
"Dos 543 veículos registrados no início do verão (boreal), apenas 312 ainda operavam no final de novembro de 2021. Isso significa que no período de três meses, 43% dos meios de comunicação afegãos desapareceram", apontou um estudo da RSF e da Associação de Jornalistas Independentes Afegãos (AJIA).
"Mais de quatro em cada dez veículos de imprensa desapareceram e 60% dos jornalistas e outros trabalhadores do setor estão desempregados", afirmaram a ONG e associação, defensores da liberdade de imprensa.
As mulheres foram as mais afetadas: 84% delas perderam o emprego como jornalistas, acrescentou.
Esses dados foram calculados com base em um censo do número de meios de comunicação e jornalistas ativos antes dos talibãs assumirem o poder em 15 de agosto.
"Até quatro meses atrás, a maioria das províncias afegãs tinha pelo menos dez meios de comunicação privados", atualmente "algumas regiões quase não têm veículos locais".
A região de Cabul, a capital e onde há maior concentração de meios de comunicação, perdeu mais da metade (51%): dos 148 registrados antes de meados de agosto, apenas 72 ainda operavam no final de novembro.
Como resultado, das 10.790 pessoas que trabalhavam nas redações afegãs - incluindo 2.490 mulheres - no início de agosto, "apenas 4.360 ainda estavam trabalhando na época do estudo (3.950 homens e 410 mulheres)", acrescentou.
