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Estado de Minas MEDYKA

Polônia abre os braços aos refugiados ucranianos

Mais de 156 mil ucranianos já cruzaram a fronteira polonesa


27/02/2022 08:36 - atualizado 27/02/2022 09:06

Poloneses seguram cartazes oferecendo transporte na fronteira. Foto noturna
Voluntários oferecem transporte e acomodação em e para cidades polonesas enquanto refugiados ucranianos chegam com ônibus da passagem de fronteira de pedestres de Medyka, em Przemsyl, leste da Polônia. (foto: WOJTEK RADWANSKI / AFP)
Emocionada às lágrimas, Katarzyna Jasinska, de 25 anos, entrega um casaco infantil a uma menino ucraniano que acaba de entrar na Polônia pela fronteira de Medyka (leste).

"Alguns vieram sem nada ou com apenas uma mochila. Durante a fuga, não tiveram tempo de pegar nada. Alguns estão feridos. Precisam de ajuda", diz a técnica veterinária, natural de Tychy, no sul da Polônia. "É uma tragédia inimaginável".

Ao seu redor, dezenas de grandes sacolas plásticas, cheias de roupas que ela distribui para quem precisa.

Katarzyna é um dos milhares de voluntários poloneses e ucranianos que vivem na Polônia que imediatamente se juntaram para ajudar os refugiados.

Fila interminável

 

Desde a agressão russa desencadeada na quinta-feira, mais de 156.000 pessoas da Ucrânia já cruzaram a fronteira polonesa, de acordo com um relatório da guarda polonesa neste domingo. E seu número continua a aumentar.


Em Medyka, a fila parece interminável, composta principalmente de mulheres e crianças que entram na Polônia depois de dezenas de horas esperando no lado ucraniano da fronteira.




"As pessoas precisam principalmente de casacos quentes, chapéus, luvas, mas também de roupas infantis", explica ela, já que as temperaturas caem abaixo de zero à noite.

Natural de Chernihiv (norte da Ucrânia), Igor, de 45 anos, acaba de pedir duas parkas para suas filhas, de quatro e oito anos, presas do outro lado da fronteira.

"Faz 20 horas que esperam com a minha mulher para atravessar", explica este operário que vive em Varsóvia há quatro anos.



"É extraordinário o que os poloneses estão fazendo, aquece nossos corações", diz. "Não esperávamos uma onda de solidariedade tão grande. Temos comida, chá, roupas, transporte, tudo de graça".

Depois de cruzar com sucesso a fronteira, os refugiados são atendidos por familiares ou compatriotas que vivem na Polônia - a comunidade ucraniana na Polônia é de cerca de um milhão de pessoas - ou por voluntários poloneses.

Os jovens distribuem gratuitamente bebidas e alimentos, roupas, fraldas e até carrinhos de bebê.

Transporte gratuito


No estande de uma operadora de telefonia, os ucranianos carregam seus celulares e podem obter um cartão telefônico gratuito.

Para isso, basta apresentar seu passaporte ucraniano. A mesma coisa para passagens de trem em todo o país, transporte público em Varsóvia e algumas outras cidades.

Em toda a Polônia, as pessoas estão se organizando nas redes sociais, coletando dinheiro, medicamentos, oferecendo acomodação, refeições, trabalho ou transporte gratuito para os refugiados.

"Wroclaw, 4 lugares", anuncia um cartaz em papelão, brandido por um homem que oferece transporte gratuito para esta cidade do sudoeste do país, localizada a mais de 500 quilômetros de Medyka.

"Esta manhã peguei meu carro, enchi de gasolina e vim para cá", diz Michal Swieczkowski, economista de 40 anos, "não pensei muito nisso, foi um gesto natural, apenas para ajudar as pessoas".

Dezenas de outros como ele abordam os refugiados oferecendo-lhes vagas em carros para toda a Polônia, mas também para Berlim, Hamburgo, cidades da Estônia, Suécia ou outros países.

Mais adiante, um ônibus vermelho do corpo de bombeiros espera os refugiados para levá-los a um centro de recepção instalado na estação da cidade de Przemysl, onde podem receber o que precisam imediatamente.

"Se eles têm família na Polônia, ou sabem para onde querem ir, nós os ajudamos a sair. Os outros, encaminhamos para centros implantados em todo o país", principalmente em estações, explica Filip, polonês de origem ucraniana, de 18 anos.

"As pessoas se mobilizaram de forma impressionante. Vemos que todos querem ajudar os refugiados", sublinha Filip.

Leia também: Invasão russa chega ao 4º dia: bombardeios em Kiev e resistência ucraniana

 

 


 

 


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