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Foto de pessoas saudando tanque militar foi feita em 1959 em Cuba, e não em 1964 no Brasil

O ano de 1964, mencionado pelas publicações, foi o do golpe contra o governo de João Goulart que deu início a 21 anos de regime militar no Brasil


22/03/2021 21:56 - atualizado 22/03/2021 21:56


 

Captura de tela feita em 19 de março de 2021 de uma publicação no Twitter
Captura de tela feita em 19 de março de 2021 de uma publicação no Twitter
Uma foto que supostamente seria de brasileiros apoiando as Forças Armadas após o golpe militar de 1964 circula pelas redes sociais pelo menos desde junho de 2020, voltando a circular em março de 2021, com mais de 5,7 mil compartilhamentos. No entanto, a imagem é do triunfo da Revolução Cubana, cinco anos antes. 

 

“1964. O povo nas ruas. Ao lado das forças armadas”, diz uma das publicações postadas no Facebook (1, 2) e no Twitter (1, 2, 3). 

 

O ano de 1964, mencionado pelas publicações, foi o do golpe contra o governo de João Goulart que deu início a 21 anos de regime militar no Brasil. 

 

Uma busca reversa no Google pela imagem atribuída ao ano de 1964 levou a uma notícia do jornal O Estado de S. Paulo, de 12 de junho de 2017, intitulada “Morre histórico combatente da Revolução Cubana”. Na matéria, há uma foto idêntica à das postagens viralizadas creditada ao fotógrafo norte-americano Burt Glinn, da agência Magnum

 

Em uma consulta ao site da Magnum Photos, foi possível localizar a imagem original, que de fato é creditada a Glinn e data de 1959. Ela ilustra o registro intitulado “O dia em que Havana caiu”, em alusão à Revolução Cubana. Segundo a agência, o “fervor fotojornalístico permitiu que Glinn estivesse no meio da ação para capturar a Revolução Cubana conforme ela se desenrolava no terreno”

 

Revolução Cubana foi um movimento armado e guerrilheiro liderado por Fidel Castro que culminou com a destituição do presidente cubano Fulgêncio Batista de Cuba no dia 1° de janeiro de 1959.

 

No site da Magnum, há uma declaração sobre a ida do fotógrafo à ilha. Glinn conta que no último dia de 1958, quando estava em uma festa de Ano Novo em Nova York com amigos jornalistas, ele soube que Batista fugia para o exílio acuado pelos guerrilheiros de Sierra Maestra. O fotógrafo não hesitou e foi para Cuba, onde chegou na manhã de 1° de janeiro. 

 

Foi nesse contexto que a foto foi feita na cidade de Santa Clara. Na imagem é possível ver placas com nomes de estabelecimentos em espanhol, como “Hotel San Carlos” e Regalías El Cuño, indicativos de que a imagem não foi feita no Brasil.

 

No site da Magnum, o registro aparece sem o dia em que foi feita e com a seguinte legenda: “Castro e seu pessoal chegam de Sierra Maestra usando qualquer meio de transporte que puderam encontrar, incluindo um tanque que pertencia a Batista”

 

No site da agência fotográfica é possível observar outras imagens feitas por Glinn na mesma cobertura fotojornalística.  

 

Esse conteúdo também foi verificado pelo Aos Fatos


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