(foto: arte)
Clique aqui para ampliar (foto: arte)
A cena do naufrágio no Lago Paranoá ficará na memória do autônomo Gilberto de Oliveira, 51 anos, pai de Ester. “Tentei salvá-la, mas não consegui”, lamentou, sem conter o choro ao se referir à filha. O corpo da menina foi resgatado pelos bombeiros na noite da última segunda-feira e enterrado na tarde de ontem. O tio, o empresário Vilmar de Oliveira, 45 anos, já havia reconhecido informalmente a sobrinha logo após os bombeiros a terem retirado da água.

Também tio da menina, o servidor público Nilson de Oliveira, 55 anos, chegou primeiro ao IML, pela manhã. Enquanto esperava a liberação do corpo, fez um desabafo. Disse que ninguém fez nenhuma orientação de como proceder em caso de acidente. “Não adianta jogar um colete (salva-vidas) sem instruir. Se houvesse segurança, ninguém teria morrido”, ressaltou. Nilson elogiou o trabalho dos bombeiros, mas mostrou-se indignado. “Não queremos indenização, mas que os culpados sejam punidos para que isso não ocorra novamente”, acrescentou.

Tristeza


O corpo do garçom Vicente Carneiro de Sousa Neto, 36 anos, foi encontrado pelos bombeiros no último domingo, mas identificado formalmente ontem pela manhã. O pai, o motorista Vicente Carneiro de Sousa Filho, 59, morador de São Sebastião, esteve no IML com os outros dois filhos para liberar o corpo. Ele estava inconformado com a perda e não conseguiu conter as lágrimas. “(Vicente) era muito honesto e trabalhador. Não sei por que meu filho morreu, se sabia nadar. Talvez tenha tentado salvar a menininha (Ester) encontrada com ele”, disse, emocionado.

A notícia da morte do garçom Paulo de Melo, 39 anos, mobilizou familiares e amigos. O corpo foi encontrado durante o trabalho de resgate dos bombeiros na manhã de ontem e deve ser enterrado no Rio Grande do Sul, onde ele nasceu.

Os bombeiros retiraram da água por último o despachante Robson Araújo de Oliveira, 29 anos. Segundo Leonildo de Amorim, 23 anos, amigo da vítima e sobrevivente do naufrágio, eles chegaram a brincar momentos antes do acidente sobre a possibilidade de o barco afundar. “Ele disse que era bom de nado e atravessaria o lago, caso alguma coisa acontecesse. Eu disse que não conseguiria e, infelizmente, ele não sobreviveu”, contou.


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