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Estado de Minas

Dimitri Medvedev é nomeado primeiro-ministro da Rússia


postado em 08/05/2018 13:30

Por 374 votos a favor, 56 contra e nenhuma abstenção, o primeiro-ministro russo em exercício, Dmitri Medvedev, foi confirmado no posto nesta terça-feira (8) pelos deputados da Duma, Câmara baixa do Parlamento.

"Eu estou, é claro, plenamente consciente da responsabilidade e das dificuldades que o governo vai encontrar", declarou Medvedev aos deputados após a votação, na presença do presidente russo, Vladimir Putin, que propôs sua candidatura na segunda-feira.

"Acho que teremos condições de lidar com todas as tarefas estabelecidas pelo presidente", afirmou Medvedev, acrescentando que está "pronto para fazer o que for necessário para o desenvolvimento do país".

A Duma é dominada pelo partido da situação, a Rússia Unida, que dispõe de 339 das 430 cadeiras.

O Partido Comunista e o partido nacionalista de esquerda Rússia Justa anunciaram que não apoiariam a candidatura de Medvedev.

Presidente da Rússia de 2008 a 2012, após ser primeiro-vice-presidente, Medvedev, de 52 anos, foi premiê de 2012 a 2018.

Jurista de formação, ocupou ao longo de seu mandato um lugar cada vez mais marginal, limitado às questões técnicas. Impopular e ausente, foi acusado de corrupção pelo principal opositor ao Kremlin, Alexei Navalny, que mobilizou milhares de manifestantes contra ele.

Medvedev nunca foi desautorizado, porém, por seu mentor, Vladimir Putin, a quem dedica uma lealdade inflexível.

"Dmitri Anatolievitch (Medvedev) não precisa estar presente: ele dirigiu o governo nos últimos seis anos. Vocês sabem o quanto foram difíceis esses anos (...) Apesar de todas as dificuldades, o governo conseguiu superar desafios excepcionais e urgentes", declarou Putin antes da votação dos deputados.

"É extremamente importante assegurar a continuidade e uma nova dinâmica de trabalho no governo", ressaltou o presidente russo.

Após a votação, Putin assinou o decreto oficializando a nomeação.

- 'Estabilidade e traição' -

O presidente russo aproveitou a ocasião para apresentar seus "decretos de maio", ambiciosos projetos de desenvolvimento social e econômico para a Rússia, dos quais ele não detalhou a implementação.

"Eu considero totalmente lógico que a equipe (de Medvedev) realize esses planos", martelou Putin.

"As novas promessas do presidente Vladimir Putin serão cumpridas por um governo anterior", ironizou o jornal "Vedomosti", observando que "o nome do primeiro-ministro era conhecido antes mesmo das eleições e da posse".

De acordo com a RBK, o papel de Medvedev será "garantir estabilidade e transição para uma nova equipe" em 2024, quando o quarto mandato de Putin termina.

Considerado um dos líderes da ala "liberal" da elite política russa, Medvedev foi marginalizado pela ascensão do clã rival "siloviki" (militares e serviços de segurança).

Em 2017, uma investigação conduzida pelo opositor Alexei Navalny sobre seu suposto patrimônio foi o gatilho para manifestações da oposição, que enxergou nele o possível vetor de uma inflexão do poder.

Sua falta de habilidade como orador também lhe valeu a antipatia dos russos. "Não há dinheiro, mas esperem", disse ele, por exemplo, em maio de 2016, aos aposentados da Crimeia que se queixavam da queda do padrão de vida, causando uma onda de indignação.

Poucos meses depois, ele convidou os professores que exigiam aumentos salariais a "estudarem mais (...) para ganharem mais".


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