Promotores dos Estados Unidos que acusaram Donald Trump usaram as palavras do próprio ex-presidente americano, assim como notas de seus advogados, para construir o caso contra o republicano na Justiça.
O documento de 49 páginas revelado na semana passada acusa Trump de pôr a segurança nacional em risco, ao manter sob sua custódia documentos ultrassecretos sobre assuntos nucleares e de defesa após deixar a Casa Branca.
A acusação feita pelo advogado especial Jack Smith se baseia, fortemente, em declarações do próprio Trump para construir o caso legal contra o 45º presidente dos Estados Unidos.
Relata a vez em que Trump descreveu "um plano de ataque" do Pentágono sobre um país rival para um escritor, um editor e dois membros de sua equipe, embora nenhum deles tivesse autorização de segurança para receber tal informação.
Supostamente, durante uma reunião que teve o áudio gravado em seu clube de golfe em Nova Jersey, Trump teria afirmado que o plano era "altamente confidencial" e "secreto", de acordo com a acusação.
Trump é citado, dizendo-lhes: "como presidente, eu poderia tê-lo 'desclassificado'" e "agora não posso, vocês sabem, mas isso continua sendo segredo".
O alvo do ataque é identificado na acusação apenas como "País A". De acordo com a imprensa americana, a nação envolvida era o Irã.
A acusação também usa as próprias palavras de Trump para estabelecer que ele estava ciente - mesmo antes de vencer a eleição presidencial de 2016 - da importância de proteger informações secretas.
"Em meu governo, vou reforçar todas as leis relativas à proteção de informação confidencial", disse o então candidato republicano em agosto de 2016. "Ninguém estará acima da lei".
E, como presidente, destaca a acusação, Trump emitiu uma declaração em julho de 2018, enfatizando sua "responsabilidade única e constitucional de proteger as informações confidenciais da nação".
'Não jogar bola'
A acusação também menciona reuniões entre Trump e dois de seus advogados - identificados como Advogado 1 e Advogado 2 - para implicá-lo em um esforço para enganar os investigadores que procuravam recuperar os documentos retirados da Casa Branca e levados para a residência de Trump em Mar-a-Lago, na Flórida.
Segundo as anotações levadas pelo Advogado 1 durante uma reunião, em que discutiram como responder à intimação do grande júri para maio de 2022, Trump disse: "E se simplesmente não respondermos absolutamente, ou se não jogarmos bola com eles?".
"Não quero ninguém vasculhando minhas caixas, realmente não quero", teria afirmado Trump. "Não seria melhor dizer que não temos nada aqui?".
Dezenas de caixas com documentos marcados como ultrassecretos, secretos e confidenciais foram escondidas em Mar-a-Lago em locais como um salão de baile, um banheiro, um depósito e o quarto de Trump.
Segundo a acusação, elas foram transferidas por ordem de Trump e manuseadas pelo ex-assistente pessoal do ex-presidente, Walt Nauta, um veterano da Marinha dos Estados Unidos que também enfrenta acusações como co-conspirador.
Primeiro ex-presidente dos Estados Unidos a enfrentar acusações federais, Trump é acusado de "retenção deliberada de informações de defesa nacional", que pode resultar em mais de 10 anos de prisão, e por conspiração para obstruir a Justiça, por falso testemunho e por outros crimes.
Trump, de 76 anos, e que é o favorito na indicação republicana para a eleição presidencial de 2024, fará sua primeira aparição em um tribunal federal em Miami nesta terça-feira.
O documento de 49 páginas revelado na semana passada acusa Trump de pôr a segurança nacional em risco, ao manter sob sua custódia documentos ultrassecretos sobre assuntos nucleares e de defesa após deixar a Casa Branca.
A acusação feita pelo advogado especial Jack Smith se baseia, fortemente, em declarações do próprio Trump para construir o caso legal contra o 45º presidente dos Estados Unidos.
Relata a vez em que Trump descreveu "um plano de ataque" do Pentágono sobre um país rival para um escritor, um editor e dois membros de sua equipe, embora nenhum deles tivesse autorização de segurança para receber tal informação.
Supostamente, durante uma reunião que teve o áudio gravado em seu clube de golfe em Nova Jersey, Trump teria afirmado que o plano era "altamente confidencial" e "secreto", de acordo com a acusação.
Trump é citado, dizendo-lhes: "como presidente, eu poderia tê-lo 'desclassificado'" e "agora não posso, vocês sabem, mas isso continua sendo segredo".
O alvo do ataque é identificado na acusação apenas como "País A". De acordo com a imprensa americana, a nação envolvida era o Irã.
A acusação também usa as próprias palavras de Trump para estabelecer que ele estava ciente - mesmo antes de vencer a eleição presidencial de 2016 - da importância de proteger informações secretas.
"Em meu governo, vou reforçar todas as leis relativas à proteção de informação confidencial", disse o então candidato republicano em agosto de 2016. "Ninguém estará acima da lei".
E, como presidente, destaca a acusação, Trump emitiu uma declaração em julho de 2018, enfatizando sua "responsabilidade única e constitucional de proteger as informações confidenciais da nação".
'Não jogar bola'
A acusação também menciona reuniões entre Trump e dois de seus advogados - identificados como Advogado 1 e Advogado 2 - para implicá-lo em um esforço para enganar os investigadores que procuravam recuperar os documentos retirados da Casa Branca e levados para a residência de Trump em Mar-a-Lago, na Flórida.
Segundo as anotações levadas pelo Advogado 1 durante uma reunião, em que discutiram como responder à intimação do grande júri para maio de 2022, Trump disse: "E se simplesmente não respondermos absolutamente, ou se não jogarmos bola com eles?".
"Não quero ninguém vasculhando minhas caixas, realmente não quero", teria afirmado Trump. "Não seria melhor dizer que não temos nada aqui?".
Dezenas de caixas com documentos marcados como ultrassecretos, secretos e confidenciais foram escondidas em Mar-a-Lago em locais como um salão de baile, um banheiro, um depósito e o quarto de Trump.
Segundo a acusação, elas foram transferidas por ordem de Trump e manuseadas pelo ex-assistente pessoal do ex-presidente, Walt Nauta, um veterano da Marinha dos Estados Unidos que também enfrenta acusações como co-conspirador.
Primeiro ex-presidente dos Estados Unidos a enfrentar acusações federais, Trump é acusado de "retenção deliberada de informações de defesa nacional", que pode resultar em mais de 10 anos de prisão, e por conspiração para obstruir a Justiça, por falso testemunho e por outros crimes.
Trump, de 76 anos, e que é o favorito na indicação republicana para a eleição presidencial de 2024, fará sua primeira aparição em um tribunal federal em Miami nesta terça-feira.