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Estado de Minas

Donald Tusk reeleito presidente do Conselho Europeu


postado em 09/03/2017 19:52

Os dirigentes europeus reelegeram nesta quinta-feira o polonês Donald Tusk à frente do Conselho Europeu, durante uma cúpula destinada a fortalecer a unidade pós-Brexit, apesar da oposição da Polônia, que denunciou o "diktat" ("imposição") de Berlim à União Europeia (UE).

"Isto é agora uma União sob o 'diktat' de Berlim", declarou o chanceler polonês, Witold Waszczykowski, que assim como sua primeira-ministra, Beata Szydlo, qualificou de precedente "muito perigoso" a eleição do presidente do Conselho contra a opinião de seu país de origem.

"Farei o meu melhor para tornar a UE melhor", reagiu Tusk na rede social.

O polonês foi reeleito com 27 votos contra um, segundo uma fonte diplomática, confirmando o amplo apoio dos líderes do bloco, com Paris e Berlim à frente.

Sua reeleição enviará "um sinal de estabilidade para toda a UE", considerou a chanceler alemã, Angela Merkel.

Em represália, o governo polonês decidiu bloquear as conclusões da cúpula, que normalmente seriam adotadas por unanimidade, indicaram fontes europeias à AFP.

Após a bloqueio polonês, Tusk advertiu que o país não deve "queimar pontes" com a UE. "Tenham cuidado com as pontes que queimam, porque uma vez que o façam, já não poderão cruzá-las novamente", disse em coletiva de imprensa.

Donald Tusk afirmou que isso era dirigido a "todos" os países do bloco, mas "especialmente ao governo polonês".

Entretanto, segundo uma fonte europeia, tal bloqueio não muda em nada a votação de Tusk.

A primeira-ministra polonesa havia pedido a seus sócios europeus que não renovassem seu antecessor à frente do governo polonês entre 2007 e 2014, ao acusá-lo de violar sua neutralidade.

"Nada (pode ser feito) sem o nosso acordo", disse ao chegar a Bruxelas. "Os países não compreendem que essa escolha conduz à desestabilização", acusou.

Um membro de seu governo deu a entender, além disso, que se houvesse votação nesta quinta, "a cúpula se veria ameaçada", abrindo a porta para que a Polônia não assinasse as conclusões do encontro, que deveriam abordar temas como comércio e defesa.

A reeleição de Tusk precisava de 21 países, que representassem 65% da população do bloco.

O ex-primeiro-ministro liberal polonês ocupa desde o final de 2014 o cargo, cujo papel é coordenar as cúpulas regulares reunindo os chefes de Estado e de governo do bloco para fixar as prioridades políticas da UE.

Imparcial e neutro

Szydlo acusa Tusk de abusar de suas funções, "violando brutalmente" a regra de "neutralidade política", em uma carta endereçada na quarta-feira a seus colegas europeus.

Ela o acusa de estar "pessoalmente envolvido" na vida política de seu país, onde algumas reformas realizadas pelo poder, nas mãos do partido conservador nacionalista Direito e Justiça (PiS), foram qualificadas por Bruxelas como atentados ao Estado de direito.

"Sou imparcial e politicamente neutro", defendeu-se Tusk na quarta-feira, dizendo-se "pronto para o julgamento".

O chefe do PiS, Jaroslaw Kaczynski, também aponta sua "responsabilidade moral" pela catástrofe aérea de 2010 na qual seu irmão gêmeo, o presidente Lech Kaczynski, morreu junto a outras importantes autoridades polonesas.

'Várias velocidades'

Após a eleição de Tusk, os 28 devem discutir nesta tarde a política comercial da UE, a crise migratória e questões relacionadas à defesa. Também devem falar sobre os Bálcãs, onde há um aumento da tensão e uma degradação da situação política.

Na sexta-feira, sem a presença da primeira-ministra britânica, Theresa May, os líderes da UE vão se concentrar na parte da manhã na preparação da "Declaração de Roma", que eles preveem publicar por ocasião dos 60 anos do tratado fundador da Comunidade - que posteriormente se tornou União - europeia, que serão celebrados em Roma, em 25 de março.

Este texto solene deve mostrar que a UE permanecerá unida após o Brexit. Mas é a intenção de um futuro "a várias velocidades" para a Europa que cristaliza os debates: a ideia é apoiada principalmente pela França e a Alemanha, que desejam reforçar a defesa europeia sem ser bloqueados pelos países relutantes.

Outros países se preocupam com o fato de se tornar membros de segunda classe da União, como os integrantes do grupo de Visegrad (Polônia, Hungria, República Tcheca e Eslováquia), que se revoltaram contra a política migratória da UE.


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